Chegando aí o Dia das Mães. Em algumas cidades, é o mês de maior movimento no comércio porque os filhos se fodem correm para comprar o presente para a matriarca. Por mais que sua mãe diga "ô...não precisava. Não tem presente maior que ter você como filha (o)", não adianta. Experimenta chegar só com um sorriso amarelo e braços abertos. Você vai sofrer retaliações durante um ano, até se retratar na próxima data. Eu vou arriscar este ano nestas belas e humildes palavras, em substituição ao modelo capitalista de dar presente. Ok, o presente dela já foi dado porque é bom não arriscar muito nessa vida.
Dia desses, enquanto recebia uma amiga em casa, a conversa da mesa foi sobre marmita. Na verdade, foi sobre os potes (no popular,
tupperware). Mainha é um exemplo claro da máxima
"se houver um assalto, entregue bolsa, celular, roupa, tênis e meia. Volte nua para casa, mas não me volte sem o pote para eu colocar seu almoço no dia seguinte!". Aliás, acho que todas as mães. Não sei o que danado tem um pote para agradar tanto. Vovó é assim também. Quando manda alguma comida lá para casa, ela cobra e ainda diz qual é a cor da tampa. Para nós, filhos, é muito prático: perdeu? compra ali nos lojões de R$ 1,99.
Sua mãe também já deve ter concordado com a professora ou com sua chefe quando ouviram que sua cria conversa muito e brinca demais. "Ah, é mesmo. Tacyana não tem limites quando começa. Já disse para ela maneirar, mas falo em vão. Até porque, você sabe, conselho de mãe nunca vale. Só escuta o que quer".
Aqui já entra outro ponto de TODAS as mães: dramaticidade. Dizem que foi a partir de um grupo de mães que surgiu o gênero dramático. Não tem Maria do Bairro e nem Luiz Fernando (valeu, Mary). A mãe é craque em aumentar o mimimi. E quem nunca ouviu um "Ah, mas se fosse para Fulano, você fazia. Como é pra mãe, não faz..".
Outro ponto delicado diz respeito às saídas para farras. Ainda que você não chegue bêbada, tropeçando e rindo até com o abanar de rabo do totó, ela vai falar algo. Se chegou cedo, é porque chegou cedo. Se chegou tarde, ai, ai, ai. Se sair todo final de semana, vem com um "mas não para em casa essa menina". Se não sair nunca, comenta "Não adianta economizar. Você junta dinheiro, mas a vida vem e leva."
Falando em sair, lembre-se sempre de dar notícias. Não tenha medo de parecer pegajoso com sua mãe. Se você sair e demorar a ligar, a primeira coisa que você vai ouvir "eita, sumida. Lembrou que tem mãe?!"
Se não gostou de um amigo ou namorado seu, lascou. Não se mete, mas deixa beeeeem claro que não gostou. Lembro de um ex da minha irmã que, além de não agradar em nada, nos convidou para um jantar. Lá fomos e, no meio do encontro, ele contou todo animado que tinha dado um soco em um cachorro. Foi quando ele, perdoem-me a expressão, cagou de vez. Voltei para casa sei nem olhar pra cara de mainha. Até hoje, se falarmos no dito cujo, mainha vai encher o peito e imitá-lo. Pode ter cer-te-za!
Mainha, aliás, me manda atualizar o blog. Hoje, ao comentar que eu tinha que atualizar aqui, ela "ih, nem lembrava mais que você tinha ele ainda". Como ela será a primeira a ler, vou limpar a barra: mãe, te amo!. Ah, e não vou dormir em casa hoje, tá? A gente se fala.