31 de outubro de 2010

Que direito?

Infelizmente, só hoje consegui ter tempo para acompanhar a eleição para presidente do nosso Santinha. E, mais infelizmente ainda, pude ver que transparência e respeito não estão agregados a essa democracia. Lendo o Blog do Torcedor, vi a denúncia contra o candidato da situação, Antônio Luiz Neto. Segundo o vídeo lá postado, estava muito fácil conseguir se tornar apto para votar, graças à cúpula da chapa.

Não quero aqui levantar bandeira para nenhum candidato. Como disse, pouco acompanhei o desenrolar das candidaturas e das propostas. O que me chamou a atenção durante a leitura foi a frase atribuída à ALN: “tricolor tem o direito de ajudar o outro tricolor”.

Qual o preço dessa ajuda? Compensa subestimar a paixão da nação tricolor? Sim, talvez ao contrário da eleição na política, a de futebol traz muita esperança arraigada. Uma boa parcela – talvez a maioria – dos torcedores corais não está, por motivos diversos, participando desta votação. Assim, recai para uma menor fatia de torcedores a responsabilidade de eleger o presidente. Mas e se for esse grupo que compactua com armações desse tipo?

Quem compactua não deve ter amor pelo Santa Cruz, não sofreu eliminações, derrotas e, por que não, os vexames. Também não deve ter comemorado cada pontinho conquistado com muito suor e sacrifício. Afinal, lembraria a alegria que sentiu.

Coloco meu pescoço na degola, mas arrisco a dizer e a falar por todos que o sentimento, ao ler matérias deste tipo, é de frustração. Só vem à cabeça: “Nossa. De novo?”, “Mais escândalo?”, “Qual é o verdadeiro objetivo do candidato? Já não basta a crise em que nos encontramos?”. E, finalmente, as perguntas que, para nossa decepção, ainda não têm resposta: Quando isso vai parar e quando vão enxergar o Santa Cruz como um clube de luta e torcida?”.

p.s: texto escrito em 29 de outubro. Ou algum dia antes. Ou depois.

26 de outubro de 2010

Educação (ou a falta dela)




As fotos foram tiradas no ainda vivo Rio Capibaribe, há umas duas semanas. Refletem a falta de educação das pessoas, que teimaram, ainda na infância, em ignorar o conselho dito em sala de aula: "você joga lixo no chão aqui, mas faz isso na sua casa também?"

Se não ouviram esse dito e também não dispunham de estrutura familiar (com pais ou responsáveis para ensinar), se tornaram pessoas ignorantes e desrespeitosas. São elas que jogam sacos e embalagens de confeito no chão, cascas de frutas ou sabugo de milho pelo ônibus, faxinam o carro durante o sinal vermelho, despejam sofás e demais móveis no canal mais próximo. Isso sem mencionar os animais mortos (ou vivos, no caso daquela cidadã que se desfez de cahorros jogando-os num rio), pet, sapatos, latas, vidros e demais objetos encontrados em lugares impróprios.

Mas isso é cultural. Infelizmente, muitos acham que o dever é sempre de outra pessoa ou do poder público. Nunca é nossa responsabilidade. Mas, se formos um tantinho inteligente, lembraremos que toda ação tem reação - já dizia Newton. Em suma: o lixo volta! E, muito provavelmente, são essas pessoas que aparecem nas TVs chorando os prejuízos causados pelas enchentes na cidade. Pior: ainda jogam a culpa apenas no governo.

16 de outubro de 2010

Namoro ou amizade?

Em nosso novo endereço (que já está virando antigo), o convívio com cachorros aumentou. É no final de semana que donos e cães se juntam aqui na Aurora para conversar besteira, enquanto os cachorros se cheiram ou brincam. No caso de Mocinha, ela se ocupa rosnando e babando para todos eles. 

Como a maioria é macho, sobra para Mocinha ouvir as cantadas. Sim, não existe mais o clima de paquera no sutil estilo Silvio Santos - aquele em que homens e mulheres flertavam por binóculos antes da dança. Agora, os donos chegam para mim e perguntam se eu tenho interessa em colocá-la para cruzar. Um outro, que não é nada delicado, perguntou quando ela iria viçar.

Meu espanto é que os cachorros são de raça. E, como já disse aqui, a minha também é. Aliás, várias raças. Uma mistura só. Cientificamente, não tem problema algum. Mas..e quem quer filhote de tumba-lata?

Eis o candidato: Oliver


Hobby: caçar rato no Capibaribe

O alvo:
 


Hobby: dormir um pouco

E aí?

13 de outubro de 2010

As atuais festas

Foi-se o tempo que íamos a aniversários e voltávamos com sacolinhas cheias de confeitos e brinquedos baratos na mão. Se tínhamos intimidade com o aniversariante, ainda levávamos para casa o 'pratinho da mãe'. Agora, comemorar aniversário já não é mais responsabilidade do protagonista. É tudo por conta do convidado.

Não sei se é porque crescemos ou se está relacionado ao meu círculo de amizade, que é composto de jornalistas. Ô estirpe para gostar de dividir conta! Só sei que há tempos não sou convidada a festas tradicionais. São aquelas que têm bolo temático, mesa cheia de sacolinhas, caixa para receber presentes, crianças gritando, bolas coloridas e o mais importante: brigadeiro.

Agora você é avisado que fulano vai comemorar aniversário no bar tal. E não ache que você irá se fartar de cerveja e batata frita. Esqueça, a menos que você esteja com o caixa cheio. Sim, nessa nova modalidade de aniversário você paga para participar da festa. Se o bar for organizado, cada um fica com sua comanda. Caso não, faça o favor de memorizar seus pedidos e preços para pagar antes de ir embora. 

Também esqueça o refrigerante, no copinho, doces e salgados. As opções são petiscos - no meu caso, os mais gordurosos como a já citada batata frita ou pasteis. Para beber: cerveja ou destilados.

Aqui você não verá crianças rodando as  mesas e agarrando em suas pernas. Você ficará sentado. Se der sorte e se você for amigão do aniversariante, conseguirá conversar com seus vizinhos. Caso não, prepare-se para o papo de elevador, enquanto espera o dono da festa te dar bola. Aliás, o aniversariante não estará procupado com você, com sua acomodação ou tentando fazê-lo se "sentir em casa".

Presente aqui não importa muito, o que já é bem bacana. O que vale é a farra. Aliás, em alto volume. Os risos e as conversas serão ouvidos de fora do bar. Roupa? Esqueça o chiquê. Festas desse tipo te dispensam da obrigatoriedade de ir com sua melhor roupa e cabelo escovado. Nas atuais comemorações, você pode ir depois do expediente - sim, a festa acontece em dia de semana. Usa um hidratante para mãos, joga um pó no rosto e está tudo certo. 

Vá, se jogue e, se quiser brigadeiro, ou faça você a festa de seu aniversário ou prepare aquele panelão.


10 de outubro de 2010

O trauma

Tenho um baita truama de infância. Muitas pessoas já sabem, mas acho que o post me fará lidar melhor com esse momento, digamos, delicado de minha jovialidade.

Na época do Recifolia, enquanto uns saltitavam com mamãe-sacode (ou mamãe sacode) ao som de Chiclete com Banana ou Asa de Águia, eu padecia: desfilei no Chocolate Baby. A atração era o Palhaço Chocolate - tenho certeza que é o neto quem assume o personagem agora porque o avó deve estar aposentado.

O desfile foi presentão de meu pai, que, durante as compras no falecido Superbox, resolveu passar no quiosque e adquirir o kit. No domingo, dia destinado à pirralhada, lá fomos nós. Tinha de tudo no bloco: Cavaleiros do Zodíaco, Família Dinossauro, chocolate Astro e Coca-Cola. Tudo de graça. Ou incluso no pacote da felicidade.

Lembro até hoje a música que o Palhaço Chocolate dublou durante o desfile: Chocolate Baby | Chocolate Baby | Chocolate Baby no Recifolia-a-a. Essa foi a única canção que ouvimos. Mainha era a responsável pelos registros fotográficos, enquanto painho ia na frente para fazer as imagens - nunca assisti esse vídeo. 

Não aguentamos a música e saímos do bloco antes de chegar ao corredor dos camarotes, mas não sem antes encher o bolso de Astro e Coca-cola, claro. Até porque o restante da família ia chegar para assistir ao restante do desfile - minha tia ia de binóculo "para ver as pernas de Bel Marques", dizia ela.

Hoje em dia, mudo o canal da TV quando ouço o "Alô, criançada" de um comercial dele. Também fujo quando anunciam Palhaço Chocolate como a principal atração do Dia das Crianças. E a saga me persegue. Na próxima terça-feira (12), ele fará show aqui perto, no Parque 13 de Maio.


Chocolate baby no Recifolia

8 de outubro de 2010

Consciência

Diariamente, me deparo com vários exemplos de falta de educação doméstica. Taí uma coisa capaz de me irritar: é a tal da educação. As pessoas são mudas e não conseguem cumprimentar o próximo. Também são deficientes porque não conseguem jogar lixo no cesto.

Obrigada, mãe, pelos ensinamentos.

Pois bem. Ao caminhar com a tumba-lata, levo a pá, vassourinha e jornal para catar os dejetos dela. É bem verdade que ela escolher os melhores lugares (na frente de carros que estão de saída ou de pessoas). Num desses dias, ela resolveu me matar de vergonha e fez na frente de uns senhores que jogavam dominó. Enquanto eu me abaixava para limpar, um senhor levantou, chegou para mim e disse: Parabéns. Fiquei feliz ao ver que alguém limpa a sujeira de seus cachorros.

Obviamente, meu ego fez micareta em mim e agradeci. Mas, ao voltar para o apartamento, cheguei à conclusão de que eu não deveria ser parabenizada. Esse gesto é de minha total obrigação. Não tem cabimento levar um cachorro para passear e não se sentir responsável por ele. Principalmente ali na rua da Aurora, que tem uma área de lazer para crianças. Eu deveria ser mais um.

6 de outubro de 2010

Mudança

Protelei, protelei, mas a vida, sempre ela, me chama à realidade. Chegou a hora de repensar minhas escolhas, atitudes e por que não, a profissão. Sim, na verdade, tudo está relacionado ao fato de, mesmo alertada, eu ter escolhido o jornalismo para ganhar (?) dinheiro.

Pronto. Não ganho. E eis as duas humilhações:

Tempo atrás, estava com mais alguém (tão pobre quanto eu, claro) saindo do escritório. Humildes, estávamos caminhando em direção à parada quando um carro sai do subsolo e buzina. Quem era? Seu Roberto, o porteiro! Ele acenou e seguiu no conforto de seu automóvel, enquanto nos preparávamos psicologicamente para enfrentar o aglomerado e o calor para encerrar o dia.

Outro caso aconteceu dias atrás. Saímos do escritório para saciar aquela vontade de comer batata frita. Já diria Murphy: "quando seu cartão chegar ao limite, você estará no meio da compra e não terá dinheiro ma carteira". Sábias palavras! E o que aconteceu? Pimba! No meio da compra, o atendente me vem com a frase clássica: "Senhora, seu cartão não está passando. Quer que eu tente em outra máquina, mesmo não sendo esse o problema?".

Acabou aí? Não.
Antes de chegar ao caixa, vi um flanelinha comendo lá. Enquanto eu comia (sim, @ericota pagou), ele repetiu o lanche!

Acho. Eu disse acho que é o fim do jornalismo. Vou partir para uma carreira mais rentável. Estou aceitando sugestões.

5 de outubro de 2010

Parabéns!

Hoje, 5 de outubro, é aniversário de mainha. Abestalhadas que somos, Taty e eu colamos um monte de mensagens fofas nas portas, paredes e espelhos de casa. Antes que me chamem de pirangueira, em cima de uma carta, havia o presente.

Tradicionalmente, acordamos meia-noite para parabenizar. Programei meu celular e....

Hoje de manhã liguei para ela:

Eu: mãããe, desculpa. Eu ia acordar para falar contigo..
Ela: filha...
Eu (sem deixar ela falar direito): mas mãe, coloquei o despertador, mas não consegui. Desculpa?!
Ela: Tacy, você falou comigo. Levantou, foi ao meu quarto, sambou, subiu na cama e me parabenizou. TÁ DOIDA, É?

Mãe, parabéns! Te amo. E muito.

p.s: o layout do blog está em constante mudança. Para melhor atendê-los, claro. Só estamos (@ericota e eu) tentando achar algo bacana e que combine comigo.
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