13 de outubro de 2015

Ser quando está

Fiz um divagação no Facebook sobre a vida e o jogo War. Afirmei lá que a vantagem do tabuleiro é saber de onde vem o ataque e a oportunidade que você tem para se defender do bombardeio e invasão. Na real life a música toca de forma bem diferente. A invasão a outro território que não é seu te machuca.

Na vida real, aquela que você acorda e enfrenta um desafio diário, não tem cartas que te darão bônus ou a obrigação de repor seu exército. Você tem família, tem amigos. E são eles a te puxar no instante que você afunda na areia movediça de suas certezas, costumes, rotinas. A suposta segurança e terra firme caem. E você precisa respirar. Do contrário, se afundará. Mas é escolha, é livre arbítrio.

É a liberdade que tanto sonhamos na época de criança. Era fácil se imaginar seguro e certo de si. Afinal, pai e mão ao lado te fazem crer que nada te impedirá de ser feliz e que basta apenas um beijo na ferida para sarar instantaneamente. Mas você cresce e aprende a lidar com o verdadeiro significado de liberdade. E você apanha, apanha e aprende que o que faz sentido é ter tudo livre e à vontade, mas liberdade mesmo é saber escolher. E é errando.

A dor cura. Estranhamente, é a ferida que te faz ficar bem. É o sangue que acaba protegendo sua creca. Eu, quanto mais sangro, me fortaleço em meus princípios e essência. É cada vez que lido diretamente com o que me faz mal que recuo para o meu eu e afirmo minhas certezas e meu caráter. Por isso, escuto que, além de tudo passar, devo respeitar a tristeza e o machucado. E é verdade. É o tempo dela que vai te formando e reformando. É o passar dos dias, uns ótimos e uns ruins, que te faze descobrir quem você é, com quem você realmente está e, acima de tudo, a paz de espírito incrível que é se enxergar como ser errante e assertivo. E é aí, meu amigo, que você descobre como é maravilhoso não se perder na cegueira do ego, vaidade e orgulho. Esses três calos te impedem de se descobrir e te leva à ilusão de que você é só com o próximo, e o próximo, e o próximo.


Porque aí, no fim, você cai na correnteza de ser apenas quando está (a chave do erro). 



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