20 de agosto de 2012

Murphy no encontro


Se você não conhece Lei de Murphy, parabéns. Você é praticamente um bilhete de loteria, um golfinho no mar de Boa Viagem. Eu já tenho uma relação íntima com ele, Edward Murphy. Chamo-o de Mur Mur (pronúncia: Mãrmãr).  Sinto quando ele vai chegar junto e já me preparo para recebê-lo. Domingo é um dia naturalmente estranho. A única certeza que você tem é que vai passar Faustão e que é deprimente. No mais, é um mix de tédio, ansiedade e medo da segunda-feira.

Ontem podia ser um assim, mas não. Foi além. Bem além. Acho que já falei aqui do primeiro encontro, e agora falo do segundo. Você estar sem dinheiro durante a semana e escolher qual conta vai pagar este mês, ok. Mas emoção mesmo é sair pra um primeiro e segundo encontro no mesmo final de semana com a conta no negativo. Com uma pessoa que tem dinheiro, etiqueta e deve ter frequentado aulas com Danuza Leão.

Em primeiro lugar, a dignidade. Você recusa que a pessoa pegue você em casa, se garantindo que domingo é meia passagem. Sem falar que bora pensar no meio ambiente, no livre trânsito que o dia proporciona e etc. Conte o dinheiro, calcule e pronto. Tudo certo. Vai lá. Desce na parada e anda alguns quarteirões, mas devagar, que é pra não chegar suada. Faz a linha.

Chega à casa da pessoa, que tem uma bela decoração, copos para os variados tipos de bebidas: vinho, licor, cerveja, água suja, água natural, sem gás, blábláblá. O petisco? Fiquei “na chón”. Nunca mais me orgulharei das calabresas, farofa e fritas que faço em casa para receber as amigas – lisas também.

O molho anunciado para o almoço soou estranho. Só entendi a parte do tomate. No mais, fingi conhecer e fiz cara blasé, como uma pessoa que já está habituada a esses tipos de ingredientes. Mas tão acostumada que já enjoou. Falando em refeição, não se ofereça para preparar a mesa. Não se, assim como eu, você não fizer ideia de qual posição deve ocupar o garfo e a faca. Caso já tenha se oferecido, como eu, finja que se esqueceu de continuar o serviço e se distraia com alguma coisa, como a quantidade de souvernir que tem na casa das inúmeras viagens que realizou (e você só tem uma estátua pequena do Cristo Redentor). Por alguns motivos, não almoçamos. Pensando bem, pode ter sido bom. Vai saber como eu ia encarar o macarrão? Ops..massa.

Murphy, cavalheiro que é, me acompanhou até chegar em casa. Ônibus na volta e alguns remédios comprados, menos dinheiro no bolso. No caminho, já perto de casa, você tem uma crise de tosse. Mas é daquelas que te deixam vermelha, com olhos marejados, sem ar e todos os passageiros olhando para você. Desci correndo para comprar uma água (mais dinheiro que coloquei em circulação). Preciso dizer que perdi o ônibus? Que passei mais 30 minutos esperando outro? Que fiquei mais lisa ainda? E que uma criança vomitou do meu lado?

15 de agosto de 2012

Dia do Solteiro

Não bastando existir o Dia dos Namorados, o encalhado ainda arruma outro dia pra lembrar a má fase do amor: Dia dos Solteiros. Pra quê, Deus do céu? O dia a dia não já samba na sua cara te mostrando que todas-as-suas-amigas-são-felizes-resolvidas-e-amando-até-os-pássaros?

Não basta voltar solteiro de festa, não ter pra quem mandar um sms bêbado, suspirar ou esperar por algo que não vem ou lembrar do que nem aconteceu. A tortura vai além. Antes fossem chicotadas, serviços braçais, mas não. É aquilo que gelol não resolve. Talvez funcionem uns dramins ou um abridor de apetite que tomei ontem e que me fez quase desmaiar. Você apaga e nem tem tempo de se lamuriar.

Mas, se tem algum affair na área, arrisca. Já tem um gancho. Vai lá, manda aquela cantada, perde o tímido medo do ridículo e tenta a sorte. Sim, sou a favor! Vai que consegue um ‘chopp gelado e um amor inesperado – inesperado amooorrr’?! Dá tempo ainda.


Não convenci? Escuta o conselho de Vinícius e Baden dizendo que ‘o amor só é bom se doer’.

1 de agosto de 2012

Casos e causos


Ontem, durante conversa com amigas percebi que meu histórico de  ~pé na bunda ~ começou desde cedo. Lembro que tinha um programa de paquera em uma rádio. Toda as tardes eu estava lá colando meu ouvido no radinho de pilha. As pessoas ligavam para a produção, descreviam o interesse e disponibilizavam o número. Essas informações iam pro ar. Menos as minhas. Ligava, ligava e acho que a produção começou a fazer por implicância.

O papo se estendeu nas lembranças de amores horríveis fracos de feição. Hoje é que vemos isso e choramos...de rir. Na época, o chororô era real. Bastava tocar All by myself e a lágrima começava a escorrer, junto com as páginas do diário arrancadas enos identificávamos com Malhação. O ursinho de pelúcia, coitado, ficava morria afogado. A vantagem é que, naquele tempo, a gente não perdia o apetite e não mandava sms ou whatsapp.

Lembro que eu namorava um garoto no ginásio chamado Edmário. Lembro uma vez que ele chorou na sala de aula, mas, claro, não foi por mim. Foi para a professora que entregou a prova dele com a nota 5. Eu, acostumada a ver notas mais baixas que isso, nem me incomodei. Lembro que andávamos pelas ruas de Maranguape II e admirávamos a beleza daqueles puxadinhos com a tinta descascando. Não lembro quanto tempo durou e também não tenho mais contato com ele.

E Isaldo? Como éramos pequenos, ele era chamado de Isaldinho. Ele ficou apaixonado por mim e eu, mais preocupada em ouvir Cavalo de Pau cantar “minha estrelinha no céu”, nem dei bola para ele. Ele era um negão, tinha um sorriso lindo. Quando íamos brincar de se esconder , à noite, ele tirava a camisa e ficava no mato. Naquele breu todo, ninguém achava que ele estaria ali. Pimba! Ele era o primeiro a bater, sempre ganhava.

Teve outra vez que gamei em Henrique. Fiquei com ele em um show e ele não tinha, digamos, hálito fresco de Colgate. Ele também passava longe de ser bonito. Tinha umas feições desproporcionais e uns gestos suspeitos. Isso para mim não importava porque o perfume dele era ‘entorpecentemente’ bom. Ligava – do orelhão – insistentemente para ele. Só chamava e ele dizia que era porque deixou o celular no raio que o parta. Outro toco. A satisfação foi vê-lo a-ca-ba-do dias desses. Estou valorizada.

O mais marcante mesmo foi Guto. Ficamos duas vezes: na primeira, quando nos conhecemos e na segunda, quando me pediu em namoro. Namoramos 15 dias. Nos vimos nenhum dia. Passou o primeiro final de semana e nada. No segundo, eu resolvi acabar. Sim, eu precisava ligar e acabar, considerando que ele estava levando super a sério o namoro.

Casos assim até passam. Problema é que a memória fica. Geralmente, a da amiga. Tenho duas que, quando começam a se ameaçar, uma dispara “vai continuar? Só falo um nome para você Pablo.” Pronto. Encerra a discussão. Minha irmã, que não pode ser citada no blog, namorou com um que apareceu com uma calça de veludo verde. Não era qualquer verde. Era aquele tom abacate. O namoro não vingou e esperamos que ele, er, tenha melhorado um pouco mais o gosto.

Portanto, a lição que fica é: não chore muito porque, logo em seguida, você vai se arrepender. Ou, se não resistir, não apresente para sua amiga, não tire foto e, principalmente, não adicione como amigo no Facebook.

20 de julho de 2012

A amizade

Hoje é o Dia do Amigo. Abrace e beije aquele que te atura, te ouve e até te ignora. Aqui, não terá nada disso porque amizade verdadeira mesmo é aquela que sobrevive às sacanagens da vida. Então, nada de mimimi e lágrimas teimosas escorrendo no canto do olho. Meu círculo de amizade inclui pessoas com PHD, inteligentíssimas e sérias. Só que não.

Após um breve período de apuração, eis o que sai nas rodas de conversa - com ou sem álcool.

1. Sou eu ou sôi ela que é assim?
2. Fiquei em dúvida se é chuveiro ou chuveiro porque chuva é adjetivo e é com u.
3. Bife de peixe.
4. Pecuária é de peixe, né?
5. Ela é a plantadora da discórdia!
6. Minha rua é afalstada, tá?
7. Eu já fiz novecentas e quinhentas ligações.
8. Ela não é amiga de mim não.
9. A profissão dele é..hum..ele é grafitista.
10. Acabou o latão de água.
11. Não faço questão de chuveiro eletrônico.
12. Es mái love.
13. Olha o passeio na roda!! (comandando uma quadrilha).
14. Para a pauta, tem que ser pai.. homem!


Como sou desmemoriada ética, não citarei nomes.

18 de julho de 2012

Primeiro encontro


O tal do primeiro encontro é torturante. Podemos comparar ao famoso corredorzinho da morte que os amigos do fundão da sala faziam na escola. Você se prepara para ele, marca carreira e vai. Depois checa se saiu ileso, se vai integrar a equipe ou se vai ter que ensaiar mais para ser estapeado novamente.

Dizem – não sei – que você ensaia tudo. O que vai falar, relembra sua biografia, promete que vai rir de forma comedida e mesclar momentos românticos com outros de desprezo, o que espera da vida, valores e princípios. Também não vai comer muito para não parecer que há anos não come, mas também não vai comer pouco para não ser antipática. Álcool? Só moderadamente. A roupa? Já está planejada há anos, assim como está escolhida a cor do esmalte.

Chega o dia, a mão sua, barriga gela..um caos. No meu caso, nasce espinha. Já percebi que ela nasce próximo à boca todas as quintas-feiras. Não que toda semana eu tenha um encontro, longe disso. Mas sempre tem algo (ou tudo) para fugir do combinado.

Uma vez, saí com uma pessoa que tinha carro e moto. Justamente no primeiro encontro, o que ela escolhe? Sim, moto. Combinou com São Pedro? Não. Chuva e moto e o resultado não foi nada bom.

Mas angustiante mesmo é o segundo encontro, pela possibilidade de não tê-lo. Porque se não tiver, lascou. Você errou do começo ao fim na primeira vez, usou o sapato errado. Deve ser aquela fase de se perguntar: “mas, gente, nem deu tempo de errar! O que raio eu fiz?”. Repensa, avalia as asneiras que falou, se recrimina por ter rido por bobeira, culpa a chuva ou o sol e, quiçá, a astrologia. Sem falar que você descobre que a culpada de tudo foi a roupa. SÓ PODE.

Mas, tão certeiro quanto o Santa Cruz ganhar do Náutico e do Sport, é que nenhum dos tópicos acima serão utilizados como justificativa para o não-segundo-encontro. Dizem que levar um fora dói. Não sei, mas pelo que escuto de algumas amigas contando and se lamuriando, deve ser terrível. Quando você acha que já ouviu todas as respostas, vem uma nova e mostra que o manual do toco continua se renovando.

Hoje soube de uma amiga que estava vidrada em uma pessoa. Tanto fez que ficaram. Não satisfeita, ensaiou durante horas uma mensagem de texto. Após repensar zilhões de vezes, enviou e deve ter esperado chegar o relatório de entrega. Ao contrário do que geralmente acontece – de você esperar horas, expedientes, dias ou até agora – a resposta foi imediata. O sujeito respondeu que estava com saudade....da namorada! Chororô.

Só consegui matar um caso, protagonizado pela minha irmã. Uma vez, ela foi ter o primeiro encontro e usou um perfume que odiávamos. Além do cheiro não muito bom, ele era forte, muito forte. Era do tipo que ela borrifava uma vez e eu corria para abrir as janelas e portas e tirar os cachorros de perto, além de usar uma máscara de oxigênio. Pois ela foi com ele, no carro fechado e com o ar condicionado fechado. Foi o primeiro encontro. E o último.

Mas como esquecer as clássicas? Não sei como é, mas tem gente que, só após alguns encontros, lembra dos objetivos da vida. “Quero ficar um tempo só, sabe?”, “Não estou na fase de namorar, sabe?”, “ainda estou envolvido com outra pessoa, sabe?”. Sei. Sei. Sei. Isso depois de você passar esse intervalo se perguntando como deveria/deve/deverá agir.

Não foi nenhuma das alternativas. É Santantônio, que ainda está de greve e deixou o estagiário de mecatrônica cuidando das fichas.

18 de junho de 2012

O cabelo e a espinha

Se tem coisa que anda lado a lado é o cabelo e a espinha. Ou acontece com todo mundo - espero - ou eu sou muito azarada mesmo. Eles têm uma relação linda, mas sempre contra você. Sério. Experimenta falar em alto e bom som que tem uma festa para ir ou evento de cliente. Seu cabelo ficará lindo, sedoso, macio, no volume ideal; sua pele quase um tapete de veludo, uma delícia. Até um dia antes de seu compromisso. No dia as espinhas vão pipocar no seu rosto e o cabelo alcançará volumes jamais vistos. Sou prova viva disso. Vanessa da Mata pode sair assim porque é estilo, combina com ela. E eu? "Sai da frente, moita" ou até um "olha só, uma vassoura de cabeça pra baixo atravessando a Agamenon!".

Aprendi a driblar esses dois vilões. Não aviso que vou sair e falo baixo com amigas quando o assunto é farra. Ainda não testei dizer o dia errado, mas pode funcionar. Fato é que as espinhas não podiam ter esperado anoitecer. Não! Brincaram de war no meu rosto. Desta vez, elas capricharam. Além de evento, Santo Antônio, por vontade própria, resolveu agir e trouxe um 'affair'. Ou quase.

O cabelo saiu tão bonitinho de casa, rapaz. Mas comemorei cedo. Veio a chuva e, com ela o vento. O resultado foi estranho. Também não adiantou fingir que estava bebendo água na rua, suspender o óculos pela parte do meio ou ainda colocar a mão no rosto. O pior aconteceu. Encontrei o tal affair no elevador. Veja bem: são 46 apartamentos, umas 200 pessoas no prédio e quem eu encontro? Pimba! Tentei cobrir meu rosto com Mocinha, mas suas camadas de gordura venceram meu músculo.

Após o assunto básico, ao ser perguntada de minha vida, tasquei um "ótima, tirando essa espinha". A resposta veio completar a asneira que falei: "tô vendo, parece uma brotoeja". Agradeci o elogio, fui passear com minha filha e combinamos de nos falar.

Obrigada, querida espinha.


29 de maio de 2012

Book

Agências e contratantes, tratar comigo.



Uns bons centímetros de comprimento

Alguns minutos de sono

Ok, horas de sono

Madura o suficiente para não brincar muito

Orelha, ok; companheirismo, ok; atenção à tv, ok também

Não, ela não é obrigada a pisar no pano milhado


Flexível


22 de maio de 2012

Dia dos namorados (só que não)

Junho está chegando e, mais falado que o São João, é o Dia dos Namorados. Está dada a largada para a mulherada, que já reúne as amigas para pedir dicas do que dar ao love. O discurso de sempre: "já dei um kit com urso e chocolate; uma camisa; um tênis que ele tanto queria; relógio; noite romântica; game e etc". O comportamento masculino é que eu desconheço. Só sei de um primo que arrastou minha mãe para o centro do recife e comprou... um kit com urso e chocolates!! Ah, um ex-cunhado me fez ir ao shopping escolher presente para minha irmã. Sugeri um bem caro e ele correu. Compramos perfume e ele ainda me deu uma amostra que havia ganho na compra.

Como se vê, fui coadjuvante nas duas ocasiões. Para a minha ~ não ~ surpresa, continuo assumindo fielmente esse papel, assim como José Pimentel não deixa de ser Jesus na Paixão de Cristo do Recife. Se antes do Carnaval a correria é para acabar os enlaces para aproveitar as pegações da folia, em maio/junho é a luta é pelo desencalhe. Não falo por mim, mas pelas inúmeras encalhadas solteiras deste mundo. Que fique claro!

A saída mais óbvia para solucionar esse drama é, claro, arrumar um pretendente. Não! Um namoro mesmo. Pretendente, se você olhar a agenda do celular, você até tem. O que falta é disponibilidade. Deles. Logo, não dá para contar com eles para mudar o status de relacionamento do Facebook e menos ainda para ter uma linda comemoração de namorados.

Como firmar namoro está mais difícil do que fazer Carlinhos Cachoeira falar, vamos partir para soluções alternativas. Mas não precisa tirar as crianças da sala porque não vamos falar de intimidade, apenas formas de sobreviver a essas 24h de puro romantismo e nhémnhémnhém.

1. Nem ouse acessar o Face. Vai ser aquela chuva de declarações de amor, juras eternas, músicas que embalaram momentos e fotos! Benditas fotos de buquês, chocolates, alianças e viagens compartilhadas e marcadas. Ah, e sempre tem uma amiga que vai te marcar em fotos destacando que você ainda não é a tampa da panela de ninguém.

2. Quer coisa mais ca-fo-na que fila de motel? Então, enquanto casais esperam para entrar em restaurante e motéis, você pode ver novela, Jornal da Globo e até Jô Soares.

3. Comprar presente? Passar aperto no Shopping ou na Conde da Boa Vista? Não mesmo. Isso não te pertence.

4. Falar axim com seu amoxxinho e dizê que tá com xôudade? Coisas de criança ou de começo de namoro (a pior fase, por sinal).

5. Esperar que a sonhada aliança esteja no sapato ou, na mais cinematográfica esperança, você engasgar com o anel no meio da sobremesa. Super out.

6. Este ano, a data cai numa segunda-feira. Aproveita que é o dia que tem promoções e clones nos bares. Óbvio que os casais não vão para lá.

8. Não precisa inventar dor de cabeça. Isso se estivermos falando de casais juntos há décadas ou em crise.

9. Além de não precisar gastar com presente, você economiza seus créditos ou minutagem do telefone, já que não terá para quem mandar mensagem. (p.s: você pode gastar com uma amiga na mesma situação que você)

10. Sabe aquele livro que tá na cabeceira e que você finge dormir para ele não te ver? Aproveita, mulher, e vai ler. Além de avançar páginas, adormece fácil e não chega com olheiras no dia seguinte. Nada como uma boa noite de sono!

17 de maio de 2012

Sou gamado por mim

Uma delícia de música do grupo Sururu na Roda.:






Sou gamado por mim

Ah... eu gosto muito de mim
Ah... eu sou gamado por mim
Tem vez que me pego
Me abraço, me beijo
Me levo pro um canto
Só pra conversar
E se estou triste
Fico preocupado
Faço tudo só pra não me ver chorar
Se atravesso a rua
Eu falo comigo
Cuidado com o carro pra não te pegar
Me dou a comida na hora certinha
Faço cooper pra não engordar
Ah...eu gosto muito de mim
Ah...sou gamado por mim
Me levo ao dentista,
Ao teatro, ao cinema
Me levo pro samba e pro futebol
Em dia de sol
Eu me levo pra praia
Um rabo-de-saia e meu anzol
Ah...eu gosto muito de mim
Ah...sou gamado por mim
E quando chega fevereiro
Eu me levo pro carnaval
Balanço o meu corpo inteiro
Numa alegria geral

16 de maio de 2012

A Felicidade

Foto daqui


Enquanto ouço um chorinho e ele me faz lacrimejar, lembro de uma frase que ouvi hoje. Escutei várias durante uma palestra, mas a que vou citar me marcou mais: a felicidade está onde você a coloca. Esse estado de espírito é relativo. Algo que me faz feliz pode ser indiferente a outra pessoa, ou o contrário.

Imediatamente, mandei um sms com um sonoro "amo vocês mais que tudo" para as pessoas mais essenciais na minha vida. A felicidade está dentro de mim. E eu sou feita delas.

Onde está a sua?


13 de maio de 2012

As tias

Como diria um amigo, ''a vida é um grande SPC: aqui se faz, aqui se paga". E foi o que aconteceu esta noite ao sair com uma amiga. Pura invenção. Podíamos ter ficado em casa, até porque vi agora na cozinha que tem umas sobras de petiscos preparados pela minha mãe para ela mesma.

Mas não. Saímos. No meio da noite, encontramos uns rapazes com quem conversamos em uma festa passada - os dois tinham bebido muito. Na saída da dita cuja, vimos um deles bem agarrado ao que parecia ser um travesti. Durante os 30 minutos de conversa hoje, falamos disso. Ele, claro, negou. Ronaldo também nega até hoje.

Nos despedimos dele e fomos dar uma passada na Seresta. Achando que já tinha terminado, chamamos o táxi e, quanto esperávamos, sentamos no chão. Eis que chega um rapaz e pergunta se pode conversar porque quer apresentar um amigo e blábláblá... Educadamente, recusamos e ele retrucou: "er..vocês estão juntas?". Negamos, ele se abaixou e insistiu. Eu respondi parabenizando-o pela coragem de chegar nas mulheres e tal. Ele, tímido, disse que era porque..(esqueci) mas o fato é que ele quis dizer que, por ser feio, era mais fácil. Nossa, fiquei com tanta pena que puxei assunto.

O menino desatou a falar. Contou da vida, do ano no Japão..quando os três amigos se aproximaram. Um logo perguntou: "vocês gostam dessa música?" eu: "aham..conhecemos algumas". Sentou do meu lado e tentou puxar assunto. Me virei para dar atenção e vi que ele ainda tinha bigode ralo. Sabe aqueles pelos bem fininhos? Pronto. Parecia que ele tinha pego a pata de um caranguejo e colocado em cima do lábio. 

Enquanto eles discordavam de algo, perguntei se se conheciam há muito tempo. "Não, acabamos de nos conhecer porque pedi um gole e eles me deram a garrafa toda", disse o boy que iniciou o contato. O outro completou a explicação "A GENTE TRÊS SÂMO PRIMO" 

Fiz logo questão de perguntar a idade. 
Ele: chuta
Eu: 16. 
Ele: não..17, e tu?
Eu: 25..poderia ser tua mãe (sei que não poderia, era só pra chocar)
Ele: e tua amiga?
Eu: 27
Ele: nossa!

(nessa parte, achei que ele tava pensando "puxa..nem parece, tem cara de nova")

Ele levantou e foi para o lado dos outros amigos. Enquanto isso, o Pato Feio divagava sobre maracujás e japonês e me perguntava "como tu não me conhece? tô sempre aqui com uma camisa azul?" Cri-cri...

O papo foi encerrado tão logo o bigodudo chegou para os primos e disse: ei, pô, uma tem 25 e a outra tem 27. Vamos nessa." E foram porque devem ter pensado "ufa. Escapamos dessas duas velhas encalhadas que sabem cantar essas músicas de seresta!"

Ei, bigodudo, não somos encalhadas velhas. Somos até animadas, descemos até o chão achando que o mundo vai acabar e não sentiremos dores no dia seguinte. Somos legais, caramba!

11 de maio de 2012

Nota fúnebre


Fred preparado para o ataque

Venho por meio desta postagem comunicar o falecimento de Fred Viard, nosso doce agapone. Faz um mês, acho. Ainda não sabemos a causa do óbito, mas suspeitamos que ele não estava bem quando conseguimos tocar nele sem que um de nossos dedos voltasse mordido.

Fred foi sepultado na Rua da Aurora. Anotados no cortejo fúnebre: mainha, eu e Mocinha (que, desrespeitosamente, quis brigar com dois cachorros maiores que ela durante a cerimônia restrita aos familiares).

Agora, muito provavelmente, estará no céu comendo a ração de outro pássaro, invadindo o livro de alguém ou mordendo quem não lhe agrade. Com a ausência, temos agora apenas dois pássaros: Cartola e Barney.

Os sobreviventes:

Barney

Mocinha









Cartola
cri-cri

Alzira
cri-cri

Retiro


Quando eu falei no Facebook que estava tentando iniciar um relacionamento sério comigo mesma não era mentira.  E também não diz respeito ao fato de eu estar ~levemente~ solteira. Tem a ver com a necessidade que sinto de me dedicar um pouco mais a mim.

Acho, na verdade, que essa síndrome acomete todo mundo. Uns devem chamar de “crise dos 30”. Não sei, ainda faltam uns 15 anos para que eu chegue lá. Meu ex-psicólogo perguntaria “a idade importa, Tacyana?”. Não, não importa.

Mas já venho percebendo há algum tempo que preciso de uma pausa na agitação diária. Paro de pensar e me solto. Fico exposta, solta, disponível demais e igualmente preocupada com os outros. Logo, temos problemas de ordens diversas. Mais ou menos o que rege o dito “quem muito se abaixa..”

Quando sinto que fui longe demais, paro e fico quieta. Espero acalmar o espírito ou a tpma e volto. Até lá, retiro. Um retiro no meio do caos de todo dia. O ruim de você ser relativamente humorada é que as pessoas que convivem com você percebem quando você fica diferente. E nem precisa muito. É só ficar alguns minutos calada. Uns se interessam e conversam; outros , não. E tem aqueles que nem percebem.

4 de maio de 2012

Mããããe

Chegando aí o Dia das Mães. Em algumas cidades, é o mês de maior movimento no comércio porque os filhos se fodem correm para comprar o presente para a matriarca. Por mais que sua mãe diga "ô...não precisava. Não tem presente maior que ter você como filha (o)", não adianta. Experimenta chegar só com um sorriso amarelo e braços abertos. Você vai sofrer retaliações durante um ano, até se retratar na próxima data. Eu vou arriscar este ano nestas belas e humildes palavras, em substituição ao modelo capitalista de dar presente. Ok, o presente dela já foi dado porque é bom não arriscar muito nessa vida.

Dia desses, enquanto recebia uma amiga em casa, a conversa da mesa foi sobre marmita. Na verdade, foi sobre os potes (no popular, tupperware). Mainha é um exemplo claro da máxima "se houver um assalto, entregue bolsa, celular, roupa, tênis e meia. Volte nua para casa, mas não me volte sem o pote para eu colocar seu almoço no dia seguinte!". Aliás, acho que todas as mães. Não sei o que danado tem um pote para agradar tanto. Vovó é assim também. Quando manda alguma comida lá para casa, ela cobra e ainda diz qual é a cor da tampa. Para nós, filhos, é muito prático: perdeu? compra ali nos lojões de R$ 1,99.

Sua mãe também já deve ter concordado com a professora ou com sua chefe quando ouviram que sua cria conversa muito e brinca demais. "Ah, é mesmo. Tacyana não tem limites quando começa. Já disse para ela maneirar, mas falo em vão. Até porque, você sabe, conselho de mãe nunca vale. Só escuta o que quer".

Aqui já entra outro ponto de TODAS as mães: dramaticidade. Dizem que foi a partir de um grupo de mães que surgiu o gênero dramático. Não tem Maria do Bairro e nem Luiz Fernando (valeu, Mary). A mãe é craque em aumentar o mimimi. E quem nunca ouviu um "Ah, mas se fosse para Fulano, você fazia. Como é pra mãe, não faz..".

Outro ponto delicado diz respeito às saídas para farras. Ainda que você não chegue bêbada, tropeçando e rindo até com o abanar de rabo do totó, ela vai falar algo. Se chegou cedo, é porque chegou cedo. Se chegou tarde, ai, ai, ai. Se sair todo final de semana, vem com um "mas não para em casa essa  menina". Se não sair nunca, comenta "Não adianta economizar. Você junta dinheiro, mas a vida vem e leva."

Falando em sair, lembre-se sempre de dar notícias. Não tenha medo de parecer pegajoso com sua mãe. Se você sair e demorar a ligar, a primeira coisa que você vai ouvir "eita, sumida. Lembrou que tem mãe?!"

Se não gostou de um amigo ou namorado seu, lascou. Não se mete, mas deixa beeeeem claro que não gostou. Lembro de um ex da minha irmã que, além de não agradar em nada, nos convidou para um jantar. Lá fomos e, no meio do encontro, ele contou todo animado que tinha dado um soco em um cachorro. Foi quando ele, perdoem-me a expressão, cagou de vez. Voltei para casa sei nem olhar pra cara de mainha. Até hoje, se falarmos no dito cujo, mainha vai encher o peito e imitá-lo. Pode ter cer-te-za!

Mainha, aliás, me manda atualizar o blog. Hoje, ao comentar que eu tinha que atualizar aqui, ela "ih, nem lembrava mais que você tinha ele ainda". Como ela será a primeira a ler, vou limpar a barra: mãe, te amo!. Ah, e não vou dormir em casa hoje, tá? A gente se fala.

1 de abril de 2012

Síndrome da riqueza

Não sei se acontece com vocês, mas tenho a mania de me achar rica quando vou viajar. De avião, que fique claro. Duvido alguém querer gastar em lojas (tem?) no TIP. A ladainha começa na fase que antecede o embarque. Nem falo de escolher as melhores roupas porque isso é óbvio. Mas shampoo, perfume, hidratante, desodorante e afins, só dos melhores.

No aeroporto é que aflora mesmo a síndrome do emergente social. Já chego com mais antecedência que o necessário só para passar na livraria. Acho fraca a que tem aqui, mas dá para fazer compras, de Contigo! a Exame. Geralmente, compro livros - nesse caso, não preciso viajar para isso. Somemos a isso o fato de a pessoa nem sempre sair para tomar café, ate porque o calor do Recife não ajuda. Mas no aeroporto? Claro! Um capuchino grande, por favor. Ah, e uma fatia de bolo de rolo. A conta sai caríssima. No mínimo, uns R$ 15 só por esses dois itens. Mas quem se importa? Vou viajar!

No avião, não adianta. Você pode ser rico, pobre, executivo, muambeiro ou cantor. Todos ficam com a mesma cara inchada e cabelos amassados quando desembarca. E também ninguém tem prioridade na insuportável esteira de malas.

Eu acho que pirangagem não combina com viagem, só na rima da leitura. Se vai viajar, tem que ter dinheiro para conhecer os lugares, os pontos turísticos. Não adianta ir e ficar em casa. Mas também não precisa esbanjar. Er...não precisaria ir ao centro e comprar coisas que você compraria aqui pelo mesmo valor. Eu não tinha que ter ido ao Rio, por exemplo, para comprar bolsa e cintos. Também não precisava comprar mais livros e, menos ainda, pagar contas sozinha. Não, essa gentileza foi necessária. Também não precisei esnobar o valor das passagens de ônibus, barca e metrô. Não calculei, mas deve ter sido altíssimo, embora indispensável.

Quando você vai embarcar de volta, a síndrome da riqueza vai embora. A mala fica entupida e a bagagem de mão aumenta consideravelmente. A classe vai embora. Fica apenas o adjetivo de "econômica", que é a a classificação do voo. A arte de juntar todos os bagulhos, colocar no compartimento ou embaixo da poltrona da frente destrói a elegância. O desembarque, então, nem se fala. É só chegar no carro que você já tira o calçado e dá aquela respirada de alívio. Pouco tempo depois, você vai conferir seu extrato bancário e entra em pânico.

Estou em pânico.

30 de março de 2012

Um dia de baiana

Como sabem, ou não, fui convidada pela comunidade do Morro do Salgueiro e desfilei pela escola, em fevereiro. E passar pela Sapucaí estava – e está ainda – nos meu Projeto Rio 2013, mas eis que nada como ter Viard no sobrenome! Consegui desfilar este ano, no dia das Campeãs.

Só havia passado por lá uma vez, e de carro. Não fazia ideia da estrutura e da organização para a realização do desfile, mas...e quem se importa? Vamos lá. Andando com pessoas tarimbadas, o primeiro passo foi colocar uma fralda geriátrica (tamanho G). Depois, maquiagem. Mais depois, se deslocar para a concentração. Entre fogos, barracas, pagodes, vendedores de camisa/chapéus das escolas de samba/espetinho, fomos nos dirigindo para o ponto de encontro. Enquanto esperava, um pastel de queijo para dar a ‘sustânça’ necessária pro aguentar a noite. Isso lá pelas 23h.

Aproximadamente duas horas depois, começamos a nos vestir. Não, não tirei o posto de Rainha da Bateria, ocupado por Viviane Araújo. Não que eu não tenha um corpo para isso. Nada como uns pequenos ajustes, mínimas intervenções. Desfilei na ala das baianas. Agora posso entender porque vejo as baianas pouco simpáticas durante o desfile.

Quase 25 kg de roupa de couro. Como o tema foi o Cordel Branco e Encarnado, traços nordestinos foram ressaltados, como a Maria Bonita. A roupa incluía uma calça, saia, colete, anágua e por aí vai. Precisei da ajuda de veteranas para me vestir e conseguir colocar o chapéu. Pronto. Vestida. Agora é esperar a hora do desfile.

Até lá, segura o xixi (não consegui usar a fralda, com medo de vazar. Não ia pegar bem molhar toda a roupa). Enquanto as outras alas utilizaram o banheiro químico, nós, baianas, não. Imagina segurar a saia de lado, tirar a calça, o short, a fralda...não. O jeito é esperar sentada. Outro processo. Quando me acomodo, “levanta, vamos mais pra frente”. A gravidade não ajuda e o peso aumenta consideravelmente. Tempo depois, sentar, né? "Levaaaaaaaaanta! já vamos entrar". Desisti e fiquei em pé.

Minha prima já tinha combinado "me segue. O que eu fizer, você repete”. Fomos andando, desviando de umas 100 baianas, subindo em calçada e segurando a armação. Tudo certo até que, quando estávamos enfileiradas, não sabia onde estavam minhas primas. Fiquei fileiras e fileiras de distância delas e era impossível conseguir ir lá para frente.

Bom, vou seguir o que todas elas fizerem. Os intérpretes chamaram a bateria furiosa, entoaram o “Lá vem a Academia! Segura que eu quero ver..” e deram início ao desfile. Entrar na Sapucaí com aqueles fogos, brilhos e o público acenando é indescritível.

Quando começo a olhar para os lados, vem o primeiro grito “ROOOOOOOOOOOOOODA”. Eu olhei para trás para saber o que estava acontecendo. Nada demais.  uma integrante gritando comigo. Rodei. Aí vi que tinha uma câmera. Como havia avisado a todo mundo que ia desfilar, me senti na obrigação de aparecer na TV. Pensei nisso até o “NÃO OLHA PARA A CÂMERA!!”. Foi o segundo grito. Rodei de novo. No auge do meu giro, quando eu realmente tinha caprichado e estava quase levantando voo.. “VAI PRALI! TEM UM BURACO, UM VAZIO!!”. Rodei mais uma vez. Quando já puxava o ar para gritar com todo amor o refrão, outro: “ANDA DEVAGAR! SE VOCÊ ENCOSTAR NA OUTRA BAIANA, VAI CAIR!!”. Bicho, foi o último que eu ouvi. Rodei tanto que fiquei tonta, mas saí da vista dela.

Quando chegou mais pra frente, montei a estratégia para ver os famosos. Fui andando e rodando de banda – não sei como. Também acenei e soltei inúmeros beijos a qualquer pessoa que levantava o braço na arquibancada. Chegou um momento em que eu não conseguia sentir mais meu corpo. Pulava para que a roupa ficasse dois segundos no ar e eu pudesse não sentir peso. Variava: rodava, pulava, rodava, pulava.

Não lembro o que me chamou mais a atenção: uma garrafa de água ou a estrutura que indicava a apoteose. Implorei pelos dois. Mas, até o final, tem outra área para o público, que fazia gestos pedindo para rodar mais. Eu tentei responder com um aceno dizendo que a única coisa que eu conseguir rodar era a mão na cara deles. Mas não consegui.

Fim do desfile, casa. Quase. O anfitrião dorme, deixa os celulares fora do quarto e não atende nem o interfone. Subi com o porteiro, mas nada de meu primo ouvir as batidas na porta. Restou-me implorar ao porteiro para dormir no sofá da recepção e combinar que ele me acordasse quando o plantão dele acabasse. Acordei com a frase “Colega? Ei, colega, seu primo acordou e mandou você subir”.

p.s: foto só no Facebook

26 de janeiro de 2012

Vigilante do amor

Acabou-se o desemprego e a famosa dor de cotovelo ganha um inimigo: Vigilantes do Amor. Sim, baseado no Vigilantes do Peso, o profissional deste novo segmento será o melhor e pior amigo de quem está sofrendo os males de uma paixão.

O pacote vai incluir reuniões de grupo em bares. Com cerveja, ficará mais fácil de os participantes conversarem, divagaram sobre as desilusões, xingarem e chorarem juntos. O vigilante também irá confiscar o celular e entregar outro chip com a agenda telefônica, menos com o número do dito cujo. Ok, o número já é decorado, mas ele não vai ligar para seu novo número.

Quando você tiver recaídas, vai ligar para o Disque-Vigilantes-do-Amor. A mensagem de espera será, obviamente, gravada e será mais ou menos assim: O que houve? (resposta), por que você fez isso (resposta), se arrependeu? (resposta), viu no que deu? (resposta). Se nada disso for suficiente, a ligação cairá em uma das atendentes, que já têm o script.

Em casos mais graves, o vigilante vai até a casa da pessoa. Será responsável por rasgar e jogar fora tudo o que trouxer lembranças da época em que viveriam juntos para sempre, superariam tudo juntos, blábláblá. Dependendo, vai confiscar computador e deletar e-mails e demais provas virtuais do caso.

Vai também mudar o repertório musical. Nada de remoer ouvindo músicas que foram enviadas no clima de romance. Se só souber português, vai ouvir músicas indianas. Nada de ouvir temas de novelas, músicas natalinas, etc, etc. Na crise maior, o vigilante intermediará um affair para distração. Só para lazer mesmo.

Mensalmente, o participante será submetido a avaliações. Cada passo para frente, uma medalha. Ao final, escolhe um affair no catálogo e ganha uma viagem, que inclui passar na frente do ex, acenar, virar o rosto e seguir em frente. Genial. Podem criar a empresa.

18 de janeiro de 2012

Cupido

O lema ‘paz e amor’ só vale para situações bélicas. Já diria Martnália, que “Quem anda atrás de amor e paz não anda bem porque na vida quem quer paz amor não tem”. Eu já desconfiava que a consequencia para quem ama é a eterna inquietação. Paz é uma coisa distante. Mas agora, com melodia, talvez fique mais fácil assimilar.

Não adianta utilizar as frases de vovó “o que é seu está guardado” (Onde? Derreteram a chave?), “Deus escreve certo por linhas tortas” (aham, sei..) ou “Homem é que nem biscoito: vai um e vem 18” (já se foram os 18 e não veio um). Nada disso funciona. Nada consola. Na verdade, você dá esses conselhos aos amigos recém-pénabundeados. Claro que você fala, tá de longe. Agora quando está na situação, lasca tudo.

Tudo o que você repetia para os amigos e para si mesmo vai para o beleléu. O cupido, que é muito ágil no primeiro encontro, nem dá as caras para se explicar pela cagada confusão. Ele, a intuição, a experiência e a precaução botam a mochila nas costas e tiram férias de você. Deixam você curtir, aproveitar e...quebrar a cara. E aí eles voltam. Bronzeados e, com aquele risinho “te avisei, Mané, te avisei”, vão estourando cada balão de sonho que você criou.

Mas antes de você voltar ao centro da razão, tem que passar por aquelas fases cafonas: olhar o celular a cada cinco minutos (se não tiver mensagem ou ligação, o sinal da operadora está péssimo), chorar nas situações mais ridículas (ouvi dizer de gente que chorava enquanto pintava as paredes do quarto..) e beber e perder a noção (aliás, saudade da época que só havia convencional, sem torpedos, twitter e facebook). Tenho amigos que já choraram com Arerê, de Ivete Sangalo, e até A Raposa e as Uvas, de Reginaldo Rossi.

Mas nem tudo está perdido. Acreditamos, uma amiga e eu, que existe, sim, a fórmula para que não aconteça mais isso às mulheres. E quem a esconde é Beth Carvalho. Sim, a cantora. Só precisamos arquitetar uma forma de encontrá-la para fazer uma – apenas uma – pergunta: como a senhora consegue superar e humilhar o ex de forma tão divina?


A pessoa tem que se garantir MUITO para cantar com propriedade essas músicas:

Se Vira


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