“O perigo de uma história única”, de Chimamanda Ngozi
Adichie
Livro fino e com uma linguagem simples. Não sei se é o segundo ou o terceiro livro que leio dessa escritora nigeriana. Ela fala sobre as visões estabelecidas e, de tão reproduzidas, tidas como verdade absoluta. Isso vem por livros, filmes, histórias contadas, entre outros meios, que estereotipam povos em uma visão unilateral e superficial. Vou ler novamente porque acho que tenho mais para absorver de lá.
“Eu destilo melanina e mel”,
de Upile Chisala
Os textos são curtos e as
mensagens, intensas. Com leveza, poesia e rima, fala do que é ser uma mulher
negra. Em uma das páginas, ela diz: “Eu amei essa pele muito antes de você
respirar nela / eu não serei uma coisa bela a escura desfilada por aí / eu não
sou para ser mostrada / eu não sou para a sua piedade ou para o seu prazer /
amar a mim nunca será um ato de caridade”. Além disso, traz amor e romance,
sempre ressaltando o valor e amor próprios.
Sou suspeita para falar porque
conheço a autora e, ao ler, vem a voz dela contando a história da aventura que
une crianças e adultos pelo bem da natureza. Mais que isso, consegue incluir,
numa só história, menções aos nossos ancestrais, respeito às diferenças,
importância do amor, afeto e solidariedade.
“Coragem”, de Rose McGowan
Pela capa, achei que o tema teria
relação com o câncer. Pura visão limitada a minha. O corte do cabelo representa
a libertação da mulher em meio a uma sociedade que estabelece o padrão de
beleza que deve, inconscientemente, influenciar tantas outras mulheres. Mas
esse é só um dos alertas da atriz. O livro é bem doloroso, especialmente para
nós, porque fala de abusos sexuais e, tão violento quanto, do silenciamento das
pessoas. No caso da experiência dela, da indústria chamada Hollywood.
“Casagrande se seus demônios”,
Casagrande e Gilvan Ribeiro
É o primeiro de três livros que
falam sobre o jogador, militante, ser humano. A obra compartilha diversas
memórias boas e ruins da vida de Casagrande com leveza e honestidade, que fazem
a gente se sentir à vontade para chamá-lo de Casão também. Exceto duas
colocações questionáveis (uma é um trocadilho de esquema tático na paquera em
que o texto fala “a iniciativa partia muitas vezes das próprias garotas. As
defesas se abriam, sem qualquer pudor, para ele entrar com bola e tudo” e outro
que critica o humor politicamente correto de hoje em dia). No mais, é um livro
muito bom, cheio de informação e que me fez continuar lendo sobre nas buscas da
internet.
“A corrente da vida”, de
Walcyr Carrasco
Juvenil, mas bem bom relembrar
levemente a época do surgimento da AIDs e o preconceito que envolvia a doença,
especialmente pela falta de informação. Remédios caríssimos, ausência de
política pública para o tratamento e a alta taxa de mortalidade da época são
registros tristes na obra, mas que mesclam com a solidariedade e amizade da
turma da escola.