Fiz um divagação no Facebook sobre a vida e o jogo War.
Afirmei lá que a vantagem do tabuleiro é saber de onde vem o ataque e a
oportunidade que você tem para se defender do bombardeio e invasão. Na real
life a música toca de forma bem diferente. A invasão a outro território que não
é seu te machuca.
Na vida real, aquela que você acorda e enfrenta um desafio
diário, não tem cartas que te darão bônus ou a obrigação de repor seu exército.
Você tem família, tem amigos. E são eles a te puxar no instante que você afunda
na areia movediça de suas certezas, costumes, rotinas. A suposta segurança e
terra firme caem. E você precisa respirar. Do contrário, se afundará. Mas é
escolha, é livre arbítrio.
É a liberdade que tanto sonhamos na época de criança. Era
fácil se imaginar seguro e certo de si. Afinal, pai e mão ao lado te fazem crer
que nada te impedirá de ser feliz e que basta apenas um beijo na ferida para
sarar instantaneamente. Mas você cresce e aprende a lidar com o verdadeiro
significado de liberdade. E você apanha, apanha e aprende que o que faz sentido
é ter tudo livre e à vontade, mas liberdade mesmo é saber escolher. E é
errando.
A dor cura. Estranhamente, é a ferida que te faz ficar bem. É
o sangue que acaba protegendo sua creca. Eu, quanto mais sangro, me fortaleço
em meus princípios e essência. É cada vez que lido diretamente com o que me faz
mal que recuo para o meu eu e afirmo minhas certezas e meu caráter. Por isso,
escuto que, além de tudo passar, devo respeitar a tristeza e o machucado. E é
verdade. É o tempo dela que vai te formando e reformando. É o passar dos dias,
uns ótimos e uns ruins, que te faze descobrir quem você é, com quem você
realmente está e, acima de tudo, a paz de espírito incrível que é se enxergar
como ser errante e assertivo. E é aí, meu amigo, que você descobre como é maravilhoso
não se perder na cegueira do ego, vaidade e orgulho. Esses três calos te
impedem de se descobrir e te leva à ilusão de que você é só com o próximo, e o
próximo, e o próximo.
Porque aí, no fim, você cai na correnteza de ser apenas quando está (a chave do erro).