28 de dezembro de 2008

Marley e Eu

Esqueci de contar que lembrei corretamente o nome de meu amigo secreto. A felizarda foi minha mãe. Aliás, como já estava meio previsível o resultado, no próprio shopping, um dia antes da entrega dos presentes, acabei pressionando mainha e descobri que ela me tirara também. Assim, facilitei e escolhi o presente: o livro Marley E Eu. A entrega foi na quinta-feira (25) e terminei a leitura ontem à noite (sábado). Não que eu seja rápida, mas minha mãe vai viajar e ela já informou (isso, ela não pediu) que vai levá-lo na bagagem.

Fato é que o livro é lindo demais. Ele consegue te fazer rir, devido às presepadas do labrador, e te emocionar com as lições aprendidas pelo autor durante os 13 anos em que conviveu com o cão. Acorda sentimentos que acabam camuflados no dia-a-dia e que passam por nós sem que tenhamos tirado o máximo proveito.

Podem me chamar de emotiva ou dramática, não me importo. Quem tem animais de estimação, principalmente cachorro, se identifica com a história. A sensibilidade aumenta ainda mais se o cão estiver na fase idosa e passando pelos vários sintomas sofridos por Marley devido à sua idade avançada. Bem, não quero delongar aqui, tampouco produzir uma resenha sobre a obra. Apenas deixar registrado isso.

Já haviam me dito que ele era emocionante, mas não imaginava o quanto. Quando estava nas páginas finais, eu já estava com os olhos inchados e cercada de quatro pedaços molhados de papel higiênico. Como a tendência seria aumentar o chorôrô, peguei logo o rolo todo. Foi necessário mesmo. Chorei, chorei, chorei...

Por falta de opção em minha humilde estante de livros, vou começar a relê-lo já, já. Esta semana tratarei de assistir ao filme e volto para contar se chorei muito ou pouco.


p.s: até agora, ele foi o melhor livro que li. Quero dizer, na verdade, que foi o primeiro que me fez chorar. Posso até estar falando isso por ainda estar envolvida na história, mas está na disputa mesmo. Por esse motivo, já sinto tremendo ciúme dele e, portanto, lamento informar, mas ele não está disponível.

26 de dezembro de 2008

Papai Noel

Enquanto me dirigia para a casa de uma amiga, ontem, passei por um outdoor que dizia algo cujo objetivo era atentar as pessoas para o fato de, no Natal, a figura mais importante ser Jesus, contrariando os Papais Noéis da vida.
Fiquei encucada com isso e saio em defesa do real aniversariante. Não necessariamente por minha crença religiosa, mas pela lógica mesmo. Vejamos: o bom velhinho passa o ano todo engordando no Pólo Norte, só aparece no Natal e ainda vem cheio de "ajudante de Papai Noel" para trabalhar por ele. Isso sem falar no fator primordial: ele não gasta um centavo sequer! Ele apenas leva a fama, já que quem compra o presente é o pai, mãe, avó ou seja lá quem for.
Antes que me perguntem, respondo: não, nunca tive trauma com isso. Aliás, até posso considerar que tenho, já que passamos alguns anos sem o presente de final de ano. E olhe que me comportei bem! Na verdade, essa mancada de Papai Noel passa, já que foi o período de muita mudança residencial e ele deve ter perdido nosso cadastro. Tá perdoado. Brincadeiras à parte, deixemos as crianças acreditarem na existência dele, não vamos tirar o sonho delas.

25 de dezembro de 2008

Minha memória

Estava com mainha no shopping para fazermos compras para o Natal. Aliás, fomos no próprio dia 24. Fato é que estávamos almoçando quando:

Ela: Você comprou o presente do amigo secreto?
Eu: Hãn? Que amigo secreto?
Ela: O nosso: eu, você, Thiago e Taty.
Eu: Ah, sim. Comprei não. Mas nós não fizemos nem o sorteio ainda.
Ela: Nós fizemos. Lembra não?
Eu: E foooi? Quando?
Ela: No dia do rodízio, Tacyana.
Eu: Ah, foi. Não lembro quem eu tirei.
Ela: ......

Enfim, comprei o presente no chute. Sinceramente, lembrar de um sorteio que fizemos há uns três meses é complicado!

Já, já será o sorteio. Vamos ver se me dei bem.

14 de dezembro de 2008

Planos para 2009

Pedrinho acaba de me perguntar uma coisa: se eu já elaborei minhas metas para 2009. Minha resposta foi um sonoro "não". Aliás, nem foi sonoro porque o diálogo aconteceu via msn. Essa pergunta me despertou para uma coisa grave, que é o fato de eu ter perdido meus objetivos, ter esquecido meus planos. No decorrer dos dias, tenho deixado meus sonhos pendurados no cabide do meu armário. Tenho apenas seguido o trajeto casa-trabalho. Neste mês, por ser festivo, até que tenho saído mais - para surpresa de minhas amigas. No entanto, ainda falta um bocado para eu me sentir mais viva, mais esperta, mais segura.
Preciso estabelecer metas para o próximo ano. Faço isso todos os dezembros de minha vida. Só que basta chegar o décimo dia de janeiro e minhas metas já estão, no máximo, na agenda. Tenho que anotar tudo em um papel e pendurá-lo em lugar visível porque, caso contrário, esqueço-as novamente e volto ao início deste post.
Vamos lá! Sempre é tempo de planejar e, principalmente, executar.

12 de dezembro de 2008

Quem sou eu e por que escolhi o jornalismo como profissão

"Talvez este texto entre para a lista dos mais complicados de serem produzidos por mim. Não pelas dificuldades da rotina jornalística de tentar agendar entrevista e apurar informações. Mas pelo fato de a fonte ser eu mesma. Acessível eu sou, só não sei se tenho respostas precisas sobre tudo que foge da praticidade e do concreto.

Definir-me não é tarefa das mais fáceis. Já precisei fazer isso ao me descrever para o Orkut e para meu blog. A diferença é que desta vez serei julgada e, dependendo da avaliação, posso ter uma resposta positiva.

No meu atual livro de leitura, “O que é alienação”, o autor Wanderley Codo afirma que o homem é resultado do que ele produz na/para a sociedade. Apesar de se referir a pessoas, ele utiliza como exemplo o rato. De acordo com Codo, um rato é um rato porque vive como tal.

Fazendo uma analogia e resguardando as devidas proporções, eu poderia dizer apenas que sou uma jornalista e isso bastaria para me definir. Que sou uma pessoa que procura ler, ver e ouvir de tudo, que busca a informação e a opinião de todos, ouve sons mais alternativos (embora esse conceito seja relativo), e que adora um happy hour. Diria também que uso óculos cujo formato é retangular e que meu modo de vestir segue uma linha despojada - com direito a xadrez no figurino e tênis-, mas que segue o estilo social quando a ocasião exige.

Apesar de tudo isso que escrevi fazer parte de minhas características, ainda é vaga minha resposta. Além disso, caio no erro da generalização, já que nem todos os jornalistas são da forma como descrevi, baseada apenas na minha observação.

O que pode me diferenciar dos demais comunicadores, não por superioridade ou inferioridade, mas por não sermos uma massa homogênea, são itens que não estão ligados ao jornalismo. Para isso, deixaremos em pausa o meu lado profissional.

Minha filosofia de vida é “saber ouvir é mais saber”. Virei adepta à letra do cantor e compositor Peninha quando descobri, há alguns anos, que preciso aprender a falar apenas na hora que eu tiver certeza do que eu pretendo proferir. Isso não quer dizer, porém, que eu sou uma pessoa calada. Só acredito que podemos evitar transtornos, já que, para mim, as palavras carregam grande responsabilidade. Através delas, podemos transformar o estado de espírito de alguém. Talvez isso signifique uma postura mais cautelosa. Alguns interpretam desta forma; outros, não. Na minha visão, que é a que mais vale, sou reservada. Não, eu não escondo nada, só prefiro esperar que me perguntem.

Muitas vezes ajo e opino contraditoriamente, mas nada que afete meus princípios tão bem transmitidos por minha mãe. Mudo minha postura e conduta por crer que as situações são relativas e cada pessoa possui personalidade única. Assim, cada uma te conquista de um modo e você age de acordo com as características dela. E isso não é fraqueza, é flexibilidade.

Nos estudos, nunca foi uma exímia aluna. Tive bom comportamento, mas as notas altas não freqüentavam meus boletins, que lia às escondidas. Foi na faculdade que me dediquei a estudar. Gostei tanto que preferi produzir uma monografia como o trabalho de conclusão. Fui a única da turma que arriscou mergulhar em livros para produzir um material de aproximadamente 100 páginas. A satisfação foi tanta que me fez seguir com os planos de entrar para o mestrado e para a vida acadêmica também.

Voltando ao campo profissional, o Jornalismo entrou em minha vida por pura afinidade com a área comunicativa. Na verdade, quando me inscrevi no vestibular não estava certa de que seria a profissão que eu levaria adiante. Só sabia que queria trabalhar com a escrita. No entanto, ao longo do curso e dos estágios, fui ganhando a certeza de que é isso que me proporciona prazer. São minhas palavras que podem prestar serviço à população, informá-las ou tirá-las de sua realidade. Posso até não saber bem o que me levou a ser jornalista, mas tenho total convicção de que é isso que quero para a minha vida."

Esse texto foi produzido para o curso de uma editora em São Paulo. Não fui aprovada.

6 de dezembro de 2008

O maldito sangue!

Hoje é o aniversário de uma amiga minha. Para comemorar antecipadamente, fomos, ontem, a um bar em Olinda. Ficamos um bom tempo lá e, antes de sair, comentei que estava com o ingresso para o show de Sir Rossi porque minha mãe havia desistido de ir e eu não tinha conseguido vender o bilhete. Uma outra amiga que estava no bar topou irmos para o show, já que estávamos pelo caminho. Fomos!

Após nos perder, chegamos ao Clube Vassourinhas, local do show. Confesso que eu já não estava com a mesma empolgação, mas ainda estava animada. O problema foi na entrada. Quando fui passar pela catraca, topei meu dedo midinho (sempre ele) na quina da parede. Quando olhei pro dedo, vi um pouquinho de sangue. Pronto! Comecei a gelar. Levantei a cabeça, segui direto e já comecei a me sentir meio mal. Fiquei me segurando o resto da noite com medo de ver o sangue. Era só lembrar que eu já me sentia fraca, sem cor e sem forças. Só vim melhorar quando começou o show.

Quando cheguei em casa, criei leve coragem para olhar e não vi nada demais não.

1 de dezembro de 2008

Minha moral em alta

Sábado

Rapha liga me condidando para sair.

Ela: Qual a desculpa desta vez?
Eu: Para..?
Ela: Você não sair com a gente..
Eu: Mas você nem me convidou ainda!
Ela: Mas é porque já sei que você não vai

Depois de ter aceito e programado, Manu invade o telefone:

Manu: Vigia, não acredito que tu vai. Vou até ligar pra minha mãe, que mora no Texas, e convidá-la. Capaz de ela ir também.


Domingo

Maura me liga convidando para assistir a uma peça de teatro e depois passar pela Feira Japonesa.

Ela: Bora?
Eu: ...
Ela: Já sei! Tás pensando em qual desculpa vai me dar.



Uma observação: Fui ver a bendita peça com Maura. O problema é que ela é infantil. O teatro estava abarrotado de crianças e Maura, que tem mais de 23 anos, estava se embolando de rir com a apresentação.

26 de novembro de 2008

Lenine

Não sou crítica de música e não tenho conhecimento suficiente para avaliar e julgar uma obra, seja ela qual for. Mas considero um absurdo alguém não reconhecer o trabalho de Lenine. E nem só porque eu sou fã dele. Nem porque ouço todos os Cd's. Tá, influencia e muito. Mas o papo aqui não é tão técnico. É para falar de minha ida ao show dele, no último domingo (23), na UFPE.


Fui no segundo dia de apresentação de Lenine, que veio apresentar o novo álbum, o Labiata. Como não poderia deixar de ser, fui com Maura e, lá, encontrei a outra integrante da trupe, Bruna. Ficamos - Maura e eu - na terceira fila. Bruna ficou na segunda (humpf!).

O teatro estava lotado. Todo perfil de gente, desde os mais despojados aos mais finos e fofos da sociedade pernambucana.


Fato é que todos estavam ali pelo mesmo (excelente) gosto musical. O show começou pontualmente - ou bem perto disso. Ele cantou, dançou e interagiu, ainda que pouco, com o público. A banda é um espetáculo a mais. O som foi, talvez, mais ousado que os shows passados e eles capricharam. Nada soou desagradável aos ouvidos. Muito pelo contrário.

Aliás, sou totalmente contra uma matéria de cobertura veiculada num jornal daqui de Pernambuco, cuja repórter reduziu todo o trabalho de Lenine ao cabelo dele e ainda nos fez entender que a performance dele camuflou a falta de qualidade do novo álbum. Bem, é opinião dela e não de todo o teatro que cantava as músicas.

Enfim, posto isso de lado, quero só dizer que ainda estou deleitando. Não tem como show de Lenine ser ruim. É impossível. Não foi o melhor que já vi dele, até porque o achei cansado. Isso não quer dizer, no entanto, que tenha sido "mais ou menos". Foi muito, muuuito bom. E quero mais.

Ah, vou logo deixar registrado meu protesto. Maura, cheia de frescura, não quis ir à Saraiva participar da tarde de autógrafos. Fiquei sem ir, né? Me vingarei, viu, Maura?

Beijos

23 de novembro de 2008

Ele [de novo]

Meu cunhado é campeão em leseiras no msn. A verdade verdadeira é que tem muita gente na disputa, mas salvei só a conversa com ele. Esta semana, meu celular toca. Corro da sala e pego meu celular no quarto e atendo. Vejo que é ele e atendo:

Eu: alô?
Ele: Bom dia. Como você está?
Eu (passada com tamanha educação): Estou bem, e você?
Ele: Bem. Tua irmã tá aí?
Eu: oxe..já sai para o trabalho
Ele: Eita! hahahahahaha liguei errado. Xau.

Depois desse afetuoso diálogo, fomos à discussão no msn:

1 - Sobre a ligação:
Balbo ® diz:
LIGUEI NAO

Balbo ® diz:
VC Q ATENDEU ERRADO

2 - Sobre um favor que ele me fará:

Balbo ® diz:
HJ EU VEJO ISSO

Tacy Viard diz:
veja mesmo

Tacy Viard diz:
dependendo da resposta, digo até que vc é *cof cof* lindo

Balbo ® diz:
HA HA HA!

Balbo ® diz:
PENA NAO PODER FALAR O MESMO

Tacy Viard diz:
faz o mesmo que eu, querido: mente!

13 de novembro de 2008

Educação

Se tem uma coisa que me irrita é a tal da falta de educação. E olhe que nem vou entrar em detalhes no fato de uma pessoa não cumprimentar a outra ou não desejar um "bom dia" ao motorista e cobrador (isso para quem anda de ônibus, claro). Vou falar diretamente para aquelas pessoas que jogam lixo na rua. Isso mesmo! Em pleno século 21, com tanta lixeira espalhada por aí, esses seres ainda acham natural se livrar de embalagens - ou o que seja - no meio das vias.
Certa vez, estava indo para a parada (sempre, né?) e, obviamente, estava distraída. Um ônibus passou com uma certa velocidade e, num instante, fiquei sem enxergar nem o batente. Alguém educadíssimo jogou as cascas da tangerina pela janela e elas pararam no meu rosto e cabelo. Fiquei com aquele cheiro em mim, sem falar na cara que fiquei.
Pois bem. Se você é daqueles que despejam pela janela do ônibus caroço, casca da bendita tangerina, sabugo de milho, saco de pipoca, papel de bombom e palito de picolé, educação não faz mal. Pelo menos, nunca soube de alguém que tenha sofrido por ser educado.
O que custa guardar as embalagens na bolsa para jogar no lixo de casa? O que custa jogar a lata de refrigerante naquela lixeira vermelha enorme que tem nas ruas do Recife? A natureza agradece e você também, afinal, contribuirá para o não alagamento da cidade em dias de chuva intensa.

8 de novembro de 2008

Dois sintomas que apontam que comecei a trabalhar:

- Os potes daqui de casa somem porque eu os esqueço no trabalho;
- Fico mais pirangueira.

*Fonte: minha mãe

4 de novembro de 2008

O tal hemograma

Depois não digam que foi drama meu o fato de eu ter
passado mal durante o hemograma...

31 de outubro de 2008

Sorte do dia

Sou daquelas supersticiosas que não acredita muito em simpatias, lendas e horóscopo. Mas, se nao faz mal, não custa nada acreditar, né? Leio horóscopo, faço simpatias e não passo por baixo de uma escada.
Pois bem.

Como todos sabem, o orkut é filósofo/ astrólogo e envia uma mensagem de sorte do dia. Nunca acreditei nele porque uma vez, ainda desempregada, apareceu a frase "Você será promovida na sua ampresa".

Minha crença foi refeita ontem quando abri e li a seguinte mensagem espiritual "seu destino mudará completamente hoje". Na mosca! Consegui um emprego.

Hoje, tem "Você vai herdar uma grande quantia em dinheiro".

Ele tem algumas horas ainda para fazer isso acontecer....

30 de outubro de 2008

Curiosidades

Recebi duas reclamações hoje por abandonar o blog. É que estava na maior correria: pintando a casa há dois finais de semana - e continuaremos no próximo -, com textos para produzir e pela própria falta de inspiração. Na verdade, ainda estou, mas, ao olhar a caixa de som do computador, me veio um post.
Semana passada, passei em frente à mesa do computador e vejo uma coisa estranha na caixa de som. Páro, olho e identifico o objeto: um brinco. Minha digníssima mãe tirou o acessório e o pendurou na caixinha. Mesmo que ela não tivesse assumido, eu teria certeza da autoria do crime. Volta e meia, tem um brinco pendurado na toalha de rosto ou no sofá (quando tínhamos uma poltrona).

Pensando nisso, resolvi listar outras particularidades desta casa. Lá vai:

1- Durmi com minha vira-lata na cama porque ela teve uma crise de carência e estava chorando muito. Para evitar o estresse durante a madrugada, coloquei-a na minha cama. Para evitar que ela brigasse com Negrita, pus coleira nela e amarrei em mim.
2- Temos um cágado, que se chama Alzira. Minha irmã sempre acha que ela não precisa comer porque "coloquei comida para ela semana passada"
3- Minha mãe teve um surto e resolveu pintar uma parede de cada cômodo colorida;
4- Negrita, no auge de sua mocidade sexagenária, exige que você saia com ela assim que botar o pé para dentro de casa. Não importa se você passou o dia fora ou se foi apenas colocar o lixo lá fora. Ela late até você sair com ela, mesmo a porta da área de serviço estando aberta.
Nossa tática: pisar devagar e, quando ela perceber sua chegada, contar que chegomos há um tempão. Ainda estamos em teste com essa metodologia;
5- Continuando nela... ela também exige sair de manhã cedo. Ela dorme no chão lá do quarto. Assim que escuta algo ou sente o perfume, ela acorda, levanta e vai para a pessoa pedindo para sair. A tática: subir no banco, na cama ou correr para outro lugar.
6- Sábado, Mocinha rosnou para Negrita; no domingo, mostrou os dentes; na segunda, o pau comeu.

7 - Temos uma máquina de lavar que é um ótimo porta-sacos;

8 - Mozão, meu cunhado, disse que a gente poderia economizar cartucho comprando as tintas e nós mesmas fazermos a recarrega. Compramos. Resultado: os dois cartuchos foram pro beléléu. Tivemos que comprar dois novos para a impressora voltar a funcionar.

9- Ligamos para o pet vir buscar Negrita para o banho e tosa dela. Quando o rapaz vem, coitado, é obrigado a ouvir: "Moço, ela é cega, então, se assusta fácil", "Cuidado com ela..já tá velhinha", "ela não pode se estressar, senão, adoece", "Moooço, pelo amor de Deus, se ela ficar diferente, traga-a imediatamente. Não dá duas horas e ela volta limpinha, cheirosa e tosada.. e não acontece nada!


Se eu lembrar de mais, continuo!

17 de outubro de 2008

Sobre o sequestro

Neste exato momento, Eloá Pimentel e Nayara Silva, que foram mantidas reféns por Lindemberg Alves (ex-namorado de Eloá) estão internadas porque foram foram baleadas no final do sequestro. Ele já foi para a prisão, claro. E ileso!
Ainda há diversas informações desencontradas e prefiro não relatar muito o caso para não ser mais um levante de notícia irrelevante e equivocada.

No entanto, só queria expor aqui toda a minha revolta e indignação com a atitude do rapaz ao descumprir as negociações e dar este fim ao sequestro mais longo da história do País. Primeiro, por ter tido essa iniciativa desesperada; depois, por agir como um ser irracional - coisa que nos diferencia de animais.

Assim como todo o Brasil, me envolvi neste caso. Acompanhei todos os momentos e fiquei na torcida e expectativa para que ele se entregasse e libertasse as meninas sãs e salvas. Infelizmente, não foi isso o que aconteceu. E cá estou triste com o desfecho.

Enfim, só nos resta rezar. Façamos isso, por favor.

Que elas sobrevivam!
Que ele pague!

15 de outubro de 2008

Sangue!

Por onde anda a tecnologia e os avanços da ciência neste mundo? Com tanto estudo, ninguém pensou em como fazer o hemograma de modo mais simples e menos doloroso?
Vejamos!

Fui fazer o hemograma hoje de manhã. Fiquei as 12 horas sem comer nadinha e fui para o laboratório. Peguei a senha e fiz meu cadastro. Enquanto não era chamada, ouvi música, li jornal e ainda relembrei minha conversa ao telefone com Tio Carlinhos, em que ele dizia "qualquer coisa, me liga, visse?". Eu, claro, não dei lá essa atenção toda porque eu não passaria mal.

Eis que ouço a voz me chamar e toda a minha psicoterapia foi embora, mas me mantive firme e forte. Entrei na sala, sentei, estiquei meu braço, virei o rosto e fiquei esperando a agulhada. Senti aquela dor sutil e estava certa de que acabaria rápido e eu poderia dizer que sobrevivi ao exame. No entanto, começou a doer. Falei para a moça e ela começou a mexer meu braço porque, segundo ela, não estava conseguindo tirar muito sangue porque eu estava tensa. Pura inverdade!

Ela retirou a agulha e me pediu o outro braço. Pronto! Comecei a me sentir mal. Disse a ela e ela me acalmando, dizendo para eu abrir e fechar a mão. Fiz tudo o que ela pediu, pensei até em outra coisa, mas não deu. Disse que tava passando mal, ela terminou a coleta e foi me acudir, já que minha pressão tava jogada no chão. Abaixa, levanta, respira pelo nariz e solta o ar pela boca. Beba também este café. Decorei tudinho.

Sabe uma sensação ruim? Foi mais ou menos isso. É aquele meio-termo: nem desmaia, nem fica bem. Eu queria é ter logo desmaiado, só assim eu não sentiria mal-estar.

Fui melhorando e a moça me levou para a outra sala. Fui segurando nos braços dela para não cair. Lá, sentei e comi uns biscoitinhos que me deram e fui me acalmando. Daqui a pouco, uma outra moça chegou e: "Você está acompanhada?". Minha vontade era dizer que estava abandonada, que não tinha pai, mãe, irmã ou seja lá quem for. Fazer aquele drama. Mas aí, como não era nada disso, respondi que sim e que ligaria para minha mãe caso precisasse. Até liguei, mas consegui voltar sozinha para casa.
Não sei se estava tão notório, mas quando passei pela sala de espera, todos ficaram me olhando.

Voltemos à abertura do post. Já poderiam ter inventado alguma coisa mais simples, menos profundo para se coletar sangue. Uma pílula ou, quem sabe, uma anestesia para que eu não acompanhasse o processo. Foi na dura sorte mesmo. Não sei como as pessoas conseguem ir trabalhar depois de passar por uma coisa dessas. Isso é porque estou falando só do hemograma. Imagina se eu fosse discorrer sobre o parasitológico? Credo.

E eu reclamava quando tirava sangue na infância. Ia e voltava de carro, tinha acompanhante e ainda ganhava um pacote de pipoca do laboratório!

Relacionamento de cunhado:

Balbo ® diz:
falaaaa mala de xinacol!


Tacyana diz:
mala de xinacol!

Tacyana diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Balbo ® diz:
falaa..sibito com dengue!!


Tacyana diz:
fala mais, fala mais

Balbo ® diz:
hahahaha

Balbo ® diz:
quer aprender, é!?


Tacyana diz:
não, não

Tacyana diz:
quero salvar e colocar no blog

13 de outubro de 2008

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu....


O dia está movimentado. Trabalho, reuniões, apuração, pauta...
Estamos na metade do dia. Você já preencheu a outra parte dele.
O que antes eram apenas horas de incerteza, agora são lembranças.
Se são boas ou más, não importa.
O fato é que você lembrará das horas vividas.
O que importa é o que você está sentindo.
Neste momento, você já recebeu mensagem, ligação,
se comunicou pelo msn e pensou. O que mudou?
O que você sentia antes de começar seu dia? O que sente agora?
Respondendo a mim mesma, digo que é uma mistura de tédio, saudade, frustração, contentamento e expectativa.
Mas, o que se destaca é o sentimento de incompetência.
Com o trabalho? Não, necessariamente.
Meu conceito de incompetência é amplo.
Podemos incluir nele a nossa vida como um todo.
Posso me achar incapaz de planejar e executar alguma coisa,
de descer e comprar comida, de voltar para casa,
de me sentir bem ou de fazer dar certo algo que tanto desejo.
No entanto, a sensação de incompetência pode gerar uma motivação para chegarmos a seu antônimo: competência.
Sejamos práticos!
O ser humano é um ser adaptável e detentor de seus sentimentos.
Se nos sentimos de uma forma, temos a capacidade de reverter - caso estejamos incomodados.
Sendo assim, nada de preguiça ou conformismo.
Como diz Lenine,

"Não tá bom? Melhora!"

Pouco de poesia

Recebo e-mail do Blog Digestivo Cultural. Li um texto que gostei e, por isso, resolvi colocar aqui:


Desventuras Prosaicas

Traga os cigarros, os cafés e os beijos e prometo, nada será como antes. Esqueça as grandes mazelas e delicie-se com a ironia das pequenas desgraças. Desperdice companhias agradáveis e marque um encontro com seu eu lírico. Voe alto e não caia do abismo sem o bat-cinto-de-utilidades; caso caia, ria do seu cadáver desmembrado e pense: "Jamais conseguiria isso com yoga!". Não jogue fora os livros do Paulo Coelho; faça fogueira com eles e chame os amigos para um culto satânico entre marshmallows no espeto e PJ Harvey. Não chore nos velórios — eles são os últimos shows e os defuntos, as estrelas. Não conte piadas em enterros — a última piada pode ser... mortal. Escute Norah Jones, e quando mais velho escute Billie Holiday — os pequenos peixes sempre levam aos grandes. Sinta a paixão apunhalar o seu coração; mas não esqueça de renascer depois ou Nietzsche vai se revirar no túmulo cinzento. Perca seu guarda-chuva, deixe que a chuva molhe as suas roupas e cabelos, mas não esqueça de passar no Carrefour e comprar chá de camomila depois. Leia Platão, Aristóteles e Virginia Woolf, mas não deixe passar a Tititi que prometer responder a seguinte pergunta: "Cher, Thalia e Marilyn Manson tiraram mesmo as costelas?". Saia para os inferninhos mas não os leve pra casa — o lar é o céu que você tenta disfarçar de inferno. Pense sempre nos amigos como família, mas não se engane — "família" não é sinônimo de "amizade". Tome sopa num dia de verão, tome sundae num dia de inverno, invente neuroses e dê a elas nomes de Smurfs — quebre as convenções e estará aumentando o mercado de trabalho da antropologia. Acredite na perfeição, na felicidade e na eternidade de um único momento e me procure em seguida — tentarei absorver um pouco por osmose. Viva cada dia como se fosse o primeiro e tente ver a beleza na falta de obviedade. Não seja medieval, tampouco renascentista. Seja enfaticalista! Não veja o vídeo do Filtro Solar em demasia, ou acabará fazendo algo como... isso. Enfim... viaje, abandone, fuja, corra, e volte. Volte. Ame, odeie, destrua, reconstrua, erre, e seja sempre fiel ao que te conduz.
Amém.

10 de outubro de 2008

Relação entre orkut e coração

Percebi, hoje, que há uma relação entre o orkut e nosso coração. Claro que não me refiro ao fato de ficarmos fora do ar ou algo do tipo. Afirmo isso pela observação sobre os tipos de amizades que carregamos em nossa vida.

Tenho amigos que têm mais um monte de amigos contabilizados pelo orkut. Tenho também os que não possuem uma grande lista. A quantidade em si não diz muito sobre o sentimento existente entre essas pessoas conectadas pela rede. Muitas vezes, significa apenas volume no perfil.

Descobri a relação existente entre o orkut e o nosso coração quando decidi fazer uma faxina no site. Fui passando de página em página e lendo cada pessoa que constava. Li e avaliei minha relação com ela. Depois de olhar todos, voltei à primeira página para começar a exclusão. Não eliminei à toa. Tinha gente que só conheci virtualmente, da época de escola, que eu reencontrei graças à evolução tecnológica e os que até conheci recentemente.

Tinha gente que me adicionou por adicionar mesmo (ou por ter um nervoso nos dedos e sai adicionando quem estiver na frente), os que se tornaram meus amigos por serem amigos de minha mãe ou de Taty, os que fazem parte de minha família, os que compartilham de uma mesma comunidade e, claro, os que estão bem próximos de nós.

O fator determinante para eu diminuir minha lista foi simples: meu contato com o "amigo" em questão. Vi que tinha gente que não falava comigo ou que simplesmente não me respondeu scraps. Não que eu exija uma resposta imediada, mas não admito quando ignoram meus recados (envio, no mínimo, dois. Se não responder, encerro a amizade).

Durante esse processo, percebi que isso acontece no dia-a-dia. Quando não mantemos contato, a pessoa vai sendo esquecida, você conta menos com ela e passa a considerá-la menos. Os motivos são vários. Mas, no caso, o motivo principal é a vontade. Se temos vontade de manter uma relação, procuramos e vamos atrás. Telefonamos, deixamos recado, encontramos e por aí vai. Mas, quando essa atitude parte apenas de nós, nenhuma relação se mantém.
E, assim, a pessoa fica na sua memória, mas não está presente em seus melhores sentimentos. É o tipo de pessoa que, se encontrar na rua, você a cumprimenta, mas o papo não rende nem dez minutos. Tenho certeza que possuo amigos no orkut que não me reconheceriam e vice-versa. Há, ainda, os que só visitamos para olhar as fotos.

Tem gente que se afasta de nós e não sabemos os motivos; outras, nós sabemos. Tem os que fazem parte do grupo dos "inofensivos". São pessoas que não estão em contato constante, mas te respondem ou deixam recado esporadicamente, mantendo, ainda que de forma sutil, o relacionamento. Há aqueles que te escrevem todo o dia. Não que tenha assunto. Pode ser uma brincadeira ou só para dizer que lembrou de você, que fazemos questão de escrever, de comentar e de participar da vida.

E é aí que o coração está atrelado ao orkut. Nós temos vários grupos de amigos e eles são delimitados de acordo com o sentimento que nutrimos e o esforço que fazemos para encontrá-los ou não. Na verdade, considero o relacionamento do orkut como um reflexo de nossa vida. O orkut é uma reprodução - mais flexível, é verdade. A faxina, então, é o espelho da limpeza que fazemos no nosso cotidiano.

Eu...

Eu só me exponho ao sol de manhã bem cedo;
Eu não como batata frita;
Eu nem penso em brigadeiro;
Eu não consumo refrigerantes;
Eu só saio de casa após passar protetor solar;
Eu sempre telefono quando prometo fazer isso;
Eu acordo cedo para aproveitar melhor o dia;
Eu durmo cedo para acordar cedo no dia seguinte;
Eu ando de ônibus com uma enorme satisfação;
Eu não esqueço a guia de exame para fazer o hemograma;
Eu traço meus objetivos diários e só durmo quando todos tiverem sido alcançados;
Eu não irei mais aos jogos do Santa Cruz por ele não ter série nenhuma;
Eu não sou chata e nem estressada;
Eu não bisbilhoto no orkut;
Eu não sou noveleira;
Eu também não sou viciada em televisão e em informação;
Eu não esqueço compromissos;
Eu não topo meus dedos nas quinas dos móveis;
Eu sempre falo o que penso;
Eu imponho minha opinião;
Eu não reclamo quando o ônibus vem abarrotado de gente;
Eu sempre tenho inspiração para postar aqui;
Eu não sou saudosista;
Eu como mais de 20 fatias de pizza em um rodízio;
Eu não gosto do sorvete da Mac;
Eu zelo pela minha saúde;
Eu tenho paciência com tudo e todos;
Eu não tenho vontade dar murros na parede;
Eu não sou nada do que acabei de descrever aqui...

Buh, postei, viu?
Ela: Bora brincar de postar, hein?!

19 de setembro de 2008

Tempo que não volta

É estranho quando você entra em um lugar e percebe que o tempo passou, que você cresceu e as pessoas envelheceram. Senti esta sensação agora há pouco, quando resolvi caminhar com minha cachorra e, de supetão, passei na casa da minha avó paterna.

Fazia um tempinho que não a via e, por esse motivo, a senti tão mais velha e abatida. Ela deve ter quase 90 e sofre de Parkinson e Alzheimer, além dos problemas recorrentes da idade.

Entrar na casa dela foi diferente hoje. Foi o lugar que frequentei durante toda minha infância, quando participávamos dos almoços dominicais, com a caranguejada, ou aniversários, com macarrão parafuso. O cardápio era sempre o mesmo, mas niguém enjoava, ninguém reclamava. Primeiro porque ela sempre foi meio durona; segundo porque o tempero dela é único. Sempre era ela que cozinhava.

Vovó sempre foi muito ativa. Sagradamente, ela faxinava a casa todos os sábado. Durante a semana, cuidava das plantas, da casa, das refeições e tudo o mais. As coisas sempre estavam impecáveis. Podíamos chegar lá que logo encontraríamos os lençóis limpos, as camas forradas (inclusive a de um quarto que recebia visitas raramente), os copos e os jogos de panela sempre brilhantes.

Com o passar do tempo, as coisas foram mudando. Além do falecimento do meu avó, há uns 10 anos, passamos a frequentar menos aquela casa de modelo antigo, de decoração tradicional. O motivo foi a quebra da relação com meu pai (que não vem ao caso aqui). No entanto, às vezes almoçava com ela quando eu voltava do colégio. Me fartava lá, muito embora fosse sempre macarrão com carne assada. Por mais que eu subesse dessa falta de variedade, ficava extremamente satisfeita de ir almoçar lá. Lembro também que quando o cardápio incluía feijão e arroz, ele fazia nosso prato e preparava uns bolinhos de comida que tornavam o almoço divertido. Adorava. Sem falar que sempre tínhamos refrigerante à vontade, sorvete, amendoim, leite condensado...

Quando eu entrava na casa de vovó, há tempos, eu mantinha a tradição de ir ao quarto dela para me pesar. De lá, passava na pequena bomboniere para ver o que tinha de novo e enchia a mão de biscoito ou algum tipo de salgado.

Hoje, não.

Ao entrar na rua, percebi o quanto algumas casas se modernizaram com tanta reforma. Ganharam novos ares, novas cerâmicas, grades. Passei em frente a uma que frequentei quando criança. A menina que morava lá era amiga de Taty. Às vezes, íamos brincar na casa dela.

Andei mais um pouco e cheguei na casa de vovó. Nenhum sinal na casa vizinha, que sempre tinha um cachorro ou uma dezenas de gato espalhados.

Olhei a casa de vovó. O espaço que havia no jardim já não existe mais. As plantas ocupam toda a minha área. Digo que minha porque brincávamos naqueles bancos de cimento e eu sempre lavava os pés e as mãos em uma torneirinha que tinha lá.

No entanto, a campanhia estava lá. O mesmo som de anos atrás, a mesma placa indicando que deveríamos anunciar nossa presença. Passei pelo primeiro portão e esperei virem me receber. Já esperava não ser minha avó. E, infelizmente, não foi. Foi minha tia. Vovó estava jantando lá trás.

Entrei, cumprimentei minha tia e segui em direção à vovó. Percorri o caminho rapidamente. Não entrei no quarto de outra tia para sentar na penteadeira antiga. Não entrei no quarto de vovó para me pesar. Passe direto pelo banheiro que sempre tomava banho com minha irmã. Sabia que não sentiria mais o cheiro do Aquamarine, shampoo que usávamos lá. Tampouco arrisquei entrar no quarto de hóspedes, onde eu abria os armários à procura de jogos ou onde me escondia embaixo da cama. Preferi passar direto e não olhar os quadros com fotos já bem velhas e amareladas.

Ao chegar lá trás, vi minha avó e ela me reconheceu. Ela estava sentada na ponta da mesa, lugar que passou a ocupar depois que vovô partiu. Tinha tomado banho, estava cheirosa, de cabelo penteado e calçava um par de pantufa cor de rosa. Com o braço trêmulo, tomava uma sopa que parecia apetitosa. Se alimentava devagar, sem pressa, afinal, já não consegue mais lavar a louça e nem precisa arrumar a mesa. A secretária faz isso por ela. Terminou de tomar a sopa, ganhou um pão com queijo e uma xícara de chá, como sempre bebia. A diferença é que ela não entornou o líquido no pires, como fazia antigamente.

Alheia à conversa entre minha tia e eu, estava mais preocupada em cortar um pedação de pão com as maõs para dar à minha cachorra. Pareceu se divertir com um gesto tão simples e banal. Assustou-se nas duas vezes que foi dar o pão porque a cachorra queria o alimento fervorosamente.
Olhei-a, mas não prendi muito o olhar para que eu não me emocionasse mais e desabasse. Vê-la tão parada, tão quietinha foi tão estranho. Perceber que ela já não tem mais a energia que dispunha...

Preferi voltar para casa. Percorri de volta todo o caminho. Desta vez, com menos rapidez, já que ela estava me acompanhando para se despedir de mim. Antes, porém, ela me contou que tinha cortado o cabelo sábado. Fingi acreditar, mas não era verdade porque a secretária acenava para mim dizendo que não tinha acontecido. Me despedi com um beijo carinhoso na testa, como sempre fiz, e saí contendo um pouco as lágrimas.
Cheguei em casa e vim desabafar e ser consolada por Taty.
p.s: perdoem-me o título clichê.

18 de setembro de 2008

Lenine!

Só para dizer que saiu, hoje, o novo CD de Lenine, o Labiata.
E quem vai comprar?

Euuuuuu!

16 de setembro de 2008

Pela volta dos adjetivos!


Durante uma bisbilhotada em orkuts alheios, comecei a ler alguns depoimentos. Não acho que eles sejam um fator primordial numa relação, mas, claro, não deixa de trazer alegria quando você abre seu orkut e está lá um textinho só de elogios. Do contrário, tem um texto falando de alguém ou um desabafo que vem seguido de um "NÃO ACEITA!!!".

Primeira observação é que a maioria dos depoimentos começa com a clássica pergunta: "O que falar dessa pessoinha?". Logo depois, começam os elogios. No topo dos adjetivos citados está que a pessoinha é "legal". Eu tenho trauma com esse "legal" porque os professores do colégio onde estudei organizaram uma dinâmica de grupo para aliviar a tensão pré-vestibular. E era assim: em uma folha você escreveria a qualidade de cada pessoa da sala; no outro papel, seriam anotados os defeitos. Depois disso, cada aluno leria o que escreveu para a turma. E adivinha o adjetivo que mais foi citado? Pimba! Foi o danado do "legal".

Recebi vários "legais" dos meus colegas de classe e sempre achei isso muito vago. Até hoje não sei o que é ser legal. O que houve com aqueles adjetivos que colocávamos nos papéis de carta cheios de desenhos (leia-se: ursos surfando, pegando sol...) e cuti-cutis? Cadê as palavras como carinhosa, doce, aplicada, interessada, esforçada...?
Todas elas ficaram para trás. Tudo se resume ao "legal".

Para mim, uma pessoa legal é aquela que nem vai, nem vem. Sabe como é? Quando tem lá no depoimento que Fulana, além de legal, é "alto astral", já melhora. Porque aí você já vai montando a imagem da pessoa com adjetivos concretos, que você sabe definir. Mas quando não...

Lado a lado com o legal está o "chata", ou melhor, "xata". Quem é que não é chato nesta vida? Quem nunca teve seu momento de chatice? Volto a perguntar pelas palavras, desta vez, as que apontam os defeitos alheios: egoísta, intolerante, impaciente, pirangueiro...

Alguém as viu por aí? A última vez que vi as que escrevi, estavam empoeiradas em uma carta que dei para minha mãe pedindo desculpas por alguma coisa que fiz de errado. Não cheguei a averiguar os depoimentos que escrevi. Com certeza devo encontrar essas duas palavrinhas mágicas, que já não são "por favor" e " obrigada".

7 de setembro de 2008

28 de agosto de 2008

Super Campeão

Noventa e quatro anos de história cheia de vitórias e derrotas, como em qualquer contabilidade da vida. Fundado em 3 de fevereiro de 1914, o Santa Cruz Futebol Clube nunca viveu uma fase tão dolorosa. Após um período de glória, o tricolor começou seu declínio em 2006, quando foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro. De lá pra cá, uma seqüência de queda.

O mais recente capítulo vivido pelo clube e pela sua imensa torcida foi no último final de semana, quando o time sepultou as últimas esperanças de permanecer na série C do brasileirão. A derrota para o Campinense mostrou que o Santa ainda não tinha chegado ao fim do poço. Agora, o time tem que estar entre os quatro melhores colocados do Campeonato Pernambucano de 2009 para conseguir vaga na série D.

Essa crise dentro das quatro linhas é, na verdade, reflexo do que tem ocorrido nos bastidores.
Faltou planejamento durante a gestão do presidente Édson Nogueira, o Edinho. Assim, toda a equipe sai prejudicada. O último técnico a assumir o time foi Bagé, que só conseguiu uma vitória numa média de seis partidas. Deixou o cargo após o último empate. Já foi tarde. E muito.

O que se via em campo era um time mal estruturado, e pior: sem qualidade técnica. Os jogadores passavam a semana treinando para errar lançamentos, cruzamentos, cabeceio e passes. São erros primários que facilitaram os gols sofridos durante as duas fases do brasileirão. Perdemos para times que, para nós, são desconhecidos. No entanto, os torcedores desses desconhecidos calaram os tricolores pernambucanos a cada empate ou vitória conquistada no Mundão do Arruda.

A atitude de Edinho esta semana foi de antecipar as eleições presidenciais do clube. Era o mínimo que ele poderia fazer diante de tanta incompetência. Durante a coletiva de imprensa, ele afirmou que não se arrepende de nada do que fez e diz que sai de cabeça erguida. Típico discurso de fracassado que precisa dizer isso para conseguir acreditar que teve competência.

Essa retórica do presidente é totalmente oposta a dos torcedores tricolor – vale ressaltar que o time ficou em quarto colocado no ranking de média de público no estádio, perdendo apenas para o Corinthians, Grêmio e Flamengo. O Terror do Nordeste levava para o estádio cerca de 20 mil fiéis torcedores, que pagaram ingresso caro (R$ 20), gritavam, cantavam, apoiavam e aplaudia o time. E olhe que o time estava na série C, que nada tem de privilegiada!

O sentimento que reina no Recife é bem descrito pelo texto de Roberto Vieira para o blog de Juca Kfouri:

O silêncio do Terror

Por Roberto Vieira

Hoje, o Recife é uma cidade em silêncio. O povo humilde nas ruas já não canta. A pobreza subitamente ficou mais triste. O Santa Cruz, antigo Terror do Nordeste, acordou quase na Série D do futebol brasileiro.

O Mundão do Arruda com sua legião de fiéis está vazio.

Porque o Santa Cruz não é um clube de anéis de diamante. Carros importados. O Santa Cruz não nasceu em berço de ouro. O Santa Cruz é um clube feito de mangue e lágrimas. Mocambos e favelas. Longe dos palacetes de Rosa e Silva. Distante da fortuna da Abdias de Carvalho.

O Santa Cruz é a expressão mais perfeita de uma cidade feita de constrastes. Das pontes que cruzam o Capibaribe, holandesas. Das crianças que moram sob as pontes, africanas.

Mas, se resta um consolo aos torcedores que guardaram suas surradas camisas tricolores na saudade. É a certeza de que a torcida tricolor não foi derrotada. Pois a paixão destes abnegados que só pensam no Santa Cruz com o coração permanece invicta.

Derrotados foram os dirigentes que durante décadas se aproveitaram do amor da torcida coral para se elegerem semideuses. Para serem heróis da mídia. Para multiplicarem seus haveres. Estes senhores não possuem a dignidade deste povo que hoje sofre em silêncio.

Porque hoje o Recife é uma cidade em silêncio.
A pobreza, subitamente, ficou mais triste..."

27 de agosto de 2008

Chuva!

Vim fazer uma campanha para que o trabalho seja suspenso em dia de chuva. Não é, necessariamente, por preguiça, mas pela quantidade de situações que impedem de te deixar disposta e humorada para você ir para o emprego.

Considerando que o trabalhador utilize o nosso querido ônibus para se locomover, o dia já está fadado ao estresse. Você escolhe a roupa e, quando percebe, não está nada apropriada para o clima chuvoso. Não que você tenha colocado bermuda e havaiana, mas a calça está comprida e, como você mora no Recife, sabe que as ruas ficarão alagadas e a sua calça ficará enxarcada. Assim, se você insistir em usar a bendita calça, vai sentir frio, além de carregar lama e areia na roupa.

Mudando de roupa ou não, você está pronta para ir ao trabalho. Olha para o céu e vê que ele está nublado. Guarda a sombrinha na bolsa e sai. Pronto. É só colocar o pé fora de casa para que São Pedro libere a chuva. Lá vai você abrir a sombrinha - que é um objeto irritante de carregar.

Quando vem o ônibus, você tem medo de esticar o braço para acioná-lo, afinal, vai acabar se molhando. Mas como é no horário de movimento, tem umas 15 pessoas que vão subir junto com você e já se encarregaram de estender o braço. Não é só isso. Eles já passaram por cima de você para subir primeiro.

É só entrar no ônibus para você sentir saudade da rua. As janelas fechadas acabam com a circulação do ar e causam aquele abafado. Só quem está sentado é que acha o máximo fazer desenhos no vidro embaçado. Sentados e acomodados, eles não estão muito preocupados com os que estão em pé, tendo que se equilibrar, segurar as sacolas e ainda economizar a respiração. Não esqueça da sombrinha que está pingando horrores no chão, ou, no meu caso, no colo de quem está sentado (quando percebi, eu tirei, claro).

Saldo parcial: roupa ainda um pouco seca, corpo molhado (chuva + o suor do abafado), cabelo em transição para seu pior estado de apresentação e o humor tentando se manter ativo.

Mas calma! Não custa nada rir das situações horríveis.

Para quem só pega um ônibus, ainda é possível sair ileso da tempestade e suas consequências. Já para quem precisa pegar outro, a tortura é prolongada. E lá vai o mesmo esquema: medo de molhar o braço, ônibus abafado, falta de ar, sacola, sombrinha, etc. A diferença é que o cabelo já não aguenta mais chuva e o vento (quando você está na parada) e se entrega. Fica naquele estado que você tanto teme. Vale ressaltar que esse quesito se atribui àqueles que possuem o cabelo, digamos, rebeldes e indisciplinados, como dizem os shampoos.

Me diz mesmo se temos condições de trabalhar num dia como esses?! O seu rendimento cai, você mal responde os cumprimentos que te fazem, você quer que o expediente acabe logo e por aí vai.
Tá vendo que tem lógica?
Ai que inveja de quem vende sanduíche na praia...

17 de agosto de 2008

Cachorros....

Acabei de ouvir uma notícia que falava sobre mais um ataque de animal. Uma criança de quatro anos brincava com o pote de comida do cão e acabou sendo atacada.
Claro que a gente lamenta, mas, sinceramente, cachorros não pensam e não sabem que a criança não vai roubar o alimento. Quando são noticiados, os fatos ganham um tom de absurdo enorme. Os cães são sempre os culpados e acabam indo para canís ou sacrificados.
Arrisco-me a dizer que nenhum cão tem culpa. Ele é fruto da educação que recebe. Se o dono o cria com a intenção de torná-lo feroz, ele se tornará. No entanto, se o animal é criado normalmente, com amor, dedicação e alimentação, ele não vai ser agressivo e violento.
É questão de lógica e raciocínio. Não da parte dos cães, mas das pessoas. Tudo bem que a criança tinha quatro anos, mas já entende o que é certo e errado, caso os pais tenham dado esse ensinamento a ele.
Neste caso, até minha poodle, que tem 15 anos e é cega, me atacaria se eu fosse brincar com o pote de comida dela ou se resolvesse incomodá-la.

14 de agosto de 2008

Aquário

Não que eu acredite..imagina!
Mas, sério, achei esse perfeito.
Encontrei o site através de uma surtada amiga minha, a Renatinha.
"A mulher de Aquário insiste em ser livre, mas sua entrega a quem aceite seu amor dentro deste limite, tem sua eterna devoção.

Como todo aquariano, ela pode alimentar um temor de que o desejo por uma pessoa possa aprisionar seu espírito e a impeça de ser leal ao seu único grande amor: a liberdade. Liberdade para experimentar, descobrir e ampliar sua visão do mundo.

O Aquário é o signo do futuro, das novas descobertas e dos gênios que mudaram a humanidade.

Sem esta liberdade para vasculhar as coisas em busca de novos conhecimentos, este signo não é nada. Por isso que todos eles costumam viver no futuro onde as coisas ainda estão para acontecer. Na verdade, eles se antecipam à época em que vivem. Muitos astrólogos dizem que daqui uns cinqüenta anos o mundo pensará como a aquariana. E deve ser mesmo. Basta notar que a maioria dos gênios visionários eram de Aquário ou tinham ascendente aquariano. Só para citarmos alguns exemplos, Galileu foi perseguido por que vivia milênios à frente de sua época, e era de Aquário. Thomas Edson, o inventor da lâmpada foi chamado de maluco tantas vezes, que talvez só perca para Charles Darwin, mais um aquariano, pai da teoria da evolução. Bem, vamos parar por aqui, não vou falar sobre Abraham Lincoln, Francis Bacon ou Franklin Roosevelt, entre outros.

Você pode esperar que ela sempre lhe dê uma opinião franca, mas não tentará ensina-lo como viver.

Se você está procurando uma mulher louca pelas paixões, fez a escolha errada. Se ela for uma típica mulher de Aquário, a paixão não será seu forte. Esta mulher é muito lógica e ponderada para se impressionar com romances adocicados, declarações de amor ou filmes com finais trágicos, como Romeu e Julieta. Para ela não faz sentido associar paixão com amor. Ela entende que o amor é harmonia e tranqüilidade, mas evita a paixão por saber que ela pode causar dor e sofrimento. Sua mente cientifica e extremamente lógica não pode aceitar que alguém chore por amor, pois amor deve causar alegria e sorrisos, jamais lágrimas. Definitivamente, amor neurótico não tem muito futuro com esta mulher!

Ela pode amar com muita intensidade, mas não se entrega totalmente a ninguém.

Não estar diante de seus olhos, muitas vezes significa estar fora do pensamento. A distância raramente faz o coração da mulher de Aquário ficar mais apaixonado. Por isso é muito importante estar sempre presente para que ela não resolva procurar em outros cantos, alguém que o substitua. Se a situação esfria ou se torna intolerável, a índole desta mulher fará com que desapareça da noite para o dia sem olhar para trás. Ela não gosta das separações ou divórcios, mas para ela não representa o mesmo choque que para outras mulheres mais sentimentais. Por ser muito individualista e ter uma multidão de amigos e pretendentes, a mulher de Aquário não hesita em seguir sozinha, se for preciso.

A maioria das mulheres divorciadas e felizes são de Aquário.

Não é comum fazer julgamento ou ter preconceitos. A aquariana costuma aceitar as pessoas como elas são sem a intenção de querer muda-las. O fato de adorar novidades e mudanças não quer dizer que tenha que mudar as pessoas. É muito mais fácil ela querer mudar o mundo ou o universo.

Não procure descobrir os pensamentos privados dela. Não é deste jeito que se lida com esta mulher. Ela conservará seus segredos ocultos, e muitas vezes sentirá uma satisfação perversa em confundi-lo. Em geral, ela será fiel aos extremos, mas lembre-se, com uma aquariana mentir é uma coisa, e deixar de contar toda a história é outra coisa.

O instinto de fraternidade na aquariana é tão intenso que muitas vezes ela ficará chocada por ter cometido alguma injustiça.

Na maioria, bondosas e tranqüilas por natureza, muitas vezes gostam de desafiar a opinião pública, e secretamente se deliciam em chocar as pessoas mais convencionais com um comportamento mais agressivo e transgressor. Urano faz dela uma rebelde que acha instintivamente todos os velhos hábitos errados, e que o mundo precisa de uma mudança radical.
O que pode parecer chocante e escandaloso para muitas pessoas, para ela pode parecer simplesmente exótico. E o que o mundo pode pensar ser uma grande loucura, pode representar uma nova invenção que mudará os rumos da sociedade. Poucas são as coisas que podem chocar uma aquariana ou deixa-la escandalizada. Esta mulher não costuma ter chiliques ou ataques de histeria, nem gostam de fazer um julgamento sem ter uma boa base sobre o assunto.

O fato de aceitar as novidades, faz dela uma mulher sempre na vanguarda.

Apesar de sempre parecer um pouco desligada do mundo, são capazes de captar as coisas que acontecem ao seu redor como uma tela de radar. Você pode pensar que ela não está prestando nenhuma atenção nas coisas que esta dizendo, que deve estar no mundo da lua imaginando o por quê da existência humana, e, no entanto ela repetirá tudo o que disse no dia seguinte. Isto vai ensina-lo de que o processo que elas tem para colher informações é muito maior que sua famosa distração. Por falar em distração, ninguém é mais distraído que a mulher de Aquário. Se ela se esquecer que marcou um encontro com você em seu apartamento, mas se esqueceu de dar o endereço, lembre-se que isto será bem freqüente caso seu romance com esta garota progrida. "

13 de agosto de 2008

Peculiaridade do 3

Talvez seja um surto meu, mas resolvi escrever para ententer o papel do numeral 3 na nossa vida. Não acredito que vocês já tenham parado para refletir sobre isso. Não por serem incapaz, mas por serem ocupados mesmo!

Segundo um dicionário que consultei agora, o três significa: "Quantidade correspondente a duas unidades mais uma". Complementando, ele está depois do 2 e antes do 4. Mas essa parte é redundante. Todos sabem o que é o 3.

Pulando as definições, vamos ao que interessa. Inúmeras vezes, dizemos e ouvimos expressões como: "Liguei pra fulano. Esperei dar três toques e desliguei", "Falei três vezes, aí deixei pra lá", "Na terceira vez, eu falo", "Vou dar a terceira chance"....

O que me intriga é esperarmos pelo três, pelo terceiro. Por que não damos duas chances ou quatro? Qual o problema em esperar a ligação cair na caixa postal?

Não me vem uma resposta decente, e acho que nem vou achá-la. No entanto, acho que já é uma questão cultural. De tando ouvirmos o bendito número citado nessas situações, acabamos absorvendo como uma regra.
Se pararmos para pensar, veremos que planejamos tudo baseado no três. Percebam!

6 de agosto de 2008

Tem, mas tá em falta

Gente, todo santo dia, às 20h, passa uma kombi aqui na rua vendendo quitutes. Estamos vendo a novela das sete e pimba! Lá vem a musiquinha com os dizeres:

"Olhaê, freguesa, a kombi da pamonha está passando no seu local. Temos tapioca; temos canjica; temos milho cozinhado quentinho, quentinho; temos pamonha bem legal. Venha comprovar pamonha de qualidade na sua residência."

Detalhe: nas duas vezes que resolvemos parar de de ver a novela e ir comprovar na nossa própria residência os quitutes, não tinha o que queríamos. Segue o diálogo:

Nós: tem canjica?
Vendedor-mirim (deve ser o filho do motorista): tem não.
Nós: E tapioca?
Vendedor-mirim: tem não. Só tem pamonha.

Tenho até medo de perguntar mais uma vez se tem algo que não seja a porcaria da pamonha.

A política do ventilador

Isso é mais um protesto que um post, na verdade.

Na semana passada, mainha foi dormir lá no quarto. Tudo arrumado e as quatro foram acomodadas. Sim, incluam na conta a podlee. Para quem não sabe, sou extremamente friorenta.

Pois bem!
Ventilador de teto ligado, simbora repousar. Só que eu acordei de madrugada morrendo de frio. Olho para mainha e ela está com o edredon; olho para Taty e ela está coberta com dois lençóis; olho para Negrita - a dog - e ela está....bem, ela não conta. Ela tem pêlos e tá bom demais.


Pergunto: por que diabos passar frio, se podemos diminuir a velocidade do ventilador?
Resposta da minha irmã: Ah, porque é bom sentir o frioziiiinho.


Sensível, ela, né?
Lá fui eu para o quarto de mainha, com o ventilador desligado, claro.


Frustrada minha reunião de moradores da casa das seis mulheres, me resta dormir de calça, meia, lençol e colcha.

25 de julho de 2008

Fón!

Sabem que meu forte é o relacionamento infantil, né?
Pois bem!

Dois casos com crianças:

Gabi deve ter uns quatro anos. Ela é sobrinha de Buh. No último domingo estávamos juntas no quarto de João - filhote de Buh e meu namorado daqui a uns 20 anos - brincando com uma bola, até ele estragar a brincadeira e pegar a bola, que é dele (detalhe).

Eu: Ah, nããão. João tá achando que é dono da bola...oxee!
Gabi: E é o que, hein, Tacyana? Amigo, éééééé?

------------

Júlia tem uns sete anos e é filha de Tereza Cristina (vulgo Teca Cris), prima gente da gente. Até eu saber que o nome dela era composto, não sabia como chamá-la. Para tirar a dúvida, falei com a filha dela:

Eu: Jú, como você chama sua mãe?
Ela: de mãe, né?!?!?!


Nada a declarar ¬¬'

Desce e pega outro!

Bem, aqui vai uma dica infalível sobre como pegar o ônibus errado.

Antes de tudo, se você é mulher, esteja de salto alto. Escolha aquele que te causa um monte de calos. Colocou? Simbora!

Pronto. Após cumprir seu compromisso (inclua aí subir e descer escadas com esse salto e os calos), vá para a parada. Lá, se distraia ajudando uma senhora que veio do interior e não sabe onde está. Quando você terminar de tentar orientá-la, veja a marca da empresa de ônibus e estenda a mão. Sem ler mesmo, afinal, só vai ter ele mesmo nessa linha.


Subiu, pagou a passagem, girou a catraca? Sente-se e coloque o fone no ouvido. Pronto. Depois, se acomode na cadeira da janela e se distraia vendo a rua e ouvindo música.

O ônibus pára e aciona o freio de mão. Você acha estranho, mas não se preocupa, é só uma rápida parada. Enquanto isso, você pensa: "nossa...esse lugar é feio e..." seu pensamento é atrapalhado pelo motorista, que pergunta onde você vai descer. Com naturalidade, você responde que vai descer em tal lugar - que tá longe de ser ali. Com essa mesma cara, o motorista manda você descer porque você pegou o ônibus errado e, para pegar o correto, você vai ter que descer e andar até o último ponto.

Aconteceu comigo hoje. E ontem também.

p.s: estou sem pé. Os calos me lascaram. Tava uma coisa linda: eu, de posse de meus quatro calos, uma sombrinha e uma coca-cola de três litros. A questão é que todo mundo sabe mancar, né? O pior é a pessoa ter que marcar com os dois pés!

15 de julho de 2008

O setor da saudade

Já escrevi aqui sobre a saudade. Aliás, foi até longa minha lista enumerando as coisas que me fazem falta. Só que o assunto veio à tona aqui em casa e fiquei com isso na cabeça. E isso me fez querer postar.

Não vou começar o texto com o dito cafona "quem inventou a distância não sabe a dor da saudade". Ok, pode até não ser cafona, mas é muito utilizado e se torna comum.

Definição de saudade, de acordo com o Aulete Digital:

1 Sentimento evocatório, provocado pela lembrança de algo bom vivido ou pela ausência de pessoas queridas ou de coisas estimadas;


Bem, isso já torna a frase citada um pouco restrita, já que a saudade é bem ampla. Ela inclui coisas que não podem voltar, como um determinado momento vivido. E é sobre essa especificidade da saudade a que me refiro.

Não sei lidar com esse sentimento - e mais outros tantos, na verdade - , mas acho que esse é peculiar. Por quê? Não sei. Mas acredito que, neste momento, é o que mais tem me afetado.

Tô com aquela saudade de voltar no tempo e viver com mais intensidade aquele instante, de aproveitar mais um pouquinho por ter a certeza de que ele acabará.

É esse "não voltar mais" que dói, que te faz rever fotos ou lembrar disso. Dói porque sua vida - neste caso, a minha - está parada e sobra tempo para sua cabeça revirar o setor "saudade" dentro do órgão privado chamado cerébro. Lá, estão registrados todos os momentos bons. Não cito os ruins porque acho difícil alguém sentir saudade de algo que foi doloroso.

E o que que a gente faz com essas lembranças?

Apesar de não estar de posse de minha estabilidade emocional, creio que devemos mantê-las guardadinhas e intactas. Não vamos pensar que poderia ter sido diferente, com outras pessoas. Vamos deixar o sentimento bom permanecer, sem distorcê-lo ou destruí-lo. Parece fácil, né?

A parte negativa vem agora: a cautela. Temos que ter limite quando formos reviver esse tempo. Não podemos fincar raízes lá e deixar o presente passar sem história, sem conteúdo. Devemos nos sentir no atual, no agora, e aproveitar intensamente o hoje para, no futuro, termos certeza de que vivemos o momento com toda a nossa dedicação.

14 de julho de 2008

Pequenos versos

Eu sei que o segredo para o sucesso de um blog é mantê-lo atualizado, mas eu não estava - e ainda não estou - muito inspirada para escrever. Até já comecei alguns textos, mas não foram finalizados.

Resolvi arriscar algo agora porque:
1 - Estou sem sono;
2 - Pedrinho atualizou o dele e perguntou pelo meu.

Como não estou conseguindo pensar em algo, vou aproveitar o post anterior, que falava sobre músicas, para prolongar o tema.
Vou colar aqui alguns trechos de músicas cujas letras me fazem refletir, embora eu não chegue a nenhum conclusão em alguns casos. Ah, quero esclarecer que colocarei o nome do cantor ou da banda e não necessariamente o nome do compositor.


"mas, se nós temos planos, e eles são
o fim da fome e da difamação
por que não pô-los logo em ação?
tal seja agora a inauguração
da nova nossa civilização
tão singular igual ao nosso ão
e sejam belos, livres, luminosos
os nossos sonhos de nação."
[Ecos do ão - Lenine]

"Não há do que reclamar
Eu não fiz por merecer
Quem mandou se apaixonar
Faça-me o favor de me esquecer"
[Inconstante - Casuarina]

"Quem não tem juízo é que chora
Quem tem é que não se toca
Deus sabe o dia e a hora
Aperta mas não sufoca"
[Teima quem quer - Casuarina]

"Eu não sei o que fazer
Pra ver o mundo em paz
Mas garanto que não basta
A palavra basta escrita num cartaz"
[Alguma verdade - Biquíni Cavadão]

"Ninguém sabe a mágoa que trago no peito
Quem me vê sorrir desse jeito
Nem sequer sabe da minha solidão
É que meu samba me ajuda na vida
Minha dor vai passando, esquecida
Vou vivendo essa vida do jeito que ela me levar"
[Do jeito que a vida quer - Benito di Paula]

"Eu quis prever o futuro
Consertar o passado
Calculando os riscos bem devagar, Ponderado
Perfeitamente equilibrado"
[Um pequeno imprevisto - Luiza Possi]

"O que me importa
Ver você chorando
Se tantas vezes
Eu chorei também"
[O que me importa - Marisa Monte]

"Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho,
quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma,
num pude estudar
E querem que eu seja educado,
que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá"
[Até quando? - Gabriel, o Pensador]

"O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar"
[Miedo - Lenine]

"Felicidade não se empresta
Não se pechincha e não se compra
Eu tô aqui pra fazer festa
E pra tirar onda"
[Tiro onda - Jair Oliveira]

"Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros"
[Perfeição - Legião Urbana]

"Não pensa mais nada
No final dá tudo certo
De algum jeito
Eu me acerto, eu tropeço
E não passo do chão
Pode ir que eu agüento
Eu suporto a colisão
Da verdade
Na contra-mão"
[Eu me acerto -Zélia Duncan]

"Hei! Vem cá que eu quero te mostrar
Hei! A minha cidade, o meu lugar
Hei! Recife tem um coração
Hei! Tem muito calor, muita emoção"
[Recife minha cidade - Reginaldo Rossi]

"De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás"
[Poema - Ney Matogrosso]

"Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim"
[Tudo novo de novo - Paulinho Moska]

"Aquele cheiro, som, imagem do teu corpo incendeia
E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia
Na veia, amor, na veia
É como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia
Clareia mais forte que o sol"
[Na veia - Cordel do Fogo Encantado]

"Quem fala pouco saca tudo, Bebê
Saber ouvir é mais saber
Sou aprendiz desses mistérios, por viver"
[Vou levando a vida - Peninha]

"Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha"
[Astronauta - Gabriel, o Pensador]

"Saudade, tudo tem seu tempo
E o seu já terminou
Espero que depois de tudo que eu passei
Você me faça esse favor"
[Vai dizer ao vento - Paulinho da Viola]

"Que tal abrir a porta do dia, dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar,
Pensar em nada"
[Simples desejo - Luciana Melo]

"A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não"
[Brincar de viver - Maria Bethânia]

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"
[Dom de iludir - Caetano Veloso]

"Nem lágrima nem dor
Só uma ponta de mágoa sem rancor
Tenho novo endereço pra morar
Rua: não vou mais voltar
Bairro: fuja da ilusão
Mais ou menos 5 andar
Telefone: não
E se acaso você me escrever
O meu Cep é: duzentos e tal"
[Novo endereço - Alcione]

"As brigas que ganhei
Nem um troféu como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci"
[Perdendo os dentes - Pato Fú]

"Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também"
[Eu apenas queria que você soubesse - Gonzaguinha]

"Ah, quantas lágrimas eu tenho derramado
Só em saber que eu não posso mais
Reviver o meu passado
Eu vivia cheia de esperança
E de alegria, eu cantava, eu sorria
Mas hoje em dia eu não tenho mais
A alegria dos tempos atrás"
[Quantas lágrimas - Tereza Cristina]

"Um amor só é bom quando é prá dois
Eterno é antes e depois
Agora não vou mais me enganar
Não quero mais sofrer, não dá
Se o teu desejo era me ver
Se deu vontade de saber
Se tô feliz até posso dizer que sim
O teu reinado acabou, chegou ao fim
Eu não nasci prá você nem você prá mim"
[Maltratar não é direito - Maria Rita]

"Quem não amou, quem não viveu
Quem não chorou, quem não sofreu
Quem nessa vida nunca teve o seu xodó
Uma saudade que amargou que nem jiló
Um coração que bateu tanto que fez dó
A nossa vida é como se fosse um forró."
[Meu forró é meu canto - Alceu Valença]

"Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir"
[Encontros e despedidas - Maria Rita]

"Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês"
[Fátima - Capital Inicial]

"Brother é tanta criminalidade
As pessoas se trancam em suas casas
Pois não há segurança nas vias públicas
E nem mesmo a polícia pode impedir
As vezes a polícia entra no jogo
A gente precisa de um super-homem
Que faça mudanças imediatas
Pois nem mesmo a polícia pode destruir"
[Criminalidade - Edson Gomes]

"Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?"
[A lista - Oswaldo Montenegro]

"Diga sempre tudo o que precisa dizer
Arrisque mais pra não se arrepender
Nós não temos todo tempo do mundo
E esse mundo já faz muito tempo"
[Semana que vem - Pitty]

"O trem da juventude é veloz
Quando foi olhar já passou"
[O trem da juventude - Os Paralamas do Sucesso]

"Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você"
[Gostava tanto de você - Tim Maia]

"Nem no baú de roupa suja
Não fuja que ainda tenho peça pra lavar
Quem fala o que quer
Haja o que houver
Ouve o que vier
Sem direito a consulta"
[Peçonha - Casuarina]



Tá ficando grande, portanto, vou parando por aqui...
Beijos

24 de junho de 2008

Você vem sempre por aqui?

Uma conversa no msn com Gui - um de meus loucos amigos - me fez lembrar uma matéria que fiz sobre cantadas bregas. Com a colaboração dele, segue uma lista de sugestões (de como não fazer):

- Você é Ana Maria Braga? Porque eu sou mais você;

- Seu pai é piloto? Porque você é um avião;

- Seu pai é mecânico? Porque você é uma graxinha;

- Seu pai trabalha na Fiat? Porque você faz o meu estilo

- Seu pai é médico? Porque que saúde, viu?!?!

- Quer saber o quanto te amo? Multiplique as estrelas do céu com as gotas do oceano.

- Eu tô carregando dois coquinhos. Se um cair, rola?

- Bonito sapato. Quer transar?

- Posso te dar uma cantada?

- Eu procurei "deusa" no Aurélio e teu nome tava incluído.

- Você acredita em amor à primeira vista ou devo passar por aqui mais uma vez?


Se alguém fizer o teste, contaí o resultado!
Beijo

23 de junho de 2008

Sobre música....

Já percebram como a música faz parte de sua vida e de como ela te remete a algo que, no dia-a-dia, estava esquecido?


tem aquela que nos lembra a infância;

a que nos lembra um Natal ou uma outra época do ano;

a que foi a trilha de seu romance;

a que foi trilha de uma briga;

a que é a "música da minha vida";

a que, se tocar, você corre para desligar;

a que tocou em um momento especial;

a que tocou na hora do chorôrô;

a que você repete sem parar e ninguém mais aguenta ouví-la;

a que não pode deixar de tocar nas festas;

a que te faz ficar aérea;

a que te faz copiar a letra e colar no orkut;

a que te faz escrever a letra e colar no armário;

a que te faz copiar a letra e mandar para alguém;

a que te faz refletir e filosofar;

a que tocou tanto nas rádios e que você aprendeu a letra sem nem sentir;

a que enjoa de tanto que já tocou na abertura da novela;

a que você escuta e faz questão de mandar para as pessoas;

a que você detestou no começo, mas acabou sendo a sua predileta;

a que te faz lembrar uma viagem;

a que você torce para tocar antes de dormir (para os que dormem ouvindo música);

a que não diz nada com nada, mas você adora;

a que você colocou como toque no seu celular;

a que te lembra o Recifolia;

a que te causou trauma;

a que você dançou na apresentação de colégio;

a que você tanto procura para baixar;

a que você ouve na novela e não a encontra porque ainda não está disponível;

a que não pode faltar no show do seu cantor preferido;

a que, quando toca no show, todos te procuram porque você esperava tanto por ela...

enfim...música!


Quem não pensa ou sente isso?

20 de junho de 2008

Um crime e os respaldos da lei

No último final de semana, o Rio de Janeiro vivenciou mais um episódio de violência. Desta vez, o motivo não foi a disputa entre traficantes ou invasão da polícia em favelas, mas o abuso de autoridade. E se as vítimas da violência urbana já não atingissem números deprimentes, três jovens foram entregues por militares a traficantes – e acabaram torturados e assassinados. Motivo: desacato à autoridade.


Wellington Gonzaga Costa (19), Marcos Paulo da Silva Correia (17) e David Wilson Florêncio da Silva (24) voltavam de um baile funk no Morro da Providência, onde moravam. Eles foram detidos por soldados do Exército que ajudam num trabalho social na comunidade, desde dezembro do ano passado. De acordo com o Comando Militar, os três desacataram os militares, foram presos e liberados em seguida pelo comandante da tropa. No entanto, a versão dos moradores é diferente: os jovens teriam sido entregues à facção do Morro da Mineira, um grupo rival. As vítimas foram encontradas mortas na Baixada Fluminense.


A versão dos moradores já foi confirmada por alguns dos 11 militares acusados de participação nos assassinatos. De acordo com um deles, a idéia era apenas assustá-los com um "corretivo" e não havia premeditação do assassinato.


O Exército instaurou um Inquérito Policial e o resultado deve sair dentro de 40 a 60 dias. O ministro da Defesa, Nelson Jobin, subiu o Morro da Providência e pediu desculpas pessoalmente às famílias, que querem justiça.


O que está sendo discutido é a atuação do Exército na favela, no entanto, o que deve ser também levado em consideração vai além de questões meramente políticas. Qual seria o tipo de ligação existente entre os militares e os traficantes? Que relação é essa tão íntima que chega ao ponto de manterem uma relação, digamos, de "parceria"? A que tipo de "corretivo" se referiam estes militares? Como ficam essas famílias que se desestruturaram com esta perda? Até onde vai o abuso de autoridade?


E a pergunta mais importante: qual será a punição para estes criminosos da lei?



Fonte: Blog Pagode Russo

15 de junho de 2008

E Tati disse: Tacy, bora tirar uma foto com cara de triste?
Eu: bora!



Eu esqueci que era cara de triste

Escravidão no Brasil

Esta semana estava vendo televisão e parei para assistir a uma reportagem na Record. O programa abordava a existência de trabalho escravo no interior do Pará. Por dentro da mata, havia um espaço (que não se pode chamar de casa ou algo do tipo) onde os trabalhadores escravos se alojavam. Lá, homens e umas duas mulheres dividiam o lugar com redes estendidas, panelas sujas e vazias e com a falta de limpeza. O serviço era transformar a área em pasto. Para ter ferramentas, roupas e alimentos, essas pessoas compravam do patrão, que superfaturava os produtos e, como não tinham como pagar, compensavam com o trabalho.

A equipe da TV chegou antes do resgate realizado pela Polícia Federal e acompanhou a luta, a dureza e a falta de esperança dos trabalhadores. As mãos calejadas, roupas sujas e rasgadas, arroz como única refeição, café aguado e a falta de água potável foram registradas. A cidade mais próxima dali fica numa distância de 13 horas. Quando alguém adoecia - o que era comum diante da falta de alimentação e o alto grau de esforço para desmatar - os companheiros arrancavam duas toras de madeira, amarravam um pano e carregavam o doente até algum lugar mais perto para tentar conseguir uma moto para levá-lo ao hospital.

Quanto tentavam fugir, eram intimidados e sofriam ameaças por parte do dono (ele, aliás, ofereceu, através de seu capataz, uma quantia de R$ 500 para se calarem para a polícia). Um dos trabalhadors conseguiu fugir e teve que andar 13 dias para chegar à cidade próxima dali.
O dono, orientado pelo advogado contratado, foi entrevistado e usou como argumento sua ignorância. Diz ele que não sabia que isso caracterizava o trabalho escravo e que ele cresceu nas mesmas condições e, por isso, achava normal. Afirmou ainda que tudo o que a justiça determinasse, seria cumprido.

O que nos intriga, no entanto, é: para defendê-lo, procurou um advogado, mas para abrir sua empresa ele não procurou se informar! Qual o motivo?

O Brasil aboliu o trabalho escravo ha 120 anos e ainda encontramos pessoas que precisam se submeter a essas condições de trabalho para garantir o mínimo de alimento ou para "comprar uma bicicleta", como disse um dos escravos à filha.

8 de junho de 2008

Gratidão

Tati Notaro está terminando a monografia de conclusão. O trabalho fala sobre uma edição da Veja sobre a doença de Cazuza. Durante a produção, pude ajudá-la de forma, digamos, direta. Entre uns pitacos e outros, me disponibilizei para decupar uma entrevista de, aproximadamente, uma hora de duração.

Sou uma ótima amiga, é o que eu acho! Terminei a decupagem enviei o material. Claro que não ia deixar escapar uma gracinha e nventei um trecho da entrevista:

Uma última pergunta...O que a senhora sugere para eu retribuir, como pagamento, para a pessoa que vai decupar esta entrevista?

Ah..antes de mais nada, acho que ela já é uma vencedora. Diga a ela que mandei aquele abraço.Acho que como gratificação, você pode preparar um jantar e brigadeiro só para ela, ouvindo um cara que também sou fã, que é Lenine. Sem falar, em você agradecer eternamente, emprestar livros, CD’s e afins..Ah, e pague a passagem dela para ela vir aqui com você. Acho que é uma pessoa que merece muito sua eterna gratidão.....

Entretanto, a vingança veio longos dias depois, hoje, mais precisamente. Ela estava me contando sobre o texto de agradecimento da monografia. O papo no msn:

Tati diz:
olha os agradecimentos


Tati diz:
À minha mãe, pelo incentivo em todas as fases deste projeto, e por suportar luzes acesas e batidas de teclado noites adentro.
Ao meu orientador e professor Dr. Heitor Rocha, pelo cuidado e entusiasmo de sempre com este trabalho.
Ao "sempre chefe" Marcelo Pereira, pela paciência em me ensinar, na prática, a lida jornalística.


Tati diz:
À Lucinha Araujo, mãe de Cazuza, pela entrevista e materiais de arquivo da Sociedade Viva Cazuza, que foram de extrema importância neste trabalho.
A Tardelle, por agüentar sua namorada com um nível de stress acima do suportável.
À Tacyana Viard, por me mostrar no dia-a-dia que existe alguém mais burra do que eu.

..........................................

Uma palavra apenas: gratidão!

uhuhuhu

Depois de quase chorar virtualmente, ela mandou o verdadeiro..

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