15 de dezembro de 2010

Minha culinária

Esqueçam pratos gigantes contrastando com as pequenas porções servidas nele. E também o leve molho ou aquelas folhinhas estranhas que adornam o prato e que você não sabe se é enfeite ou se é comestível. A minha culinária é completamente oposta, é aquela bem popular.

A gastronomia que está ao alcance de meu grosseiro paladar é a que inclui a batata frita. Não, não é aquela servida em bares e restaurantes. Falo daquela vendida em carroças no meio da rua. Aquela que seca com um lustre em cima e cujo óleo já é escuro - principalmente às sextas-feiras. E o que é a higiene do local? De um lado, um tonel com batatas gigantes 'de molho'; de outro, aquela fileira de bisnagas com maionese, queijo ralado, mostarda e ketchup - que te faz pensar que, na verdade, é de goiaba diante da cor rosada. Quando muito, o 'funcionário' usa uma bata. E a unha? É sorte encontrar mãos limpas e unhas cortadas e lixadas. Mas o prazer de segurar aquele saco plástico (quando se paga R$2) ou de papel (de pão, acho - valor R$1) e a constante busca de equilíbrio para comer batatas gigantes com palito e molho escorrendo compensam. Acabei de comer uma.

Quer me acabar? Passa com a carroça de hot dog (sim, no inglês) quando eu estiver na praia. Aquele cheiro de mar quando se mistura ao do molho da salsicha abre meu apetite. E tem que ser daqueles de R$1 e que você ganha um copo de refrigerante sem gás. Salivei só de lembrar. "Moço, capricha, coloca tudo bem reforçado", sempre peço. Ou melhor: pedia. Agora o hot dog divide espaço com a empada de frango.

O próximo e último item do cardápio é aquele pastel. Aí tem que ser sequinho mesmo para descer bem. Mas faço questão que ele seja de 'vento'. Enche e enjoa pastel que vem muito recheado. A graça de comer o pastel semi-vazio é ficar na expectativa de encontrar aquela lasquinha de queijo coalho ou mussarela. Ou a dúvida de saber se já começou esse bendito pedaço.

Problema é só quando o organismo reage.

12 de dezembro de 2010

Presépio

Simone, ao cantar "Então é Natal", anuncia a chegada da época mais sentimental do ano. Começam as promoções, os empurrões no centro e, claro, as decorações. Mainha já providenciou tudo, inclusive o presépio. Na casa de qualquer família normal, o presépio é formado por Maria, José, Jesus, Reis Magos, Galinha e por aí vai. Vou pular a parte do catecismo - não sou das melhores.

O fato é que aqui em casa representamos o mundo pós-moderno. Como podem ver na foto, Maria é mãe solteira; um Rei Mago já partiu e o outro já está meio deficiente; ovelha..hãn? E assim vai. Esse presépio chegou aqui em casa em 2002, segundo a memória elefanta da minha irmã. Nesses oito anos, as peças/personagens foram sumindo a cada queda ou tropeço - sim, já tivemos a inteligência de montá-lo no chão, esquecendo dos amigos desastrados ou da cachorra com catarata. Essa galinha mesmo se acha uma gata: tem sete vidas. A cada limpada, é uma queda. E a penosa é resistente!

Mas que bom que Jesus continua firme e forte em nossos corações e no presépio.


Então é Natal

23 de novembro de 2010

Causos

Dia desses, no Recife Antigo, estava com minha irmã e dois amigos dela. Enquanto esperávamos um bendito show, chega um cidadão perto da gente. Confesso que julguei e jurava que ele ia nos oferecer drogas, mas não. Ele virou para mim e minha irmã e:

Ele: Licença. Vocês são namoradas?
Todos paramos e: oi?
Eu: ela é a minha irmã.
Ele: tem certeza?


Minha vontade era: eita..bem lembrado. Deixa eu comparar a certidão de nascimento aqui.
Mas..

Eu: sim, temos.
Ele, virando para minha irmã: gostaria de falar com você.

Bem..conversaram, ele disse que ela tinha um brilho especial..blábláblá. Nunca agradeci tanto por ser aguada e opaca!


Uma vez, fui acompanhar um almoço de relacionamento. Para não passar vergonha, olhei no site e escolhi o prato. Obviamente, um fácil de pronunciar. Decorei, ensaiei e lá fomos nós.Quando o garçom chegou, acabei aceitando sugestão do chefe porque eu havia esquecido o meu pedido. Então, já que está no inferno, simbora fazer um churrasquinho. Apesar de não ser o que eu havia escolhido, estava uma delícia. Quando eu tinha comido mais da metade, o garçom volta e:

Ele: está satisfeito, senhorita?
Eu, jurando a pergunta era pura educação: ah, sim, claro. Muito.

Ele recolheu meu prato. Desde quando satisfeita = bucho cheio?

14 de novembro de 2010

Lição

Enquanto atravessava a ponte Buarque Macêdo, aqui no Recife Antigo, um rapaz mal vestido se aproximou de nós e me entregou um livro:


Ele: toma.
Eu: Hãn?! Não, pô.
Ele: sim, tome. Eu moro na rua e esse livro não vai adiantar de nada pra mim. Fique, é seu.

Óbvio que aceitei. Minha vontade era chorar e abraçá-lo. Não fiz, mas deveria ter feito.

Eis o livro:
Leitura de férias \o/

5 de novembro de 2010

Titanic

Quem tem tv paga, teve a chance de assistir, pela milésima vez, ao clássico filme Titanic - ou taitánic, na versão em inglês. Vi pela primeira vez ainda pirralha, quando o cinema do Shopping Recife ficava do lado de fora e formava filas quilométricas. Obviamente, saíamos fascinadas. Hoje, ainda me emociono em alguns trechos e dou gargalhadas em outros. Como só tenho amigo mala, Marina também reage assim. Tanto que postou no blog dela uma conversa nossa. Na mesma linha, posto aqui nossa conversa via sms durante uma exibição na tv:


Tacy: Tô vendo Titanic!!

Marina: Eu tambeeeém. Ia te mandar uma msg. Que bixo longo. Eu não sei por que, mas toda vez eu acho que eles vão consegui se livrar do iceberg

Tacy: kkk tava eu e mainha tensas aqui torcendo pra dar tempo. E Rose correndo pra avisar o corno e a mãe. Ia mudar em que?

Marina: hahahaha É muita leseira. Rose é jumentinha, e ainda apanha.

Tacy: Vou locar pra gente fazer um cine... temos que ver juntas

Marina: E fazer uma resenha esculhambando essa lambança.

Tacy: E essa banda que morre tocando? Ainda vai ter o pastor que prega enquanto segura uma tuia de gente

Marina: Aí eu respeito. Porque toda vez eu choro. Apesar da burrice deles, eles são bem solidários.

Tacy: kkk eu lacrimejo com as criancinhas. Tb prendo a respiração quando Jack fica submerso procurando a chave pra abrir a porta. Aaaii quero dormir!

Marina: Eu também. Mas preciso ver o trouxa do Jack morrer

Tacy: LÁ VEM A MALDITA PORTA. BURROS.

Marina: Hora de chorar.

Tacy: Além de pular do bote e lascar Jack, Rose fica sozinha na porta. Resumindo: ela é a vilã. E ainda canta a porcaria da máquina voadora Josephine.

Traiu o noivo rico com o pobretão, desperdiçou vaga no bote, foi salva do afogamento, ficou com a porto todinha pra ela e ficou com o diamante. E ainda o jogou no mar. Vilã!


E digo mais: mainha, Taty e eu brincávamos de Jack e Rose: uma tinha que afogar a outra.

Fim (até assistir de novo).

4 de novembro de 2010

Divagações

Acho que os sintomas de final de ano estão invadindo meu ser. Estamos no comecinho de novembro, mas já estou na árdua tarefa de refletir sobre minhas atitudes (ou a falta delas) durante os últimos 11 meses. Já comecei a falar sobre isso com minha mãe e outra amiga. A conclusão é: não fiz nada este ano. A sensação é que não cresci, apenas vivi bem na inércia.

Mas também sei que tudo o que eu fiz teve muitas dosagens de dedicação. Não fiz nada desacreditada. Houve empenho aqui em casa, no trabalho e em minha relação com amigos. Falhei apenas na minha relação comigo. Isso espera um pouco.

De imediato, acho que preciso aprender que o reconhecimento dos que estão ao meu lado não funciona como medidor do meu empenho. É claro que é uma delícia receber elogios, ouvir algo bacana de alguém que lhe é importante. Mas não precisamos (me desculpem se generalizei. Se discordam, podem falar) virar reféns desse tipo de termômetro. Temos é que aprender que nós devemos ser nossos medidores. Afinal, sabemos (sim, se nos olharmos com sinceridade) o tanto que nos empenhamos e sacrificamos por algo ou alguém. Ou também chegamos à conclusão que falhamos, amolecemos. E aí é correr atrás mesmo!

Mas o que fazer quando sabemos que agimos bem e, ao invés do reconhecimento ou do silêncio, vem o oposto? É aí que entra minha próxima etapa: saber que chega um momento em que temos que largar mão. Um exemplo de outra amiga e de minha mãe: tentaram em outra cidade formar uma vida. O feito não foi alcançado. Faltou esforço? Não. Se tentaram mas não deu 'certo', é preciso muita maturidade para saber o momento de voltar. E retornar de cabeça erguida. E assim fizeram.

Se tudo o que podíamos fazer foi feito, o que nos resta? Não já provamos - e nossa consciência também afirma - que cumprimos nosso papel? Então, é deixar com o tempo mesmo. Vamos cuidar do que está ao nosso alcance. Deixa o restante com a vida.

2 de novembro de 2010

Chiquês

E não é que é mais chicoso renomear as coisas? Agora, o chiquês invadiu o dia a dia e trouxe mudanças. Lá vai a lista que consegui lembrar:
  • Prato Feito virou Prato Executivo;
  • Pequeno virou compacto (principalmente em anúncios de apartamentos e carros);
  • Torrada virou crouton;
  • Bolo solado virou brownie;
  • Empregada doméstica virou secretária do lar;
  • Almeida Prado virou Activia;
  • Vendedora virou promotora;
  • Batata cozida virou Batata Sauté;
  • Funcionário virou colaborador;
  • Pomada (ou o antigo creme rinse) virou mousse;
  • Computador agora é pc;
  • Cohab virou conjunto residencial;
  • Favela virou comunidade (ou comunidádji);
  • Broche virou boton;
  • Calça lycra virou legging

31 de outubro de 2010

Que direito?

Infelizmente, só hoje consegui ter tempo para acompanhar a eleição para presidente do nosso Santinha. E, mais infelizmente ainda, pude ver que transparência e respeito não estão agregados a essa democracia. Lendo o Blog do Torcedor, vi a denúncia contra o candidato da situação, Antônio Luiz Neto. Segundo o vídeo lá postado, estava muito fácil conseguir se tornar apto para votar, graças à cúpula da chapa.

Não quero aqui levantar bandeira para nenhum candidato. Como disse, pouco acompanhei o desenrolar das candidaturas e das propostas. O que me chamou a atenção durante a leitura foi a frase atribuída à ALN: “tricolor tem o direito de ajudar o outro tricolor”.

Qual o preço dessa ajuda? Compensa subestimar a paixão da nação tricolor? Sim, talvez ao contrário da eleição na política, a de futebol traz muita esperança arraigada. Uma boa parcela – talvez a maioria – dos torcedores corais não está, por motivos diversos, participando desta votação. Assim, recai para uma menor fatia de torcedores a responsabilidade de eleger o presidente. Mas e se for esse grupo que compactua com armações desse tipo?

Quem compactua não deve ter amor pelo Santa Cruz, não sofreu eliminações, derrotas e, por que não, os vexames. Também não deve ter comemorado cada pontinho conquistado com muito suor e sacrifício. Afinal, lembraria a alegria que sentiu.

Coloco meu pescoço na degola, mas arrisco a dizer e a falar por todos que o sentimento, ao ler matérias deste tipo, é de frustração. Só vem à cabeça: “Nossa. De novo?”, “Mais escândalo?”, “Qual é o verdadeiro objetivo do candidato? Já não basta a crise em que nos encontramos?”. E, finalmente, as perguntas que, para nossa decepção, ainda não têm resposta: Quando isso vai parar e quando vão enxergar o Santa Cruz como um clube de luta e torcida?”.

p.s: texto escrito em 29 de outubro. Ou algum dia antes. Ou depois.

26 de outubro de 2010

Educação (ou a falta dela)




As fotos foram tiradas no ainda vivo Rio Capibaribe, há umas duas semanas. Refletem a falta de educação das pessoas, que teimaram, ainda na infância, em ignorar o conselho dito em sala de aula: "você joga lixo no chão aqui, mas faz isso na sua casa também?"

Se não ouviram esse dito e também não dispunham de estrutura familiar (com pais ou responsáveis para ensinar), se tornaram pessoas ignorantes e desrespeitosas. São elas que jogam sacos e embalagens de confeito no chão, cascas de frutas ou sabugo de milho pelo ônibus, faxinam o carro durante o sinal vermelho, despejam sofás e demais móveis no canal mais próximo. Isso sem mencionar os animais mortos (ou vivos, no caso daquela cidadã que se desfez de cahorros jogando-os num rio), pet, sapatos, latas, vidros e demais objetos encontrados em lugares impróprios.

Mas isso é cultural. Infelizmente, muitos acham que o dever é sempre de outra pessoa ou do poder público. Nunca é nossa responsabilidade. Mas, se formos um tantinho inteligente, lembraremos que toda ação tem reação - já dizia Newton. Em suma: o lixo volta! E, muito provavelmente, são essas pessoas que aparecem nas TVs chorando os prejuízos causados pelas enchentes na cidade. Pior: ainda jogam a culpa apenas no governo.

16 de outubro de 2010

Namoro ou amizade?

Em nosso novo endereço (que já está virando antigo), o convívio com cachorros aumentou. É no final de semana que donos e cães se juntam aqui na Aurora para conversar besteira, enquanto os cachorros se cheiram ou brincam. No caso de Mocinha, ela se ocupa rosnando e babando para todos eles. 

Como a maioria é macho, sobra para Mocinha ouvir as cantadas. Sim, não existe mais o clima de paquera no sutil estilo Silvio Santos - aquele em que homens e mulheres flertavam por binóculos antes da dança. Agora, os donos chegam para mim e perguntam se eu tenho interessa em colocá-la para cruzar. Um outro, que não é nada delicado, perguntou quando ela iria viçar.

Meu espanto é que os cachorros são de raça. E, como já disse aqui, a minha também é. Aliás, várias raças. Uma mistura só. Cientificamente, não tem problema algum. Mas..e quem quer filhote de tumba-lata?

Eis o candidato: Oliver


Hobby: caçar rato no Capibaribe

O alvo:
 


Hobby: dormir um pouco

E aí?

13 de outubro de 2010

As atuais festas

Foi-se o tempo que íamos a aniversários e voltávamos com sacolinhas cheias de confeitos e brinquedos baratos na mão. Se tínhamos intimidade com o aniversariante, ainda levávamos para casa o 'pratinho da mãe'. Agora, comemorar aniversário já não é mais responsabilidade do protagonista. É tudo por conta do convidado.

Não sei se é porque crescemos ou se está relacionado ao meu círculo de amizade, que é composto de jornalistas. Ô estirpe para gostar de dividir conta! Só sei que há tempos não sou convidada a festas tradicionais. São aquelas que têm bolo temático, mesa cheia de sacolinhas, caixa para receber presentes, crianças gritando, bolas coloridas e o mais importante: brigadeiro.

Agora você é avisado que fulano vai comemorar aniversário no bar tal. E não ache que você irá se fartar de cerveja e batata frita. Esqueça, a menos que você esteja com o caixa cheio. Sim, nessa nova modalidade de aniversário você paga para participar da festa. Se o bar for organizado, cada um fica com sua comanda. Caso não, faça o favor de memorizar seus pedidos e preços para pagar antes de ir embora. 

Também esqueça o refrigerante, no copinho, doces e salgados. As opções são petiscos - no meu caso, os mais gordurosos como a já citada batata frita ou pasteis. Para beber: cerveja ou destilados.

Aqui você não verá crianças rodando as  mesas e agarrando em suas pernas. Você ficará sentado. Se der sorte e se você for amigão do aniversariante, conseguirá conversar com seus vizinhos. Caso não, prepare-se para o papo de elevador, enquanto espera o dono da festa te dar bola. Aliás, o aniversariante não estará procupado com você, com sua acomodação ou tentando fazê-lo se "sentir em casa".

Presente aqui não importa muito, o que já é bem bacana. O que vale é a farra. Aliás, em alto volume. Os risos e as conversas serão ouvidos de fora do bar. Roupa? Esqueça o chiquê. Festas desse tipo te dispensam da obrigatoriedade de ir com sua melhor roupa e cabelo escovado. Nas atuais comemorações, você pode ir depois do expediente - sim, a festa acontece em dia de semana. Usa um hidratante para mãos, joga um pó no rosto e está tudo certo. 

Vá, se jogue e, se quiser brigadeiro, ou faça você a festa de seu aniversário ou prepare aquele panelão.


10 de outubro de 2010

O trauma

Tenho um baita truama de infância. Muitas pessoas já sabem, mas acho que o post me fará lidar melhor com esse momento, digamos, delicado de minha jovialidade.

Na época do Recifolia, enquanto uns saltitavam com mamãe-sacode (ou mamãe sacode) ao som de Chiclete com Banana ou Asa de Águia, eu padecia: desfilei no Chocolate Baby. A atração era o Palhaço Chocolate - tenho certeza que é o neto quem assume o personagem agora porque o avó deve estar aposentado.

O desfile foi presentão de meu pai, que, durante as compras no falecido Superbox, resolveu passar no quiosque e adquirir o kit. No domingo, dia destinado à pirralhada, lá fomos nós. Tinha de tudo no bloco: Cavaleiros do Zodíaco, Família Dinossauro, chocolate Astro e Coca-Cola. Tudo de graça. Ou incluso no pacote da felicidade.

Lembro até hoje a música que o Palhaço Chocolate dublou durante o desfile: Chocolate Baby | Chocolate Baby | Chocolate Baby no Recifolia-a-a. Essa foi a única canção que ouvimos. Mainha era a responsável pelos registros fotográficos, enquanto painho ia na frente para fazer as imagens - nunca assisti esse vídeo. 

Não aguentamos a música e saímos do bloco antes de chegar ao corredor dos camarotes, mas não sem antes encher o bolso de Astro e Coca-cola, claro. Até porque o restante da família ia chegar para assistir ao restante do desfile - minha tia ia de binóculo "para ver as pernas de Bel Marques", dizia ela.

Hoje em dia, mudo o canal da TV quando ouço o "Alô, criançada" de um comercial dele. Também fujo quando anunciam Palhaço Chocolate como a principal atração do Dia das Crianças. E a saga me persegue. Na próxima terça-feira (12), ele fará show aqui perto, no Parque 13 de Maio.


Chocolate baby no Recifolia

8 de outubro de 2010

Consciência

Diariamente, me deparo com vários exemplos de falta de educação doméstica. Taí uma coisa capaz de me irritar: é a tal da educação. As pessoas são mudas e não conseguem cumprimentar o próximo. Também são deficientes porque não conseguem jogar lixo no cesto.

Obrigada, mãe, pelos ensinamentos.

Pois bem. Ao caminhar com a tumba-lata, levo a pá, vassourinha e jornal para catar os dejetos dela. É bem verdade que ela escolher os melhores lugares (na frente de carros que estão de saída ou de pessoas). Num desses dias, ela resolveu me matar de vergonha e fez na frente de uns senhores que jogavam dominó. Enquanto eu me abaixava para limpar, um senhor levantou, chegou para mim e disse: Parabéns. Fiquei feliz ao ver que alguém limpa a sujeira de seus cachorros.

Obviamente, meu ego fez micareta em mim e agradeci. Mas, ao voltar para o apartamento, cheguei à conclusão de que eu não deveria ser parabenizada. Esse gesto é de minha total obrigação. Não tem cabimento levar um cachorro para passear e não se sentir responsável por ele. Principalmente ali na rua da Aurora, que tem uma área de lazer para crianças. Eu deveria ser mais um.

6 de outubro de 2010

Mudança

Protelei, protelei, mas a vida, sempre ela, me chama à realidade. Chegou a hora de repensar minhas escolhas, atitudes e por que não, a profissão. Sim, na verdade, tudo está relacionado ao fato de, mesmo alertada, eu ter escolhido o jornalismo para ganhar (?) dinheiro.

Pronto. Não ganho. E eis as duas humilhações:

Tempo atrás, estava com mais alguém (tão pobre quanto eu, claro) saindo do escritório. Humildes, estávamos caminhando em direção à parada quando um carro sai do subsolo e buzina. Quem era? Seu Roberto, o porteiro! Ele acenou e seguiu no conforto de seu automóvel, enquanto nos preparávamos psicologicamente para enfrentar o aglomerado e o calor para encerrar o dia.

Outro caso aconteceu dias atrás. Saímos do escritório para saciar aquela vontade de comer batata frita. Já diria Murphy: "quando seu cartão chegar ao limite, você estará no meio da compra e não terá dinheiro ma carteira". Sábias palavras! E o que aconteceu? Pimba! No meio da compra, o atendente me vem com a frase clássica: "Senhora, seu cartão não está passando. Quer que eu tente em outra máquina, mesmo não sendo esse o problema?".

Acabou aí? Não.
Antes de chegar ao caixa, vi um flanelinha comendo lá. Enquanto eu comia (sim, @ericota pagou), ele repetiu o lanche!

Acho. Eu disse acho que é o fim do jornalismo. Vou partir para uma carreira mais rentável. Estou aceitando sugestões.

5 de outubro de 2010

Parabéns!

Hoje, 5 de outubro, é aniversário de mainha. Abestalhadas que somos, Taty e eu colamos um monte de mensagens fofas nas portas, paredes e espelhos de casa. Antes que me chamem de pirangueira, em cima de uma carta, havia o presente.

Tradicionalmente, acordamos meia-noite para parabenizar. Programei meu celular e....

Hoje de manhã liguei para ela:

Eu: mãããe, desculpa. Eu ia acordar para falar contigo..
Ela: filha...
Eu (sem deixar ela falar direito): mas mãe, coloquei o despertador, mas não consegui. Desculpa?!
Ela: Tacy, você falou comigo. Levantou, foi ao meu quarto, sambou, subiu na cama e me parabenizou. TÁ DOIDA, É?

Mãe, parabéns! Te amo. E muito.

p.s: o layout do blog está em constante mudança. Para melhor atendê-los, claro. Só estamos (@ericota e eu) tentando achar algo bacana e que combine comigo.

29 de setembro de 2010

Acooorda, menina!

Mocinha:



Negrita:

Meu passado me condena II

Vamos lá.
O que mais chama a atenção?

1 - A bolsa, que deveria ser verde e já está desbotada;

2 - O relógio seguindo tendência de Faustão (lembro que eu virava de costas quando me perguntavam a hora);

3 - As poses;

4 - Eu, sempre reservada, cobrindo meios seios;

5 - A orelha da minha irmã que ameça saltar do cabelo e sorrir para o flash;

6 - As calcinhas, que, se esticadas, devem cobrir o rosto também;

7 - Os joelhos da minha irmã (mainha e eu nomeamos de Claudionor e Marieta. Quando queremos abreviar, falamos Claudioneta);

8 - Mainha dizer que a foto foi tirada de celular.

28 de setembro de 2010

Já dizia o ditado...

Já ouviu a expressão "Quando você for mãe...? Eu ouço com bastante frequência. Ainda não rasquei a boca, até porque filhos estão umas décadas distantes de mim. Mas é duro admitir que não falam isso à toa. Descobri que o sentido da frase tme lógica se analisarmos sob a ótica de que nossas opiniões vão mudando de acordo com o contexto social. Fui longe agora, reconheço. Portanto, vamos ao fato!

Eu tenho um primo, que na época de escola, usava calças arriadas e aparecia a samba-canção. Minha avó, pasma, dizia: "olha para esse menino! Isso é roupa que se use?! Fica com essa calça caindo...um horror". A reação dele - e minha também - era de contornar: "relaxa, vó, é moda. Ah, vai..e nem está tão arriada assim. É estiloso."

Mas eis que a vida - sempre ela - nos mostra que estamos envelhecendo e nossos conceitos também acompanham. Não consigo conceber a ideia de uma pessoa ser assim. O pior é que acho que não é figurino de show. "É estiloso".



Paguei a língua. Hoje penso: se meu filho fosse (o que não teria chance porque meus filhos não terao cabelo liso, a menos que usem escovas-progressivas-regressivas-medianas-japonesas-achocolatadas), cortaria o cabelo dele na calada da noite. Também quebraria esse óculos de mergulhador. E também rasgaria essa calça colorida. E também ordenava que as fotos devem ser tiradas sem bicos e dedinhos apontados. E a calça dee ficar poucos centínetros abaixo do umbigo.

p.s: perdoe-me os restartianos  miguxos que me visitam. Nada pessoal, só negócios.

24 de setembro de 2010

Qual é a música, Pablooo?

Atendendo a pedidos da túia de brasileiros, Deus nos concede hoje a graça da sexta-feira. E como é início do final de semana, músicas começam a brotar nos neurônios. O problema é que quando os neurônios resolvem fazer carreira solo, acabam esquecendo a letra e dá no que dá. Os exemplos a seguir foram coletados seriamente durante um bom tempo. Os autores? Diversos, inclusive eu!

"Se ALEMBRA* dessa paixão..faz sorrir ou faz chorar" (A Lenda, de Sandy ainda com Jr)
 * a lenda

"Me dê de presente o seu PIS*" (Pro Dia Nascer Feliz, do graaande Cazuza)
*bis

"PISCINAS* de prazer...rolam pelo ar" (Caça e Caçador, de Fábio Jr.)
*E se um grande prazer

"Se meus joelhos não ROESSEM* mais" (Pescador de Ilusões, o Rappa)
*Doessem

"Princesa tu és.. revela teu rosto, tira o MEL*" (Amor eu Fico, Netinho - único ser curado de AIDS)
*Véu

"Então você adormece e o amor EMALOGRECE*" (Não Precisa Mudar, Ivete Sangalo)
*Meu coração enobrece

"Vai buscar Dalila E O GELO...E O GELO...E O GELO*" (Cadê Dalila (que só vinha com bebida quente, de Ivete Sangalo)
*Ligeiro

"Além de trabalhar como LIMPACOTADEIRA das Casas Bahia" (Mama África, de Chico César)
*Empacotadeira

"Quem não tem 14 FILHOS atire a primeira pedra" (Tetro de Vidro, de Pitty)
*Teto de Vidro

"Fazer amor DEBAIXO DÁGUA*" (Pintura Íntima, Kid Abelha)
* De madrugada
 
"DONA varanda, amor" (Estrela Primeira, ainda é Netinho)
*Tô na

"Eu tenho medo do inseguro, dos fantasmas DA MINHA VÓ" (Não Me Deixe Só, Vanessa da Mata Grande)
*Da minha voz

Essa agora tem duas versões (AMBAS AS DUAS, erradas):

"Homem ALADO* me tire dessa solidão" ou "Homem AMADO* me tire dessa solidão" (Nuvem de Lágrima, de Fafá de Belém do Parááá)

* Ou venha logo


E olhe que tem mais!

23 de setembro de 2010

O semiassalto

É difícil me adaptar à nova velha ortografia...

Ontem, voltei para casa pelo início da Rua da Aurora, caminho que tenho feito diariamente. Logo depois do Recife Plaza Hotel, atravessei para a margem do Rio Capibaribe. Ao avistar, mais à frente, que uma mulher estava sendo abordada por um cidadão, prontamente disparei para o lado oposto da via.

Pois esse cidadão viu, começou a atravessar a rua atrás de mim e começou a falar:

O malinha: mermãããão, o povo acha logo que vamo assaltar, véi. E nem é..vim pedir dois real pra comer.

Eu (dando uma de surda, que já sou): hãn?

O malinha: a mulé ali segurou logo a bolsa achando que eu ia rôbá ela. Eu tô só pedindo.

Eu (sendo nobre para disfarçar que estava me lascando de medo): bicho, tô ligada. Mas sabe o que é, véi? Eu sei que não é tu, mas por aqui tem um monte de trombadinha..aí assusta mesmo, pô. Diz aí!

O malinha: eu quero dois real.

Eu: claro...deixa só eu pegar aqui.

Meti a mão na carteira e, por sorte, a nota que achei era de R$2.Se eu pegasse a de R$5, não teria coragem de pedir o troco.

Dei o dinheiro e aconselhei: mas é para comer, viu?

O malinha: deixa comigo.

22 de setembro de 2010

Toupeira

Eu poderia listar aqui as pérolas que ouço todos os dias aqui na redação. Até poderia, mas não vou. E o motivo é simples: Marina (@marinagguerra | marinamarela.blogspot.com), competitiva que é, arrebentou a disputa e, em menos de um mês, nos presenteou com três lambanças. Tá na liderança.

Respira fundo, segura na mão de Pai e lê:

O que você vai fazer no feriado da Carta MAGDA? (referindo-se à Carta Magna)

Leite de Magnésia tem gosto de pasta de dente sem sabor. (essa dispensa análise)

O carro-forte da empresa...(nessa aqui, Natália @natfreire concordou com Marina até perceber o erro. Só para registrar: carro-CHEFE)

O próximo post, prometo, será sobre erros de letras de música.

20 de setembro de 2010

Minha joinha

Essa é a tumba-lata que passeia comigo. Ou eu que acompanho, não sei. Só sei que me mata de vergonha porque não é sociável. Da turma que conheci, é a única sem raça. Enquanto os outros cães sacodem orelhas e pelos, ela se arrepia, rosna e baba. Um orgulho só!

Orelhuda, eu?

Bola dentro

Minha irmã tem um talento nato para falar besteira. Na verdade, achei que ela só ouvia as minhas, mas eis que descubro que ela também tem esse dom. Para quem não sabe, nós nos mudamos. Estamos em um difício que é estruturado de uma forma que ficamos isolados. Não temos vizinho de porta. Só esbarramos com pessoas quando estamos no elevador ou na rua mesmo.

Dia desses, Taty estava no elevador com uma criança e a mãe. Enquanto esperava, ouvia a conversa deles. A mãe ecplicava que a tia ia voltar e a criança respondia com um lindo linguajar: porra! porra! porra! 
Taty não se conteve e soltou com bastante manha na voz:  Que coisa feia..uma menina tããão linda falando palavrão...
A mãe respondeu: é um meninO!

Outra bola dentro dela foi no último sábado. Descemos com a tumba-lata para aliviar nosso tédio e socializar. Conheci uma pá de cachorro: Oliver, Scooby, Carla, Cau... Um rapaz estava com três cães e contava a história de Léo, dono de um deles. Após meia hora nessa lenga- lenga de conversa, Taty resolve conversar com um cachorro: Lééééo...ô, Lééééo..vem cá, vem.
Eu: Taty, Léo é o dono deles!

2 de setembro de 2010

Inocentes brincadeiras


Ontem, estávamos lembrando de brincadeiras sadias e divertidas da infância. Hoje, velha que estamos - mas não sem humor, não repetiríamos esses momentos de diversão. Ou não.

Brincadeira de @ericota: Laphayette

“Sempre tive uma vocação para ‘Amélia’. Adorava brincar de Laphayette. A diversão consistia em me tornar a personagem Laphayette – uma criada, serva, empregada e piniqueira da minha irmã e suas amigas. Elas ficavam bem sentadas na sala, enquanto eu, na cozinha aguardava o chamado, às vezes com direito a sininho:

- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
E lá ia eu, de avental correndo atender o chamado.

- Sim, patroa!

Traga o nosso lanche. Sanduíche de queijo e suco.

- Sim senhora!

E lá ia eu pra piniqueiragem. No meio do trabalho:  

- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

- Sim, patroinha

- Antes do lanche, traga um chá!

E lá ia eu para mais uma função.
Na cozinha, tinha que dar conta de tudo, inclusive dos resmungos da funcionária lá de casa que dizia, enquanto me supervisionava:

- Menina, deixe de ser besta!!! Depois nem pense que eu vou arrumar essa cozinha!

- Pode deixar, Maria, pode deixar comigo!

Lá da sala:
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

- Sim, patroa

- Tá demorando muito

- Já ta saindo, patroa!

Na cozinha a confusão estava armada

 - Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

- Sim, patroa

- Tá demorando muito, você é uma incompetente!

Sai o chá!
- Mas a borda da xícara tem que ter açúcar, volte!

Primeira leva entregue. Sento-me no banquinho da cozinha exausta quando escuto
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Corro:
- sim, patroa!

- Agora traga banana machucada. A minha com muito Nescau, a dela sem farinha láctea e muito açúcar e a dela sem açúcar. Todas, com muito leite moça!

E lá vai Lapha, cansada, amassar banana, já sabendo que vai levar uns gritos porque vai trocar os pedidos e já sem vontade de brincar.

- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, sua burra, você misturou tudoooo! Está despedida, mas antes deixe a cozinha arrumada.

E lá ia eu, cabisbaixa, enfrentar uma pilha de prato. Quando chego, Maria, já me esperava de braços abertos com um abraço e dizendo:
- vou ajudar, mas não brinque mais disso, viu?

Na outra semana já tava animada para ser - Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


Laphayeeeeeeeeeeeeeeette

Brincadeira de @allysfranco: Camila, de Laços de Família


Como ela não está aqui para narrar a brincadeira, vou tentar resgatar na memória quando ela contou. Ela e a prima, também com vento na cabeça, tinham a espirituosa idéia de brincar de Camila, de Laços de Família. A brincadeira dispensa descrição. É mais ou menos assim:

 

Minha brincadeira: bastão

Poderia trocar o nome da brincadeira por 'bestão'. Faria mais sentido. Num passado vivo no meu braço (explico já), minha irmã e eu, desocupadas, fomos imitar Faustão. Pegamos dois pedaços de pau e bolamos a brincadeira: teríamos que colocar o bastão em pé no chão, apoiar a cabeça nele e rodar algumas (ou muitas) vezes. Depois disso, tontas, teríamos que ir em frente (não sei qual a definição de 'ir em frente' depois de girar com a cabeça abaixada), subir o batente da garagem, chutar a bola na parede e voltar

Pois bem. Roteiro repassado, as duas entenderam e...já. Não chegamos à etapa de 'ir em frente'. Depois que rodei, dei dois passos pra direita e páááfh no chão. Minha irmã, também tonta, largou o bastão para me socorrer. Não sei como ela consegiu chegar perto de mim e também não faço idéia de como chegamos para pedir socorro a mainha porque meu braço estava esfolado. Sim, o chão era de cimento ou algo parecido. Ainda tenho a cicatriz aqui no braço direito.
Mais ou menos isso:



Se alguém quiser compartilhar seu momento, só nos contar aqui.

26 de agosto de 2010

Flerte

O que houve com o tempo em que as pessoas se paqueravam piscando o olho? E, num show, quando a conversa só saía depois da terceira música? E quando você simplesmente pedia o telefone - pessoalmente ou pelo garçom?

Estou perguntando isso porque hoje fui relativamente cantada por um cidadão em um evento. O que ele pediu? Msn e orkut.  Vamos ver no que dá.


O resultado

Depois de uma acirrada disputa, vamos ao resultado da votação do post anterior:

Caso 1: falência de Saramago - 33%
Caso 2: Brasão - 16%
Caso 3: cachorra falante  - 33%
Caso 4: Pissoterrado - 16%

Se somarmos o percentual, não chegará a 100, mas é quase isso. Ah, nem vem. Sou jornalista, oras!

Pois bem, vamos dar nome aos bois:
Caso 1: @allysfranco
Caso 2: @ericota
Caso 4: @natfreire

Assim, a disputa está entre Allys e eu. Como eu sou autora do blog, ela ganha e tem direito a fazer o café todas as manhãs, durante uma semana. Valendo a partir de segunda-feira.

20 de agosto de 2010

A ponta de inveja


Sabemos que é condenável o ato de sentir inveja. Infelizmente, na última quarta-feira senti imensa inveja da torcida colorada. Ao assistir à vitória espetacular do Internacional em cima do mexicano Chivas, senti uma baita dor de cotovelo ao não lembrar a última vez que pude comemorar tanto junto ao meu time, o Santa Cruz.

Deitada, vi torcedores emocionados, jogadores ansiosos pelo fim da partida e, depois, para erguer a taça. Os fogos, a fumaça que pairava o estádio, o buzinaço e a vontade de ligar pros amigos que torcem para times rivais...tudo isso está apagado na minha mente.

Como sou nova, não vivi momentos de muita glória com o Mais Querido. Lembro apenas de nossa subida à Série A – e, mesmo assim, se a memória não me falha, não subimos como campeões. Registro que fomos vencedores da Copa Pernambuco, que nos trouxe alegria, mas ainda não foi A (em maiúsculo mesmo) conquista. Restou-me dormir com o cotovelo dolorido, achando que acordaria livre desse sentimento pequeno. Bobagem!

Ao me arrumar para o trabalho, no dia seguinte, vi a camisa do Santinha e voltou todo o meu despeito. Não é inveja da má e nem vergonha do nosso tricolor. Jamais! Achei merecida a conquista to Inter. Jogou bem e colocou os mexicanos no bolso. O que senti foi a angústia de não poder gritar ao mundo que somos campeões, de silenciar as torcidas adversárias com nosso orgulho saltando pelas ruas. Mas, como fiéis que somos, vamos seguir em frente atrás desse objetivo. E, com essa conquista, meu amigo, ninguém nos deterá. Colocarei a camisa tricolor e usarei como farda aqui no trabalho. E vão ter que nos aturar.

É disso que falo:

13 de agosto de 2010

Foi pela dor

Quebrando a sequência de postagens divertidas, o texto de agora é apenas um desabafo. Minha pretensão talvez seja dizer para vocês o quanto é importante estarmos cercados de pessoas que nos amam. Ontem, na dor, constatei isso.

Para quem eu não pude ligar, o que aconteceu: meu tio-avô veio do Rio de Janeiro junto com a filha dele. Estão hospedados na casa de minha avó - a irmã dele. Ele já é idoso, tem umas falhas na memória e não conhece o Recife. Nem Olinda, onde minha avó reside. Ontem, ao sair com a filha dele, não quis entrar no salão com ela, que acabou o perdendo de vista. Foi aí que começou tudo.

Minha avó, também idosa, começou a  ligar para os filhos e netos e contar o ocorrido e pedir ajuda. Quando recebi a ligação da minha mãe, era início da tarde. Fui para lá me juntar à família. Enquanto isso, um  primo já o procurava por toda a orla de Olinda, além de hospitais; meu tio andou pelas ruas da redondeza; outro primo estava com a esposa na delegacia registrando a ocorrência. Depois, fui com mainha a mais um hospital e lá encontramos meu primo. Nesse meio tempo, liguei para amigos jornalistas. Imediatamente, todos se mobilizaram para divulgar foto e informações sobre ele.

Vou ser breve: nos dividimos e procuramos nos terminais de ônibus, no Alto da Sé, nos hotéis e abrigos de Olinda, no shopping (ele já tinha ido lá durante a estada)...nada!  A hora passava e angústia aumentava. A preocupação se dividia nele, que estava perdido, e em vovó, que estava sofrendo horrores. Ainda fomos ao Hospital da Restauração e ao IML - uma das partes mais dolorosas, por sinal. Antes de voltarmos à casa de vovó, mais uma volta em Olinda.

Finalmente, no início da madrugada recebemos a notícia de que ele estava em um abrigo em Paulista. Não sabemos direito o que aconteceu, mas um policial estava com ele no bairro dos Coelhos e o levou para o abrigo. Fomos buscá-los e ele estava muito bem e lúcido. Fez piadas e tudo!

Pois bem! Foi no meio dessa dor da angústia e desespero que revi toda a minha família. Estávamos focados na mesma causa e em sintonia. Compartilhamos esse momento, nos abraçamos, nos entreolhamos cada vez que íamos entrar em um hospital numa tentativa de transmitir uma força que duvidávamos ter. E tivemos.

Jantamos, cuidamos do outro, beijamos a cabeça, rimos entre lágrimas, fizemos piada em cima da dor, imaginamos que ele estaria jogando dominó e tomando cerveja...não economizamos nossos amigos e parente de parente. Teimamos e também pedimos socorro ao outro. Revimos nossos conceitos, valorizamos notícias que buscam desaparecidos. Também percebemos a importância que tem um e-mail com o retrato de uma pessoa perdida.

Espítira que sou - aliás, minha família também -, acredito que nada aconteceu à toa, sem um propósito. Deus e sua equipe espiritual estavam lá de cima nos vendo e testando nosso amor. Acho que passamos por essa prova. A lição ainda está sendo digerida, mas o ponto que convergimos durante uma emocionada prece de agradecimento que fizemos em família é que nos amamos. Temos divergências, discutimos de leve, nos encontramos nas datas especiais...mas pudemos, pela segunda vez para mim, estar juntos e aprender pela dor. 

A prece também foi direcionada aos amigos. Caramba...como fiquei surpresa com a reação dos meus amigos. Não que eles fossem me deixar na mão, mas a solidariedade foi tão grande! A geral do trabalho, então, nem se fala!

Que Deus nunca permita esquecer esse momento e quem nos ajudou. 

Obrigada.

10 de agosto de 2010

Pérolas

Ao longo dessa jornada da vida, colecionamos pérolas que nos fazem gargalhar, mesmo quando não há mais graça. Vou compartilhar com vocês e abrir para votação. Obviamente, não direi, ainda, quem são os autores das proezas - embora seja óbvio.

Caso 1:
No dia da morte de Saramago, fomos almoçar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas foi para usar como referência. Estávamos almoçando e..:

Alguém: sobre o que vocês estão conversando?
A anta: sobre a falência de Saramago.

Caso 2:
Final do jogo do Santa Cruz, a torcida gritava para o juiz: "Ladrão! Ladrão!". Qual foi o diálogo no camarote?

A anta: Ué....mas por que eles estão falando de Magrão?
(para quem não sabe, Magrão é goleiro do Sport, time adversário do Santa Cruz e que nem em campo estava)

A outra anta: é não, rapaz. Eles estão gritando: Brasão, Brasão?

Caso 3:
Uma pessoa foi narrar episódio com a cahorra. Foi mais ou menos assim:

"Aí eu quis saber se ela queria isso. Aí ela: NÃO. Então, eu..."
(sim, a cachorra respondeu que não.)

Caso 4: 
Não lembro bem o assunto, mas a pessoa dispara:

"Menina, um monte de gente foi pissoterrada"
(pisoteada + soterrada)

Valendooo!

6 de agosto de 2010

Meu passado me condena I

O que mais chama a atenção na foto?

1 - O mofo na parede da escola;
2 - A marca (ou a falta dela) dos refrigerantes;
3 - A tampa do ar-condicionado;
4 - A hora (deveríamos estar em sala de aula);
5 - O tamanho da minha orelha?

3 de agosto de 2010

Lei da Palmada


A deputada federal Maria Rosário (PT/RS), propôs um projeto de lei defendendo que a educação de crianças seja baseada apenas no diálogo. Assim, proíbe que pais utilizem palmadas, beliscões ou qualquer tipo de agressão como forma pedagógica em crianças. É a chamada Lei da Palmada.

O projeto ainda está caminhando para a aprovação - ou não. Bem, se meu voto fosse consultado, diria não. Para quê mais uma lei para defender o que já prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, que  acaba de completar 20 anos de existência? Não seria mais lógico revisar o ECA?

Um advogado, em entrevista que acompanhei, utilizou a Lei Seca como parâmetro. Ele questionou: desde quando foi permitido ao cidadão beber e, em seguida, dirigir? Nunca. E continuou: E agora, quando deixou de ser ilegal pais baterem em seus filhos? E o crime de maus tratos?.

Concordo plenamente com ele. Espancamento gera violência. Assistindo à reprise de Happy Hour, um psicólogo afirmou que crianças com mais de cinco anos já conseguem compreender o que os pais querem ensinar. Assim, o diálogo é a principal via que leva à educação. Nestes casos, agir com palmadas (daquelas violentas) vai piorar o relacionamento e comprometer a formação dos pequenos.

Crianças pequenas ainda não entendem bem o motivo que o impede de colocar a mão na tomada. O pai fala, repreende e o pequeno insiste em colocar o dedo. O que fazer? Explicar que o choque pode causar queimadura ou fibrilação cardíaca? Resta apelar para algo físico. Mais uma vez, não estou falando de surras, mas de um ''solavanco'' para despertar a criança.

Não sou mãe, mas sinto que, dependendo do que meu filho fizer, levará uma palmada. Apanhei algumas vezes na infância, quando minha mãe julgava necessário. E minha irmã levou algumas também. Hoje eu concordo com os motivos - nem todos, viu, mãe!? Não crescemos violentas ou temerosas. Somos educadas, sabemos nossos limites e a consequência de nossos atos. 

Obviamente, o resultado da educação varia porque estamos falando de personalidades e formação de cidadão. Mas acredito no amor e na intenção de educar com bom senso e responsabilidade.

2 de agosto de 2010

O tempo passa, mas a saga...

Escrevi esse texto abaixo para o Raulles, nosso falecido blog da faculdade. Isso foi em 2006.
Saudade...


Onibus....oh, vida! oh,céus!

Bem, comecemos uma série de situações cotidianas e que nos estressam muito, mas depois conseguimos dar boas gargalhadas desses fatos.
 
Ônibus lotado, povo apertado / Será que na vida tudo é passageiro / Um calor danado, povo sem dinheiro / Tenho lá minhas dúvidas se Deus é brasileiro......(Terrasamba)
 
Abrindo a temporada (temos que criar um nome), vamos falar sobre o coletivo de pessoas, digamos, menos favorecidas, ônibus. Acredito que todos vocês, cara dezena de leitores, já passaram por tais situações: correr para chegar a tempo - fiz isso ontem-, esticar o braço e o filho da p. do motorista fingir que você nem estava lá, o ônibus passar por uma poça d'agua e o povo olhar para você com aquela cara "tadinha...se molhou toda.....esses motoristas...", o passe-fácil acabar justamente no dia em que você planejou carregá-lo mas que acabou não indo - e sobrar para vc fazer rolo... 
 
Dentro do ônibus, outra fase: a da sobrevivência.Você entra no ônibus e, quando está vazio, você é obrigado a enfrentar todos te olhando e analisando sua roupa. Quando cheio, seu único pensamento é "onde vou me enfiar nesta porra?!". Quando você encontra aquele lugar espremido chega alguém depois para lhe roubar aquele único espaço que você encontrou na barra de ferro (acontece geralmente quando você vai se coçar ou ajeitar alguma coisa, aí o seu companheiro em pé aproveita e toma seu espaço). Se vc der sorte, a pessoa sentada faz a gentileza de pedir para segurar suas sacolas. Bom, né?! Mas às vezes a pessoa finge estar dormindo e nem se oferece. 
 
Aí começa a dureza...segurar sacola, se equilibrar com uma mão apenas e, para completar, o motô tá virado na porra e está na maior velocidade e ouve-se o tradicional grito "tá carregando boi, é, motorista?!". Alguém vai passar e leva seu pé, assanha seu cabelo e quando o motorista não para é aquele inferno "vai descer, motôôôôôô!!"
 
Já passei por todas as situações citadas e acrescento: já dormi. Não foi um cochilo ou bodeada ou pescada. Apaguei mesmo. Compartilharei....
 
Largo de meu trabalho, umas 12 e pouca. Pego meu casaco e ajeito para que ele fique entre meu ombro e a janela e eu possa repousar. Foi o fim! Só acordei lá no meu bairro, ARRUDA. Só acordei porque o cobrador, já meu conhecido de todo santo dia, começou a me chamar. Como não escutei, ele pediu para que uma menina - ela estava lá longe- me acordar. Quando acordei, o ônibus estava parado e todos dizendo "olha a parada..olha a parada!"...só consegui botar o casaco na cara e descer. 
 
Ainda sonolenta, segui em frente, mas percebi que não estava indo para o lugar certo. Pensei "ele ainda me acorda no lugar errado!". Quando me dei conta, EU estava desnorteada e fui pro lado oposto à minha casa....cheguei em casa chorando e rindo ao mesmo tempo...e pensando em como iria encarar o cobrador na manhã seguinte.
 
Ufaaa...acho que isso foi mais um desabafo!!
Bjs, e postem, seus inoperantes!!
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