29 de março de 2009

Sim, eu tenho moral. Ou não.

Minha moral nunca foi lá essas coisas. Aliás, raramente funciona. Na época de faculdade, só me ouviam de fato durante os trabalhos. E olhe lá. Nos meus ambientes de trabalho, então, nem se fala. Na roda de amigos, a situação é a mesma. Em casa? Igualzinho. O agravante é a presença das cachorras, que também só me obedecem quando acham conveniente.

Vamos a alguns exemplos:

1
Estou varrendo a calçada da minha casa. Cato folha, copo descartável, papel de chiclete..e por aí vai. Depois de quase tudo limpo, dou uma revisada e resolvo recolher os insistentes. Quando estou terminando a limpeza, uma cidadã me vê na faxina e o que faz? Amassa mais um copo descartável e joga na rua enquanto eu, atônita, acompanho cada movimento dela matando com o meu olhar.

Não me contive e: "Aí é fogo. Tô aqui varrendo e a mulher vem e joga mais um copo no chãããão!?" E ainda ganhei coro da minha irmã, que: "É..gente porca é assim mesmo". O que a infeliz faz? Coloca o capacete e vai embora sem nem demonstrar um pingo de remorso.

Aliás, quero deixar registrado o meu voto para que falta de educação seja crime, com direito a prisão perpétua ou pena de morte,tanto faz.


2
Mainha me chama para dizer que umas crianças da igreja ao lado estão se divertindo cada vez que jogam pedra no telhado daqui de casa. Inflo de ar e vou lá trás ver quem são os meliantes mirins. Ao chegar lá, dois meninos na rampa da igreja ficaram me olhando. Deviam ter, no máximo, uns sete anos.


Eu, de posse de toda a minha brabeza: Ei, são vocês dois que estão jogando pedra aqui no telhado. São eles, mainha?"
Mainha: eles disseram que foi outro menino.
Eu, já sem o fôlego de antes: São vocês ou não?
Um dos elementos: Eu juro que não fui eu. Juroo!
..............
Ele etava gesticulando com uma cara de tão desesperado que quase - eu disse quase - me sensibiliza.
..............
Eu, já para encerrar isso com moral: olha, vou confiar em você, está bem? Você diz que não é você e eu vou acreditar. Combinado?
Ele assentiu com a cabeça e terminamos o assunto.


Ah, vai. Era só uma criança.

Algumas cenas


Estávamos, uma amiga de trabalho e eu, terminando o almoço e decidindo quem desceria para comprar brigadeiro. Após optarmos pelo sorteio, ela foi a escolhida, de acordo com o papel. Ah, não vai importar se eu só escrevi o nome dela nos papéis, né? Após descoberta do meu erro (pura ingenuidade minha, claro), descemos as duas. Ela já havia desistido do brigadeiro e queria comprar um dudu ou sacolé de chocolate. Fomos entrando na favela e achamos a placa indicando o local da venda.

Ela: quais são os sabores?
A moça: tem de biscoito, amendoim e disso, daquilo....
Ela: não tem de chocolate?
A moça: Não.
Ela: então, pega tal.
Enquanto aguardávamos, comentei com minha amiga:
eu: Rapaz, a gente andou tanto para não ter? Ah, já sei. Pergunta a ela o sabor do biscoito. Pode ser que seja de chocolate.
Ela: É!
Lá volta a mulher com o dudu.
Minha amiga: É...qual o sabor do biscoito?
A moça: hãn? Ah..o biscoito é de......hum....é... de biscoito mesmo.
Nós: ah...obrigada.

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Vamos mudar o endereço do escritório. Na verdade, só a sala, já que continuaremos no mesmo empresarial. Indo e vindo com os materiais, estávamos esperando o elevador para descer até que um dos companheiros de labuta diz:
Ele: Tacy, um maribondo.
Eu corro batendo a mão por cima de mim.
Ele: Nãão. Tá na tua cabeça!
Antes que eu tocasse minha cabeça, ouvi o pááááááfhhh. Era um caderno de capa dura em mim. Quando consigo abrir o olho, vejo o bicho no chão, a outra colega de trabalho tirando o caderno de mim, enquanto os outros dois riem, fazendo todos do andar se virarem para a cena.

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Estou indo para a sala para ter aula de inglês. Educada que sou, entro e:
Eu: Good noite.
A professora, passada com o que ouviu: Hum...palavra nova, né?
eu: Heh! Neologismo, professora.
Ela: Hum..vou começar a exigir o inglês durante toda a aula.

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Uma colega do trabalho levou o filho para o escritório. Ele é lindo, fofo demais. Fui tentar ficar amiga dele. Puxei o assunto:
Eu: Lindo, você aqui! Está faltando aula, né? haha..
Ele: eu estudo à tarde.
Calei-me.

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Dia desses, acordei e fiquei mazelando aqui em casa. De repente, escuto o som do caminhão do lixo. Lembro que não tínhamos colocado o saco lá fora para o recolhimento. Abro a porta naquele traje "short, blusa" e com o rosto inchado.
Pergunto ao gari: dá tempo de eu pegar o saco lá dentro?
Ele, debochadamente: dá...corre que dá.

Acreditei. Corri, abri lá trás, peguei o saco e, quando ia abrir a porta para entregar o lixo, passa o caminhão com todos os garis pendurados. Inclusive o que me falou que dava tempo.

26 de março de 2009

Frases....

Sim, sou ocupada. A questão é que o processo de produção de besteirol cerebral é constante e funciona paralelamente às atividades rotineiras do trabalho e de casa. Entre esses surtos, estive confirmando algumas frases e ditados em que acreditamos. A questão é que só quando nós que proferimos, não quando ouvimos ou tentamos aplicar em nós.

Vamos lá:

# Deus escreve certo por linhas tortas;
# O que é do homem, o bicho não come;
# A pressa é inimiga da perfeição (vai dizer isso para um jornalista!);
# O trabalho enobrece e dignifica o homem;
# Homem é que nem biscoito: vai um e vem 18;
# Você é superior a isso;
# Ele é quem te perdeu;
# Estava brincando, rapaz. Precisa se estressar não;
# Seja mais você...


Com certeza tem mais, mas perdi o raciocínio para lembrar.
Beijos

18 de março de 2009

Sinais

Eu acredito em sinais. ‘’Boto mó fé’’ neles. Claro e óbvio que não me refiro aos semáforos de trânsito, mas, sim, aos ‘toques’ que a vida dá. Vejamos:

A viagem que fizemos para o Rio de Janeiro foi em abril/2008. Na minha mesa de trabalho tenho um calendário. De um lado, as datas; de outro, uma paisagem de algum lugar do País. Folheando agora há pouco, o que percebo: qual lugar corresponde ao mês de abril? Isso mesmo! Rio de Janeiro.

E agora, será que devo ir para lá fazer jus à mensagem divina? Alguém que queira doar minha passagem em nome dos Céus?

13 de março de 2009

Lá vem o Homem da Meia Noite...

Podem me chamar de ufanista, não ligo. Fato é que qualquer pessoa se emociona e se orgulha de alguns (se não todos) valores e manifestaçãoes culturais expressas em sua cidade. Ontem, em comemoração ao aniversário de 474 anos de Olinda, subimos as ladeiras da Cidade Alta arrastando um tio que veio do Rio de Janeiro. Passamos por diversos pontos, incluindo o Alto da Sé, Mercado da Ribeira, Igreja de São Pedro, e por aí vai..

Paramos em frente à sede da Prefeitura de Olinda, local onde estavam programados o corte do bolo e as apresentações musicais. A Orquestra do Cemo começou sua apresentação, mas foi dificil para ela competir com os blocos, ora líricos, ora afoxé ou ainda de frevo de rua. As pessoas que lá estavam se dividiam para acompanhar tudo o que passava, sem deixar o pé de perto do palco, claro. Até aí, nenhuma novidade. Não para mim.

Eis que vem uma orquestra. Sombrinhas de frevo, passistas, povo e...ele! O mais tradicional boneco das ladeiras de Olinda: o Homem da Meia-Noite. Com sua roupa verde e branca e a cartola preta, ele se aproximou lindo e soberano, como sempre. Seus aproximadamente 50 Kg eram carregados por alguns bonequeiros que se revezavam, com orgulho, nas ladeiras. Do alto, ele observava a folia e era observado por quem queria tirar fotos ou apenas admirar um trabalho tão bem feito e zelado pelos presidentes do clube, criado em 1932.
Seguimos acompanhando e, a cada aceno, cumprimento reverência ou qualquer outro movimento do Homem da Meia Noite, era um arrepio. Como não sentir tudo isso em uma noite de lua cheia, ladeiras razoavelmente ocupadas e aquele frevo rasgado em que o melhor instrumento é a voz do povo? Como?

Quando eu fizer meus cursos sobre Antropologia e Cultura, volto com mais filosofias consistentes a respeito dessa interação e paixão! Por enquanto, vale visitar o site do bloco (http://www.homemdameianoite.com/index.html) e espiar algumas fotos.


* Foto retirada do site do bloco.

NAÇÃO ZUMBI VOLTA A JOÃO PESSOA

Galera, vale a dica!


Se o maracatu pesava 1 tonelada no penúltimo CD, o sétimo álbum da banda pernambucana Nação Zumbi merece ser degustado faixa a faixa pelos ingredientes sonoros mesclados à maturidade musical da banda. E é isso que o público paraibano terá a oportunidade de saborear no próximo dia 20 de março, na casa de shows Solar das Águas localizada no Jacaré. O evento conta com a assinatura das Madames Sonoras, via Maria Ferraz e Rose Viard, que ano passado trouxeram pela primeira vez à cidade China e H. Stern Band. E, para incrementar ainda mais a noite, a presença de Buguinha Dub e DJ 440 promete saciar os amantes da boa música.


Serviço

Show: Nação Zumbi, Buguinha Dub e DJ 440

Data: 20 de março

Hora: 22h

Local: Solar das Águas – Praia do Jacaré

Ingressos: Primeiro lote a R$ 12,00

Segundo lote a R$ 15,00

Na bilheteria a R$ 20,00


6 de março de 2009

CS

O pessoal do trabalho e eu estávamos sentados conversando besteira (muita, como sempre) enquanto esperávamos a fila andar. Minha vizinha de bancada (favor ler abaixo o p.s) sugeriu uma brincadeira chamada CS. "Eu digo uma palavra e a pessoa seguinte diz outra que esteja relacionada à que eu disse, mas não pode começar nem com C e nem com S. Presta atenção porque a terceira pessoa a falar tem que continuar com o que a segunda pessoa falou e não a primeira", ela explicou. E continuou: "Entenderam, né?!" . Todos afirmaram.

A brincadeira seguiu até que, aos poucos, as pessoas foram sendo eliminadas. Eu, obviamente, fui uma delas. Quando restaram apenas duas, minha outra vizinha pede para eu dizer uma palavra para elas iniciarem o duelo.

Eu: Sol!
Elas: Sol....anta, você falou a palavra com "s"
Eu: hahaha...foi mesmo. Ô demencia a minha. Deixa eu ver outra!
Elas: ....
Eu: Céu!
Elas: Ótimo. Céu!
Eu: Eitaaa..é com a letra "c"
Elas: Jura!? Deixa pra lá que a gente pensa em outra!

Ê povo intolerante esse!

p.s: Uma explicação do que é a bancada. Onde trabalho, divido uma bancada com mais duas pessoas. Sou a que fica no meio e, juntas, compomos a ala mais besta e lesa do escritório. Tudo o que não deve ser dito, falado ou pensado reina lá.

Universo Fulebolístico

Definitivamente, entender técnicas, jogadas e armações de futebol não é comigo. Não mesmo!
Por mais que eu leia, me intere das novidades e acompanhe notícias do meu time, não consigo dominar o assunto. Vamos à explicação.

Ontem, os homens da família estavam aqui em casa me esperando para irmos ao jogo. Geralmente, sou a única do gênero feminino no grupo. Apesar disso, nos entendemos muito bem e até conseguimos desenvolver papos. A parte boa é que há uma preocupação maior. Ou não.

Quando chegamos, o jogo já havia começado. No entanto, ainda em tempo de ver o gol de nossa equipe. A partida segue e vamos lá. Nestes momentos, estou mais na minha, ou procurando a bola ou tentando enxergar outra coisa interessante. Não pude ver bem o segundo gol porque uma borboleta passou pela minha vista e eu abandonei o lance e me concentrei em vê-la voar. Só percebi que havia sido gol quando a torcida gritou e meu primo me suspendeu e ficou me balançando nas alturas, enquanto minha coluna e dor no estômago disputavam quem chamaria mais minha atenção.


O jogo continua e eu estou decidida a acompanhar cada lance. O time adversário está no ataque, mas nosso zagueiro está lá e dá um chutão e afasta o perigo. Eu penso: "Isso, garoto. Tira a bola daí senão a gente leva um gol". Acho que eu fui a única a pensar isso. Enquanto eu pensava, ouvia os palavrões mais escandalosos esculhambando o jogador, que, na opinião das mais de 20 mil pessoas presentes, deveria ter dominado a bola, tocado pra fulano e seguir para o ataque.

Ok. Na próxima eu acerto. O lance agora é o ataque do time visitante, que acaba fazendo o gol. Começou a polêmica sobre a possibilidade de ter sido impedimento ou não. Um tio que está com rádio dava as notícias, mas só se a gente perguntasse e o chamasse de egoísta. Estou lá tentando me achar quando a torcida fica inquieta e fala um monte de coisas indecifráveis. Fico procurando o motivo e só vejo um aglomerado. Depois de perguntar a outro tio, soube que o técnico de meu time estava sendo expulso. Mais uma vez, eu estava olhando alguma outra coisa. Desisto. Aliás, o time desistiu da pertida e levou quatro gols, o que levou a nos eliminar da competição.
Raivas e protestos à parte, estaremos lá no próximo jogo.

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