13 de junho de 2009

Chuva

Ontem o Recife se acabou em chuva de forma impressionante, embora não surpreendente, diante da ineficiência pública. Vamos à saga:

Quando acordei para trabalhar, às 5h, o céu ainda esatva escuro por conta da chuva. Me arrumei e esperei o dia clarear para sair de casa. Antes que eu chegasse à parada, levei um banho graças a um motorisa que, com a pista livre, preferiu passar por cima da água. Não deu tempo de eu escolher que parte de meu corpo proteger. Findou que fiquei com a sombrinha cobrindo a metade do corpo. Até chegar ao bairro em que trabalho, tudo ok.

O problema começou quando desci do ônibus. A água já estava na calçada. Não havia nenhum ponto ileso. A cada ônibus que vinha, três ondas pequenas se formavam e entravam no tênis. Fiquei lá tentando pensar no que eu ia fazer. A decisão surgiu quando avistei umas baratas nas ondas. Lembrei da quantidade de sujeiraque estava naquela água e não hesitei. Peguei o ônibus que passava e preferi fazer o retorno em algum lugar. Pronto...fui parar no terminal, que fica em outro País. Só pode. Ô lugar longe danado.

Ah, adicionem a isso: sem dinheiro (estava só com o cartão, mas como eu ia conseguir chegar a um banco?) e sem crédito no celular (que estava descarregando). Enfim. Depois de quase três horas e um táxi, consegui chegar em casa.

O que me tocou, no entanto, não foi o dia desastroso. Foi perceber que inúmeras famílias são obrigadas a se acostumar a ter que andar com a água em alturas absurdas ou ter que suspender os móveis de casa para que a água não estrague o que se comprou com tanto esforço. Ou ainda não dormir com medo de ter ter o teto desabado.
Como pode isso acontecer? Isso deveria ter acontecido no dia do jogo da seleção brasileira. Passaríamos o maior vexame como anfitriões por conta da cobertura internacional, mas seria uma janela para que os políticos (que já sabem disso) passassem vergonha diante das autoridades nacionais.

Quem sabe diminuindo o prestígio, aumentaria a vontade de executar projetos que exterminassem esse problema. Se não pelo bem do povo, pelo bem do próprio bolso.
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