13 de dezembro de 2011

Miss Mocinha

Um surto: ter energia para brincar.





Um hobby: dormir.



Uma atividade: adormecer. 



Um sonho: acordar cercada de pães.



Um inimigo: Fred.


7 de dezembro de 2011

Ficamos velhos e ainda brincamos de Telefone sem Fio. Taty (neste caso, posso citar o nome dela) foi mexer numa folha de A4 e acabou passando no olho dela. Como a vista ficou embaçada, à noite, foi ao hospital. Enquanto isso, eu estava apagada em casa e, no dia seguinte, fui apurar o ocorrido. Ela arranhou a retina, colocou um tampão, ganhou um dia de licença e terá que utilizar uma pomada durante sete dias.

Ontem, vovó liga lá para casa para saber dela. Explico que está tudo bem, mas ela pede para que Taty retorne a ligação.




*quem contou foi tia
*tia: olhe, ele não quis dizer, mas teve um acidente com Taty, mas tá tudo bem..

6 de dezembro de 2011

Vai

E chega o momento que você tanto protelou, mas que se torna inadiável: o de deixar ir. Não por preguiça, mas por comodismo, por se apegar a coisas que vão se esvaindo, se tornando inconsistente, inviável. A dor existe antes, durante e depois da decisão. Antes porque, mesmo sabendo o que é correto, você se nutre dos bons momentos e da rotina gostosa; durante porque é o momento da decisão, de abrir a mão e renovar a confiança; depois porque é seguir em frente.

Você ignora o indício, finge que não o vê porque pode ser que ele também não te veja. E, assim, tudo certo. Segue a linha "me engana e eu finjo que acredito". Toma para si a responsabilidade, resolve carregar nos ombros o que não compete só a você. Mas..que custa você tentar pelo outro também, né? Então, custa. Muito caro.

Custa um chocolate que você dá, um bilhete que escreve, uma mensagem que manda, um presente, uma ligação. Tudo custa. Não em cifras, mas no que essas ações representam: tentativa de agradar, de mostrar companheirismo, de dizer que gosta, de demonstrar preocupação. Custa caro porque você precisa se convencer de que, mesmo não sendo recíproco, não foi em vão. Afinal, o que cabia a você foi feito. Não é ingratidão, só não é recíproco. Vamos à lógica: se não há reciprocidade, por que raios insistir? Nesse caso, não tem nada a ver com os ensinamentos cristãos de ajudar sem esperar algo em troca. O assunto aqui é outro.

Estou na fase do "depois". Dizem - e sei que é verdade - que passa. Dói, mas passa. E o terapeuta ainda reitera: "sinta a dor, Tacyana. Aprenda com ela". "Já estou, Rodrigo", eu retruco. Não há fórmula - e olhe que isso que estou contando não é novidade para ninguém. Estou, na verdade, chovendo no molhado. Não há receita, além do clássico conselho que orienta medida drástica: seguir em frente e deixar o tempo passar (ele ajuda, mas, nessas situações, é leeeeeeeennnnto). Sem peso na consciência, sem culpa. 

Já fiz isso com meu pai. É triste, eu sei, mas é verdade. E, quando você simplesmente aceita que não pode fazer mais nada e que a escolha do outro é não fazer mais nada, você também não faz mais nada, a não ser soltar para que a vida cuide. Então, é jogar a bola para frente e esperar pelo dia que você vai olhar e dizer "Ih, nem doeu mesmo".

Tenho um grave problema, que é o de guardar as coisas. Se sinto raiva ou se perco a paciência, seguro. Nem sempre disfarço. Ou fico quieta ou me torno simpática demais. Se funciona, não sei. Acho que acabo evitando algumas discórdias
E eu que achava que falsidade tinha saído de moda?! Juro como eu achava que era coisa de escola, geralmente presente da 6ª série ao 1º ano. Que o falso, primo do sonso, tinha cumprido sua missão na terra. Mas, para minha surpresa, ele continua e, como se diz no mundo fashion, em voga.

O tal do falso é de causar irritação profunda. Não por ter defeito, mas pelo fato de enganar mesmo a outra pessoa. Para ser um, é preciso muita coragem e disposição para demonstrar um afeto inexistente. O mau caráter, por exemplo, é mais honesto. Ele não vale, mas deixa isso de forma mais clara. Dá para perceber com mais facilidade. Assim, você sabe lidar e percebe que o sorriso, na verdade, é um ranger de dentes. Ele não está sorrindo; está ensaiando uma mordida.

1 de dezembro de 2011

Descobri que sou a favor do mau caráter.

A que fala por mim

Só porque amanhã é o Dia Nacional do Samba:


Coringa
Casuarina

Não aprendi a blefar
Apostei minha última ficha
Dei muita sorte pro azar
Pra me espezinhar você sempre capricha
Eu sempre fui teu coringa,
Mas você bateu de canastra real
Teu baralho tem mandinga
Nada vai mudar a cartada final
A minha dama se foi
Com um valete qualquer
Pensei que tinha cacife,
Mas só ouros você quer
Hoje você vem com pedras, paus e espadas na mão
Só para cortar o naipe do meu coração
Entre trucos e retrucos
Eu nunca pensei
Que a tua tirania faria descartar o rei
Morto dentro do buraco
Eu hoje percebo que perdi
Nem aquele ás de trunfo me tira daqui
Amor de carta marcada
O teu jogo viciado não valia nada





27 de novembro de 2011

O samba e eu

Foi de primeira. Não lembro como, onde e nem quando. Já gravo muitas datas na minha vida, então, deixei esse marco para lá. Também não sei qual foi a brilhante e mágica música que me fez apaixonar por ele, o samba. Ele, que agoniza mas não morre, é bem vivo na minha vida. Aliás, ocupa o meu dia todo.

Enredo, canção, partido alto...não me importa quantas faces ele tem. O amor pelo samba tem que envolver algumas submissões. É preciso aceitar que mais gente se apaixone por ele. Mais: que ele corresponda. Precisamos aprender a dividi-lo porque está no dna dele ser receptivo a todo tipo de afeto, paixão, amor e carinho. Ele me dá atenção o dia todo,  fala comigo do acordar ao adormecer. Às vezes, canta enquanto eu durmo. Sabe quando você tem muita semelhança com alguém? Pronto. É assim com ele. Me conta casos em que pareço ter sido protagonista, descrevendo cada sentimento, seja de alegria, saudade ou dor. Fico até boba com esse talento que ele tem.

Mas também temos nossas crises. Muitas vezes, sem dó e nem piedade, ele fala coisas que eu não queria ouvir. Mas, com um dedilhar e voz suave, me enrola. Coloca o dedo na ferida, me faz lembrar momentos que não queria e até imaginar lembranças que nem tive. Não sei como. Também não sei bem onde ele nasceu e nem o ano. Apesar de pesquisar sobre, nunca foi determinante em nossa relação. Quando pesquiso, vejo no seu passado noitadas de boemias, sempre cercado de gente. Mas, como disse, ele é assim. O que posso fazer? 

Amor não se explica. Sente-se apenas.



20 de novembro de 2011

Voltei ontem à casa de minha avó paterna, depois de alguns anos. Afastamentos e problemas do passado à parte, já fui vê-la, mas nada se compara ao que senti ontem, quando fomos comemorar o aniversário de 92 anos dela.

O quintal, que antes era um espaço de corrida entre as diversas plantas (paixão dela), hoje está livre, sem 'obstáculos'; o aquário, cuja luz rosa e a enorme quantidade de peixes me distraíam, está desativado. Nada de peixe, água..só o cano dentro do vidro. A sala, onde já nos apresentamos, está maior. Não tem mais o centro com um pote de confeitos e não serve de apoio aos nossos pés. O quadro, esse sim, continua lá. Retrata uma noite na praia e uma jangada ainda em terra. Não sei o que me atrai nele, mas sempre olho. 

No primeiro quarto não há mais a penteadeira velha e cafona, mas que adorávamos; o outro quarto permanece igual, com alguns retratos na parede e duas camas para hóspedes - os lençóis é que não estão mais tão alinhados como antes. O quarto de vovó hoje é adaptado. Com alzheimer e parkinson, ela precisa de cuidados redobrados e maior acessibilidade. Antes, eu ia, como que de forma sagrada, me pesar - e ela ficava na porta me esperando seguir o ritual até me ouvir dizer "é, continuo com o mesmo peso".

A sala de jantar, que testemunhou encontros - macarrão parafuso era especialidade da casa, assim como caranguejadas aos domingos - me pareceu menor também. Ela ainda tinha uma área onde ficava um carrinho de guloseimas. Era nosso cantinho preferido. Sempre comia amendoim e ameixas. Hoje, vazio. Silêncio também na copa e na área externa, onde também comíamos enquanto assistíamos à novelas. Não fui ao último quarto, mas ainda deve ter a coleção de barsa e jornais que vovô guardava para vender.

Não vi os vizinhos na rua, mas Cartola, Nelson Gonçalves e afins continuavam cantando em altíssimos decibéis na casa do vizinho da frente. Foi a única coisa que me fez voltar uns15 anos e relembrar tudo isso. Minha avó, antes arisca, estava frágil, aos prantos, sofrendo porque não conseguia lembrar quem eram aquelas pessoas que estavam ali. E, quando dizíamos que fomos comemorar o aniversário dela, mais choro. Tomou banho, comeu, deitou, ficou conosco na sala. Tudo regado a lágrimas. Dela e nossas. Vê-la angustiada por não lembrar que sou neta doeu. Não faço questão que ela lembre de mim, mas não queria que ela tivesse consciência de sua perda de memória. Coloquei-me no lugar dela, e também minha mãe ali.

Pessoas ativas e independentes e que, do nada, têm que se adaptar a depender de alguém para comer, tomar banho e remédios, quem são os parentes e pior: explicar que ela mora naquela casa. De 10 e 10 minutos. Saí de lá tendo certeza de que sou mesquinha, de que sou uma péssima neta. Choro e sofro por dores que pareceram inexistentes diante da dela. Minha ausência é responsável por

1 de novembro de 2011

Pulsos

Defensora de que a ociosidade não é boa conselheira, eis o fruto de um árduo trabalho de criatividade. Mais: de observação. E também porque temos um gosto cafona, bora confessar. Em alguns dias, Eduardo, Andréa e eu levantamos, ouvimos e compilamos algumas músicas alegres. Só que no inverso. 

São canções que remetem a uma mulher batendo a porta na cara do amado e escorregando nela ou ainda alguém se jogando de bruços na cama e, quiçá, jogando jarros e celulares na parede. Se for rica, como Vera Fisher, incorpora a Helena e sai chorando pelas ruas do Leblon sem ser xingada. No nosso caso, essas músicas nos remetem a alguém lavando a louça na hora do almoço, fazendo o jantar de domingo enquanto ouve o especial de Roberto Carlos aos domingos ou ainda lavando o banheiro aos sábados.

As músicas são tão, tão alegres que você deve evitar se estiver em altura acima de dez metros, perto de pontes, viadutos ou avenidas movimentadas, de posse de objetos cortantes, lençóis, cordas e afins. Também corra do rivotril (taí Luciano para provar), miosan e similares. Está longe disso tudo? Mesmo? Se as duas respostas forem 'sim', segue o post e confere o álbum Pulsos. Se ouvir tudo sem derramar uma lágrima, aguarde a versão internacional. Se a resposta foi 'não' ou um 'er..bem', espera mais um pouco, fecha o blog e depois a gente proseia.




Já à venda na Aky Disco, Americanas e em qualquer banca de jornal. Sugestão de preço R$ 9,90.

29 de outubro de 2011

Dor de cotovelo - trilhas

Seguindo a linha "Loves in the air" do post anterior, o texto agora fala sobre a tal da dor de cotovelo. Olhe, não tem gelol, band-aid ou pó secante que resolvam. Também nem pense em ir ao médico. Ainda não diagnosticaram a cura para a dor que já deu, dá ou ainda dará em todo mundo.

Assim como durante o relacionamento, que você fala e recebe frases bregas (se emociona e acha perfeitas), a roedeira também tem seu lado brega. Quando passa. E a música continua embalando. Só que ao contrário.

Preservando as fontes, por ser um blog amigo, vamos a alguns cases de trilhas que ninaram o cotovelo dolorido. Vou colocar os vídeos, mas evite assisti-los se não estiver bem:

1 - A pessoa vai a um samba e, no auge do refrão, pede arrego porque chora a cântaros com o trecho Sem nem mais porque | A luz se apagou".



2 - Chorar com "Como é que uma coisa assim machuca tanto..."




p.s: pô, mas essa é romântica mesmo.

Casos mais graves:

3 - Num show, chorar com "Arerê, um love, um hobby, um love com você - iêê"



4 - Carnaval. Recife e Olinda a todo vapor. Fim de namoro na véspera do Sábado de Zé Pereira. No domingo, durante o Quanta Ladeira, a pessoa se esbalda de chorar chamando a atenção de quem está ao redor e tendo que ser removida do local.

Para quem não conhece, o Quanta é um bloco que faz sátiras de músicas conhecidas. Um exemplo do humor é o vídeo abaixo, que brinca com o bolo que Daniela Mercury deu no Recife este ano:



Essa mesma pessoa chorou durante a apresentação de blocos líricos. Trecho provável: "Não deixe não | Que um bloco campeão | Guarde no peito a dor de não cantar".







Aí pergunto: quem nunca?

26 de outubro de 2011

Sintomas de carência


A gente sabe que a coisa não anda nada bem quando... 

Fulana diz:
*sou esperta???
*o pc perguntou se eu queria atualizar o media player
*achei ele tão interessado na minha vida
*preocupado com meu bem estar
*e pensei
*pq não?
*ai deu merda
*agora desinstalei o pc
*e num consigo escutar porra de musica nenhuma
*pq o windows é fake
*pirata
*e obvio q eu sabia
*comentamos hj
*mas pq eu ia imaginar q o windows media player tb era?
*não é mesmo
*burra ou tchonga?

Tacy Viard diz:
*deu merda?

Fulana diz:
*mhái
*cabousse media player
*ele num atualizou a versão nova

Tacy Viard diz:
*AHAHAHAHHAHAHAHAHHAHA

Fulana diz:
*e num volta pra velha

Tacy Viard diz:
*ele me pede isso
*é galanteador
*golpista safado

Fulana diz:
*to carente, amiga

Tacy Viard diz:
*enrolão de mulher

Fulana diz:
*to aceitando cantada até de computador
*cai nas garras desse cafageste
*cafajeste
*ou sei lá
*e agora?

Tacy Viard diz:
*canalha
*tem como errar não

Fulana diz:
*to tentando baixar o vlc
*q lê todo tipo de midia
*mas agora to com medo
*até de digitar

Tacy Viard diz:
*carente!

Fulana diz:
*ajuda friend
*dá uma dica
*fora bater a cabeça na parede

A personagem teve sua identidade preservada, mas tá super aí para cantadas, como se vê.

5 de outubro de 2011

Meu passado me condena IV

Olha...vou começar a cancelar a série. Tá ficando cada vez pior. Só olhar as anteriores:  1, 2, 3.



Bora lá! O que é pior:

1 - Meus dentes. Ou melhor: a falta deles;
2 - Minha roupa depravada;
3 - O cabeção do meu primo Bruno;
4 - Eu de bruxa.




28 de setembro de 2011

Murphy e eu

Eu pedi ontem para que a Lei de Murphy estivesse fora do meu caminho. Mas o efeito foi contrário. Do abrir dos olhos ao adormecer, minha paciência e humor foram testados.

Você acorda pisando com o esquerdo quando nenhuma roupa veste bem em você, mesmo que você já a tenha usado várias vezes. Mas, ok. Respira, veste e se conforma quando decide que tem que renovar o armário com uma numeração menor. Calça o All Star e não consegue nem levantar devido a um calo. Troca o tênis e nenhum ajuda. Por fim, vamos de rasteira mesmo. Dói do mesmo jeito, mas simbora. Desci e, da portaria, você vê que chove muito. Sobe para pegar sombrinha e um chinelo e volta para a porta do elevador. Quando ele chega, lembra que a sombrinha ficou na cama. Volta ao quarto e pega, e já troca logo a sandália. Desci, finalmente, e sol! Cadê aquela chuva?

Na parada, uma senhora, que não sabe lê ou não enxerga bem, está lá. Já a conhecemos. Todos foram embora e fiquei só com ela para esperar ela pegar o ônibus dela. Enquanto isso, coloquei a rasteira de novo. Obviamente, passaram dois meus. Chegou mais gente na parada e não a deixei só. Peguei o meu ônibus e o dela vinha atrás. Ufa. Desço na frente do trabalho. Deveria. O motorista, desatento, passou. Eu, na porta traseira, fui mancando até ele (e o ônibus é o articulado) e:

Eu: Motorista, você queimou a parada?
Ele: você ia descer?
(queria dizer: não, apertei porque tô malhando no ônibus)
Eu: sim, ia. Inclusive, a luz do seu painel está acesa.

Voltei mancando e desci. Manquei mais algumas quadras e cheguei ao trabalho. O dia foi até normal. Quando fui embora, fiquei esperando o elevador. Esperando, esperando..até lembrar que está com defeito: teria que descer até o 11º e acioná-lo de lá. Fiz. Era a única e comecei a ler o livro. Chegou mais gente e mofamos esperando. Quando o elevador veio, todos entraram, desrespeitando a ordem, e me deixaram com cara de mané. Esperei de novo e veio lotado. Desci pela escada.

Fui para a parada e vinham dois ônibus da mesma linha. Você pega o primeiro porque o outro com certeza queimaria a parada. Mas é claro que o primeiro é sempre cheio. Desci e fui para casa achando que meu dia acabaria. Mas aí o porteiro me avisa: "seu elevador está quebrado". "Não! Mentira, né?". "Verdade, e tome suas cartas", diz ele. Respondo: "pois fique com elas que tô na rua". Saio, compro Doritos e refrigerante e vou para um dos bancos. Vi que tinha um papel colado em um deles. Desviei e fui em outro. O mesmo papel: "tinta fresca". Chão, aí vou eu.

Sento na humildade quando um skatista resolve perambular na minha frente. Virava uma página do livro e ele passava; virava outra e ele voltava. Desisti e recuei mais um pouco. Depois de compartilhar no Facebook minha situação, mainha liga: 

Ela: Tacy, você tem  a chave da área de serviço
Eu:  Mãe, não tenho
Ela: Tem sim. Na outra vez foi a mesma coisa. Pegue na sua bolsa.
Eu: É verdade! Achei! Vou subir

Subi e...fóm. São duas fechaduras e eu só tenho a chave de uma. Tentei ligar para ela, mas o celular estava sem sinal. Taty chegou e não a vi entrar. Depois, subi e a porta da área de serviço estava fechada. Bati, bati e ela abriu: "Por que tu não subiu pelo social? Já está funcionando e eu pedi pro porteiro te avisar".

Teve mais um fator, mas vai ficar guardadinho para mim.

Corri. Jantei rápido, conversei rápido com mainha e Taty e voei para o quarto para encerrar o dia, finalmente. O dia não amanheceu melhor, mas Murphy que não cruze meu caminho hoje!

26 de setembro de 2011

Descartáveis

Já disse em algum momento aqui no blog que desconfio seriamente de pessoas que não gostam de animais. Falando especificamente de cachorros, meus preferidos, não julgo quem não alimenta a mesma paixão que sinto. Mas recrimino seriamente quem os maltrata, como se os bichos fossem objetos, coisas. 

Isso vale para quem paga caro por um até enjoar. Passou o modismo, descarta-o na rua. Se tiver a menor noção de responsabilidade, doa a alguma instituição. Outros, com instintos incontroláveis, agridem os cachorros. Já vi notícia de 'gente' que queimou, espancou, atropelou...E isso pelos motivos mais fúteis. Só pelo prazer de praticar maldade mesmo. Tentei criar um pitbull que estava na rua com alguns sinais de agressão. O cachorro mais doce que tive. Não pudemos ficar com ele, mas conseguiu um excelente dono.

Isso reitera uma frase que ficou na minha cabeça depois de uma conversa: "as pessoas estão muito descartáveis". Realmente. Se uma pessoa é capaz de maltratar um ser inofensivo (sim, acho que o cão só se torna agressivo por culpa da criação), com força e inteligência inferiores..imagina! Por isso, conhecendo mais os humanos e amando mais os cachorros.

Mocinha me levando para passear

25 de setembro de 2011

O famoso dito "quanto mais conheço os humanos, mais amo os cachorros" me veio à cabeça quando li no Facebook de minha mãe a notícia de um cachorro que

13 de setembro de 2011

Miss Piaba

Leila Lopes (saudosa!) é a vencedora do Miss Universo. Realizado ontem, o concurso elegeu a angolana para representar a beleza e o sonho de paz mundial. E vai representar organizações, sorrir para todo mundo, fazer comerciais, tirar foto com pobres..essas coisas.

Pois bem. Isso não me causa inveja porque...sou a única vencedora do Miss Mercado Público. Representei o de Água Fria, mais especificamente, o box 64, que vendia frutos do mar. Assim, com patrocínio da Coqueiro, fui a Miss Piaba. Depois de uma disputa apertadíssima, levei o título. Recebi a faixa em uma festa de aniversário que, só de lembrar, ainda causa ressaca em quem foi. 

Foi um longo reinado e de muitas homenagens, como a daqui. Clique da memorável noite:



9 de setembro de 2011

A tal releitura

Tenho muito medo de releituras. Quando vou a algum bar que tem música ao vivo, travo porque sei que lá vem novas versões de músicas clássicas, que todos conhecem daquele jeito.

Mas esses cantores não se conformam. Não basta cantar Oceano, Bem que se Quis e Iolanda. Não! Tem que começar com "ummmhummm", "nánánuôôôuuuyeaaahh". Quando não tem miado, tem todo um novo arranjo. Aí, meu amigo, a perda é geral. Foi mais ou menos isso que Claudia Leitte fez durante show no Carnabrahma, esta semana, no Cabanga.

Fazendo a linha "amo Recife'', cantou Manguetown, de Chico Science, numa frustrada tentativa de homenageá-lo. Eis:




Deu nisso, né? Olha agora a versão, já na voz de Du Peixe:



Cláudia, volta para cantar Bola de Sabão.

1 de setembro de 2011

Agora vai

Contrariando a tradição de esperar pelo fim de ano para elencar juras e promessas, resolvi fazer minha lista em agosto. Não é longa, até porque me conheço e sei da minha disposição em cumprir cada item. São coisas possíveis. As escolhas aconteceram por um motivo apenas: ocupação.

Chega de ócio. A mente e o corpo precisam se ocupar mais. Preciso me explorar mais e sair do marasmo. Ou da bolha mesmo. Novos livros e novas atividades que hão de gerar novos pensamentos e novas atitudes. Princípios intactos. Questionados, mas intactos.

Primeiro passo foi dado ontem, quando me inscrevi na pós. Foi uma decisão extremamente tardia, mas ainda é válida. Preciso manter o impulso para outubro, quando farei a matrícula de fato. Assim, já ocuparei duas noites da semana. Quando houver trabalho, mais dias ocupada, pensando e estudando.

Para os outros dias, vou me policiar para manter uma agenda de compromissos. Devo escolher entre natação (pela coluna), caminhada com totó (improvável porque ela tem preguiça) ou retomar a compra da bike para pedalar pela Aurora. Nos finais de semana, algum tipo de programação. Como moro no Centro, não faltam opções de teatro, shows, feiras e afins. Sem falar na praia. É bom pegar um sol, colocar o pé na areia e tirar o mofo. E também comer empada, cachorro quente, amendoim, ovo de codorna, caldinho...

Também vou me voltar mais para a espiritualidade e me mover para fazer o bem. Importante se sentir útil e em paz, com tranquilidade e bem-estar. Dar continuidade à terapia está na lista também. Vou diminuir minhas doses de Cartola, Teresa Cristina, Pedro Miranda e Casuarina. Vou começar a ouvir músicas, para mim, desconexas e que eu não entenda. Vou virar metaleira, usar bandana, esperar o próximo festival e fazer o símbolo com a mão: \m/. 

Aos que convivem comigo, de qualquer lugar e frequencia, favor paciência e incentivo. Se quiserem fazer doações dos equipamentos da bike ou livros, só pedirem meu endereço. Serei grata e ainda faço Mocinha dar a pata.

27 de agosto de 2011

Enquanto a cidade aproveita a chegada da sexta-feira nos bares e festas da vida - ou em casa mesmo -, eu curto uma profusão de perguntas sem respostas. Pelo menos, eu ainda não as encontrei.

Cadê o tão falado ponto equilíbrio? Está em quem? No quê? Está em mim? Em Deus? Uma vida desequilibrada é mais emocionante, enquanto a equilibrada é monótona? Quem é responsável pelo que sinto: eu ou quem me faz sentir? Quem erra: o inconstante ou quem se submete à inconstância?

Como encontrar a calmaria depois de um furacão? Volta-se ao que era antes? E isso é bom ou o melhor é mudar mesmo? É melhor se expor e correr o risco de cair ou se fechar para não se arriscar? Melhor não sentir? Ponderar ou mergulhar? 

E a culpa, a quem pertence? Quem controla? Quem faz? Quem não faz? Quem sabe o que faz? Quem não sabe o que faz?



Nó.

17 de agosto de 2011

Reclusão

Dando satisfação aos meus seletos leitores e tirando o mofo do blog, que não sabe o que é postagem há uns dois meses. Estou ausente e ficarei um pouco mais. Uma década? Um ano? Um mês? Não sei. Talvez, amanhã tenha postagem nova aqui. Talvez, não.

O fato é que tem me faltado inspirações humoradas, como é o perfil do blog. Claro que também posto textos poucos alegres, até porque a intenção do blog é me desmascarar. Cheguei a escrever um post no começo da semana, mas perdi o rumo, a coerência e, por fim, a paciência.

Conhecendo pouquíssimo o meu 'eu', sei que é hora de parar, respirar e voltar ao meu centro. Assim, reclusão now. Mas, para dar um molho ao texto, Cartola - sempre ele! - fala por mim:

14 de agosto de 2011

Depois de longos dois meses de mofo no blog, voltei. Mas não com muito humor, não com causos do meu dia a dia. Voltei pelo risco de perder minha única leitora e porque utilizo este espaço como terapia alternativa. O tema é meio confuso. Surgiu do nada. Simplesmente acordei no meio da noite e me veio à cabeça. Lembro pouco, mas acho que dá para desenvolver - com ou sem lógica.

No meio desta noite acordei com a pergunta "quem eu sou?". Na verdade, acho que ela ficou gravada em mim depois que o psicólogo me questionou, na última semana. Saí da terapia e não consegui responder bem. Não consegui me encaixar em adjetivos. Ele me deu nova chance e pediu, então, alguns traços que pudessem me definir. Mais alguns segundos de choro, balançar de pernas e eu chutei que era bem humorada. Não, não chutei. Até tenho bom humor, que às vezes se ofusca nos picos de raiva e irritação. E que às vezes me esconde também. E aí as pessoas acham que está tudo bem sempre e que você não se esquenta.

Uma vez, depois de muita calma e contornar com o humor uma situação, dei um murro em alguma coisa. E essa foi uma atitude que chocou porque as pessoas de fora (as de casa já me conhecem) me veem sempre como a 'gente-boa-da-escola'*.

*Definição: aquela pessoa que nem é CDF e nem é banguceira demais. É a que as pessoas sabem que está sempre ali, sorrindo e sempre disponível para ajudar. Mas é a que causa confusão quando respeita demais e não defende um argumento. Tive essa certeza quando, numa dinâmica da escola, foi quase unânime me definirem como 'legal'.

Muitas pessoas não esperam uma reação bruta minha. Acham que não perco nunca a calma. Pronto. Acho que cheguei ao xis da questão: respeito x omissão x passividade. Já me martelei muito perguntando se eu respeito demais, se eu me neutralizo muito. Às vezes, opino e a pessoa insiste no oposto; às vezes, só ouço. Outras vezes, ajo de uma forma com um e de madeira diferente com outro.

Acho que, por respeitar demais, as pessoas me subestimam e acham que aceito tudo. Na verdade, respeito a vontade alheia. Ela tem o livre arbítrio, não? Então, 



8 de junho de 2011

Minha revolução

Hoje, lendo o post de Maris e vendo o vídeo de Eduardo e Mônica, produzido pela Vivo, lembrei da época em que ouvia sem parar essa música. Estava na 8ª série, em um colégio novo. Já sabe, né? Mudanças total. Não só de turma, mas de vida.

Mesmo um pouco longe, eu podia ir andando para o colégio, o que demonstrava minha independência. No intervalo, podíamos comer fora. Íamos para a orla, já que estudávamos quase na praia, e comíamos pastel. Usava calças com fundos enormes e ganhei o apelido de "Largada". Usava um tênis marrom horrível. Tentei lembrar a marca, mas não consegui. Sei que era bem estilo skatista - na época, acha cafona usar All Star. Nada de bolsa. Adulto mesmo era carregar os cadernos e livros na mão. Dava moral.

As festas do colégio eram o máximo e eu ia com minhas melhores-amigas-do-ano. Aliás, quando ia de carro, elas iam comigo. O sentimento era de grupo, quase gangue. Esticar depois da aula era o máximo. Ir para a casa dos amigos ou ficar no colégio, então...lembro quando vi a turma fumando e pensei: "uaaaaau. Que galera des-co-la-da".

Lembro que fui à coordenação por compactuar com o pessoal que colocava uma essência no ar condicionado e parava a aula. O diretor jogou o verde e eu cai. Resultado: painho foi assinar um memorando para me liberar voltar a frequentar a escola.

A trilha? Era Legião Urbana, com o cd Mais do Mesmo. Acha uma revolução. Era só sentir as letras e pronto. Já estava apta a esticar bandeira e pintar o rosto. Fiz questão de decorar Faroeste Caboclo. Chorava (e ainda choro) com Vento no Lirotal, Pais e Filhos e Giz. E lamentava a morte precoce de João Roberto, em Dezesseis.

E aí que minha revolução toda foi embora quando recebi o boletim final. Uma desgraça só. A ponto de minha mãe pedir minha reprovação. Esse feito não foi atendido, mas o esporro foi geral. Acabou aí minha revolução, meus melhores amigos e o tênis. A calça..bem...ainda durou mais um pouco.

Sobre o vídeo que me inspirou:

31 de maio de 2011

E o que é diversão?


Domingo, na Cidade Alta de Olinda, ao sair de um restaurante, passamos por uma rua estreita. Estreitíssima, na verdade. Para completar, muitas pessoas na rua. Montaram uma tenda, mesas e cadeiras e tascaram um brega em alto volume. Abaixei um pouco o vidro e comecei a dançar no carro, argumentando que as pessoas estavam se divertindo. Ouvi: “divertindo?”

Fiquei pensando nisso e tentando construir meu argumento para dizer que sim! as pessoas se divertem daquela forma. E de tantas outras. Como não? Só porque o ritmo era brega e as pessoas de baixo poder aquisitivo? Só os afortunados têm chance de se divertir? Só eles podem pagar um abadá caríssimo, como na Bahia, ou comprar camarotes em qualquer show (aqui já ta virando moda também)?

Diversão, ao meu ver, é qualquer coisa que tire uma pessoa de sua rotina cansativa, de um problema, de uma dor e até de si mesmo. É um estado de alegria e prazer (desde, claro, que a diversão da pessoa não seja matar, roubar..).

Quem sabe aquelas pessoas suam a semana toda esperando ansiosamente por um domingo porque sabe que vai reunir vizinhos e parentes e conversar sobre qualquer coisa? Ou quem sabe a pessoa se diverte a semana toda e quer continuar no domingo?

Graças a Deus, diversão é inerente à classe social, cor, sexo e credo. É algo pessoal e que, por mais que não gostemos, temos que respeitar. Tem gente, como eu, que se diverte virando a noite acompanhada de um livro. Preciso mesmo estar nas festas grandiosas da cidade para garantir que meu final de semana foi ó-ti-mo?

Não. Preciso apenas fazer o que me dá prazer.

22 de maio de 2011

Só para tricolores

Voltei, às 22h50, para o computador para expressar minha indignação com o preconceito que nós, tricolores, sofremos hoje, dia da #carreatacoral. Estive offline durante um período e, ao voltar ao twitter, fiquei pasma ao ler tantas postagens com apenas um objetivo: humilhar os torcedores do Santa Cruz, que são pobres. E é por esse motivo que rubro-negro preconceituoso não deve ler esse post porque ele é feito para pessoas, e não classes sociais.

Ando de ônibus, já fui mais pobre do que sou e sou tricolor. Isso não é exclusividade minha. Uma grande parcela dos tricolores também. Da mesma forma que outros possuem carro e têm condição social melhor. Isso os fazem melhores? Inferiores? Não. Faz apenas eles não usarem transporte público e usufruirem de outras coisas. O torcedor do Santa Cruz é aquele que pertence ao povão. São pessoas que lutam, se sacrificam e garanto: tem um humor invejável. Passamos cinco anos sem ganhar títulos - e vocês, rubro-negros, se orgulham ao dizer isso. Mas sentem uma inveja danada porque, mesmo diante desse jejum de conquistas, colocamos mais de 62 mil torcedores no Arruda, no dia em que tiramos de vocês o hexa - que, agora, vocês esnobam. Ah, também lotamos facilmente o Arruda em qualquer jogo. Não se sintam honrados. Vamos pelo nosso time e não por vocês.

Tenho certeza que todo tricolor conhece ou tem amigo rubro-negro. Eu tenho e sou amiga de muitos. Viu? Não dói ser amiga de um rival futebolístico. Dói ser amiga de alguém que, num momento de inveja e decepção, tira a máscara e põe para fora todo o preconceito guardado, bem escondidinho atrás dos 39 títulos que vocês tanto falam. Bom para vocês. Nós não temos todos esses títulos, não ganhamos a Copa do Brasil e também não dividimos o Campeonato Brasileiro de 1987. Não adianta esse 'orgulho' todo que vocês sentem se não sabem usá-los em benefício próprio. A mesquinharia de vocês derruba qualquer glória.

E nem queremos imitar vocês. Somos tricolores. Só isso. Não somos bons, santos..nada disso. Somos apenas tricolores. Brincar é uma coisa; humilhar é outra bem distante. Portanto, respeitem.

15 de maio de 2011

Velha

Descobri que, aos 24 anos, estou velha. A coluna já vinha avisando que minha idade gira nos 50, mas ontem foi a confirmação que faltava.  Fomos ao The Pub comemorar o aniversário da minha irmã. Óbvio que não é minha vibe, mas fui por ela.

Fui toda trabalhada na finura: vestido tomara-que-não-caia-esta-porra e salto fino. Lá fomos para a boate. Claro que ela estaria com uma fila. Ali já saquei a quantidade de menina-escovada-e-chapeada e menino-marombado-de-camisa-apertada. Mas, ok. Não é preconceito, mas é o perfil da zona sul, acho. Eu, que sou zona norte/centro, frequento lugares mais despojados.

Depois de conferir a identidade (e eu, pretensiosamente, achando que correria o risco de o segurança perguntar se eu tinha mesmo idade para estar ali), entramos. Um vazio. Ainda. Enquanto enchia e meu cunhado roubava uma mesa reservada, fui me familiarizando e até arrisquei uns passos por ali. A discotecagem era péssima. Na verdade, acho que nem tinha dj, mas alguém com uns cds soltos. Depois de muito reagge, deram o play em Nação Zumbi. Aê! Comecei a cantar e dançar junto com meu cunhado até perceber que, mesmo já cheio o salão, só nós dois estávamos dançando e cantando. As pessoas desconheciam Nação, menos Maracatu Atômico. 'Que nada', pensamos. Depois comentamos: 'mas que lugar, hein? Se não fosse por ela...'

Boate cheia e pronta para esperar No Falo Americano. Já tinha lido algo sobre a banda, mas não conhecia bem. Eles tocam todas as músicas que fazem sucesso, desde brega a Mamonas Assassinas. Ah, ainda anunciaram que cantariam 'rock' e soltaram um Raimundos. Um aperto sem tamanho. Tava pior que carnaval. Meu lado velho se manifestou, dei um chilique e fui para uma área menos cheia.

Enquanto isso, fui analisar o público. Faixa etária de 12 anos, só pode. Sério. Só tinha criança. Isso era notório pela fisionomia e pelas brincadeiras. Soube hoje que Taty passava por uma menina que tentava beber tequila. Toda errada, com sal no guardanapo e não no copo. Quando Taty explicou, ela "séeeeeeeeeriooo?"

Já criamos até o diálogo da menina hoje: "meu, tipassim, tava bebendo lá no The Pub e uma coroa veio me ensinar a beber tequila. Cara, foi muito demais. Bebi mais três doses e, quando vi, o Phellipe Albuquerque, do 2ºB, tava dançando com Carol - aquela da 8ª C, lembra?"

Fiquei ali, comedida, observando e sentindo o calor. Dei um giro para saber se havia algum vento. Nada. Voltei, cantarolei mais um pouco e fiquei pensando no quanto eu não tenho a energia dessa 'garotada'. Os pés latejavam, eu não achava apoio e, discretamente, os tirei. O calor não estava me fazendo bem e cheguei pro meu cunhado procurando Taty, que tava em algum lugar resgatando uma amiga que bebeu um tanto. Ia esperar ela voltar para anunciar o fim de minha noite. Não deu tempo de falar nada. Encostei no meu cunhado e disse: "to passando mal e vou desm...". Não, não desmaiei, mas fiquei naquela frescura de apaga-volta.

Pronto. "A coroa não sai para dançar, acha que veio ver The Fevers, bebeu e tá agora sendo carregada", devem ter pensado os pirralhas. A pressão caiu geral e saí andando, escorada em minha irmã e no cunhado. Nem bem conseguia raciocinar e abrir os olhos. Lá fora, ao sentir uma brisa, comecei a melhorar. Enquanto esperava pagar a conta, para meu espanto, tinha gente esperando vaga para entrar (!!!).

Uma funcionária veio perguntar o que eu tinha bebido. Ai, o julgamento...Disse logo que era o calor e que a casa estava cheia demais, que não havia espaço. Voltamos e estraguei a noite de comemoração da minha irmã. Em casa, deitada, mainha e Taty me olhavam com cara espantada, diante de minha palidez. Hoje, ainda bem, estou melhor. Estou só devendo uma 'noitada' com a minha irmã. Espero que seja algo mais compatível com nossa idade!

P.s: Taty, parabéns. Como é coisa boa, posso burlar a censura do blog. Te amo muito.

2 de maio de 2011

Terrorismo

Acordei hoje com a notícia da morte de Osama Bin Laden. Acredito que minha reação foi igual a de todo mundo: surpresa. Daí em diante, as reações começaram a divergir: uns comemoravam, enquanto outros lamentavam a perda. Mantive-me isenta, acho.

Pode ser que me falte, na verdade, conhecimento de causa para defender um argumento que me leve a ser contra ou a favor dos lados envolvidos. No entanto, acho que, na verdade, falta-me vivência nos dois lados para, assim, poder julgar melhor - se isso é possível. Estamos falando de patriotismo e religião. Como eu reagiria se alguém que amo ou que nem conheço fosse atingido na minha cidade por um avião? Como seria ver alguém criticar minha religião, meu modo de viver, além de ofender um líder?

Não, não compactuo com mortes, mesmo. Não acho nenhum motivo que justifique matar uma pessoa. Não creio que eu ia conseguir dormir tendo no currículo a quantidade de morte provocada por Osama e a que Obama anunciou sob seu comando. Só acho que não me cabe julgar uma cultura tão diferente da minha, uma história que só sabe quem vive no dia a dia. Só quem vive sob esses dois regimes é que é capaz de julgar e, ainda assim, não sei se deve porque a neutralidade vai pro espaço.



13 de abril de 2011

Brincamos de Deus

Perto de completar 19 anos, nossa poodle Negrita morreu. De velhice, como sempre pedimos a ela. Não queríamos acompanhar o sofrimento e a luta pela sobrevivência caso ela adoecesse. Ela veio deixando de comer aos poucos e, quando parou mesmo, a levamos à clínica. Internada imediatamente. Estava desidratada e seria submetida a exames para descobrir a causa da falta de apetite. Continuou no soro no dia seguinte, mas sem se alimentar. A médica nos alertou e começamos a levar a sério a eutanásia.

Diante do quadro, faríamos no próprio sábado, mas a clínica preferiu esperar mais um dia, já que ela havia se levantado. Domingo: nada de comer. Mesmo pedindo para esperar, fomos vê-la. Estava fraquinha, cansada. Optamos pela eutanásia no mesmo dia. Tive que conversar com o médico e assinar termo de responsabilidade. Eles queriam esperar pela segunda, mesmo confessando que o destino seria o mesmo.

Foi a parte mais difícil optar pela eutanásia. Dói decidir o fim de uma vida. Muito. Mas, entre lágrimas e muitas lágrimas, cheguei à conclusão que brincamos de Deus. Ele nos deu a chance de ser Ele em um final de semana. Como? Provando que discordamos de muitas coisas que não entendemos, mas que tem uma razão muito nobre que ainda não conseguimos enxergar. Foi o caso de Negrita. Tê-la ao nosso lado, ainda que sofrendo, ou deixá-la partir para descansar? Nosso egoísmo ou o bem dela?

Optamos pelo bem dela, mesmo partindo nosso coração. Escolher a eutanásia foi sacrificante. As lágrimas nos impediam de falar, mas sabíamos que era a decisão correta. Era hora de retribuir tudo o que ela fez por nós (são apenas cinco anos de idade que me deixam mais velha que ela). Também fizemos muito por ela também – não era fácil limpar a casa várias vezes, lavar lençóis e colchões dela, dar banho, amolecer a ração, ajudar a levantar, deixar o rádio ligado e afins. Obviamente, isso tudo foi feito por puro amor. E foi por puro amor que deixamos ela ir fisicamente. Ainda chegamos em casa controlando o ímpeto de ir atrás dela, ver se comeu, se está limpa.. Negrita continua em cada cantinho da casa, no nosso coração e no pensamento.

Brincamos de Deus. Provamos nosso amor libertando-a.

p.s: mãe, Taty e outros que choraram:nada de lágrimas. Pensem por esse lado, é mais consolador.

p.s 2: porra, Nega, vou passar o resto do ano pagando as despesas da clínica?! Tinha que ser você mesmo, né? (fazemos essa brincadeira porque ela sempre nos deu despesa. Ela entende)

p.s 3: quero brincar de Deus mais não. Estilei.

Por fim, o que ela gostava de fazer. Mas só um pouco.

3 de abril de 2011

Nosso Santa

Quando o Santa Cruz ganhou do São Paulo, vieram questionar o motivo de minha alegria, considerando que o gol que nos deu a vitória foi contra. Perguntaram se sou louca, se não tenho o que fazer blábláblá. Ia responder, mas já havia esfriado o assunto. Como hoje requentou, voltei a ele.

Não conquistamos o título. Ainda. Garantimos nossa vaga na Série D - sim, é a última. E é esse o motivo de outros torcedores, principalmente os rubro-negros, nos questionar: por que essa alegria toda? Então, vamos explicar.

O Santa Cruz vive um momento glorioso que há tempos não presenciávamos. Cheguei até a escrever aqui no blog sobre a tristeza que era ir ao Arruda e ver o time perder. Nós, tricolores, sabemos o que precisamos suportar até chegar a este momento.

Hoje, estamos classificados para o quadrangular do Pernambucano, disputamos a liderança e, de quebra, estamos na Copa do Brasil. Até aí, nenhum título, né? Então, vamos falar de patrimônios imateriais: garra, paixão, torcida e humildade. 

Começamos o campeonato como o patinho feio do Pernambucano. O elenco foi ganhando força, Zé Teodoro apostou nos meninos da base e fez o trabalho sem precisar alardear. Foi quieto, mas foi montando esse time de guerreiro. Isso fez uma diferença danada contra o São Paulo, que obviamente, tem mais qualidade que nós. Dizem que foi sorte porque não fizemos o gol. Pode ser, mas duvido muito. O Santa Cruz não se calou. Jogou muito bem, marcou melhor ainda. E repetiu isso hoje, contra nosso maior rival: Sport.

Com dois gols de Gilberto, batemos o Sport na Ilha do Retiro. E o que isso tem demais? Muita coisa. Calamos quem se diz maior torcida do Norte e Nordeste, quem tem não-sei-quantos-títulos-do-pernambucano, um da Copa do Brasil...mimimimimi. Nós, que não tínhamos divisão, que só vínhamos na rebaba, estamos na liderança. E, se os três pontos vêm do Sport, melhor ainda!

E a torcida do "Clube querido da multidão"? ''Maior público do ano no futebol brasileiro", disse o Esporte Espetacular sobre o jogo contra o São Paulo aqui. Lembram do "nunca vou te abandonar''? Então! Não abandonamos esse time por nada. Portanto, se estamos na alegria, deixem-nos retribuir tanto carinho que recebemos quando estávamos no fundo do poço. Não estilem. Chegou nossa vez de gritar: #CHUPACOISA, vestir o manto tricolor, nos arrepiar revendo os jogos, lacrimejando ao ver a torcida, nos encher de orgulho em matérias nacionais. Sem delongas: deixem a gente ser tricolor.

É disso que falo:




31 de março de 2011

Meu passado me condena III

Não satisfeita em destruir minha imagem tão bem transmitida com a versão I e II, lanço - aplausos, por favor - o Meu passado me Condena III:

Em algum lugar de Caruaru ou Nova Jerusalém

Clássica pergunta: o que é pior?

1 - A calça um pouco alta?
2 - Ou o top, que é um pouco curto?
3 - O cinto branco combinando com o tênis?
4 - A ideia de ligar um braço a outro dos bonecos? (Ok, isso eu faria ainda hoje)
5 - A censura? Atrás desse quadro tricolor, existe minha irmã. Por ordem judicial materna, estou proibida de postar fotos dela.

19 de março de 2011

Bichos Viard

Eis:

Negrita: essa é intocável. Falem do meu pai, mas não dela. (sério, podem falar dele ;P )



Mocinha: não se relacionou com Oliver e curte a solidão em qualquer lugar, menos no chão:




Fred: só tem uma garra, mas é mais danado de todos os bichos da casa. Neste momento, está cantarolando enquanto meu dedo se recupera de uma bicada dele. Deve estar comemorando.


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