28 de agosto de 2008

Super Campeão

Noventa e quatro anos de história cheia de vitórias e derrotas, como em qualquer contabilidade da vida. Fundado em 3 de fevereiro de 1914, o Santa Cruz Futebol Clube nunca viveu uma fase tão dolorosa. Após um período de glória, o tricolor começou seu declínio em 2006, quando foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro. De lá pra cá, uma seqüência de queda.

O mais recente capítulo vivido pelo clube e pela sua imensa torcida foi no último final de semana, quando o time sepultou as últimas esperanças de permanecer na série C do brasileirão. A derrota para o Campinense mostrou que o Santa ainda não tinha chegado ao fim do poço. Agora, o time tem que estar entre os quatro melhores colocados do Campeonato Pernambucano de 2009 para conseguir vaga na série D.

Essa crise dentro das quatro linhas é, na verdade, reflexo do que tem ocorrido nos bastidores.
Faltou planejamento durante a gestão do presidente Édson Nogueira, o Edinho. Assim, toda a equipe sai prejudicada. O último técnico a assumir o time foi Bagé, que só conseguiu uma vitória numa média de seis partidas. Deixou o cargo após o último empate. Já foi tarde. E muito.

O que se via em campo era um time mal estruturado, e pior: sem qualidade técnica. Os jogadores passavam a semana treinando para errar lançamentos, cruzamentos, cabeceio e passes. São erros primários que facilitaram os gols sofridos durante as duas fases do brasileirão. Perdemos para times que, para nós, são desconhecidos. No entanto, os torcedores desses desconhecidos calaram os tricolores pernambucanos a cada empate ou vitória conquistada no Mundão do Arruda.

A atitude de Edinho esta semana foi de antecipar as eleições presidenciais do clube. Era o mínimo que ele poderia fazer diante de tanta incompetência. Durante a coletiva de imprensa, ele afirmou que não se arrepende de nada do que fez e diz que sai de cabeça erguida. Típico discurso de fracassado que precisa dizer isso para conseguir acreditar que teve competência.

Essa retórica do presidente é totalmente oposta a dos torcedores tricolor – vale ressaltar que o time ficou em quarto colocado no ranking de média de público no estádio, perdendo apenas para o Corinthians, Grêmio e Flamengo. O Terror do Nordeste levava para o estádio cerca de 20 mil fiéis torcedores, que pagaram ingresso caro (R$ 20), gritavam, cantavam, apoiavam e aplaudia o time. E olhe que o time estava na série C, que nada tem de privilegiada!

O sentimento que reina no Recife é bem descrito pelo texto de Roberto Vieira para o blog de Juca Kfouri:

O silêncio do Terror

Por Roberto Vieira

Hoje, o Recife é uma cidade em silêncio. O povo humilde nas ruas já não canta. A pobreza subitamente ficou mais triste. O Santa Cruz, antigo Terror do Nordeste, acordou quase na Série D do futebol brasileiro.

O Mundão do Arruda com sua legião de fiéis está vazio.

Porque o Santa Cruz não é um clube de anéis de diamante. Carros importados. O Santa Cruz não nasceu em berço de ouro. O Santa Cruz é um clube feito de mangue e lágrimas. Mocambos e favelas. Longe dos palacetes de Rosa e Silva. Distante da fortuna da Abdias de Carvalho.

O Santa Cruz é a expressão mais perfeita de uma cidade feita de constrastes. Das pontes que cruzam o Capibaribe, holandesas. Das crianças que moram sob as pontes, africanas.

Mas, se resta um consolo aos torcedores que guardaram suas surradas camisas tricolores na saudade. É a certeza de que a torcida tricolor não foi derrotada. Pois a paixão destes abnegados que só pensam no Santa Cruz com o coração permanece invicta.

Derrotados foram os dirigentes que durante décadas se aproveitaram do amor da torcida coral para se elegerem semideuses. Para serem heróis da mídia. Para multiplicarem seus haveres. Estes senhores não possuem a dignidade deste povo que hoje sofre em silêncio.

Porque hoje o Recife é uma cidade em silêncio.
A pobreza, subitamente, ficou mais triste..."

27 de agosto de 2008

Chuva!

Vim fazer uma campanha para que o trabalho seja suspenso em dia de chuva. Não é, necessariamente, por preguiça, mas pela quantidade de situações que impedem de te deixar disposta e humorada para você ir para o emprego.

Considerando que o trabalhador utilize o nosso querido ônibus para se locomover, o dia já está fadado ao estresse. Você escolhe a roupa e, quando percebe, não está nada apropriada para o clima chuvoso. Não que você tenha colocado bermuda e havaiana, mas a calça está comprida e, como você mora no Recife, sabe que as ruas ficarão alagadas e a sua calça ficará enxarcada. Assim, se você insistir em usar a bendita calça, vai sentir frio, além de carregar lama e areia na roupa.

Mudando de roupa ou não, você está pronta para ir ao trabalho. Olha para o céu e vê que ele está nublado. Guarda a sombrinha na bolsa e sai. Pronto. É só colocar o pé fora de casa para que São Pedro libere a chuva. Lá vai você abrir a sombrinha - que é um objeto irritante de carregar.

Quando vem o ônibus, você tem medo de esticar o braço para acioná-lo, afinal, vai acabar se molhando. Mas como é no horário de movimento, tem umas 15 pessoas que vão subir junto com você e já se encarregaram de estender o braço. Não é só isso. Eles já passaram por cima de você para subir primeiro.

É só entrar no ônibus para você sentir saudade da rua. As janelas fechadas acabam com a circulação do ar e causam aquele abafado. Só quem está sentado é que acha o máximo fazer desenhos no vidro embaçado. Sentados e acomodados, eles não estão muito preocupados com os que estão em pé, tendo que se equilibrar, segurar as sacolas e ainda economizar a respiração. Não esqueça da sombrinha que está pingando horrores no chão, ou, no meu caso, no colo de quem está sentado (quando percebi, eu tirei, claro).

Saldo parcial: roupa ainda um pouco seca, corpo molhado (chuva + o suor do abafado), cabelo em transição para seu pior estado de apresentação e o humor tentando se manter ativo.

Mas calma! Não custa nada rir das situações horríveis.

Para quem só pega um ônibus, ainda é possível sair ileso da tempestade e suas consequências. Já para quem precisa pegar outro, a tortura é prolongada. E lá vai o mesmo esquema: medo de molhar o braço, ônibus abafado, falta de ar, sacola, sombrinha, etc. A diferença é que o cabelo já não aguenta mais chuva e o vento (quando você está na parada) e se entrega. Fica naquele estado que você tanto teme. Vale ressaltar que esse quesito se atribui àqueles que possuem o cabelo, digamos, rebeldes e indisciplinados, como dizem os shampoos.

Me diz mesmo se temos condições de trabalhar num dia como esses?! O seu rendimento cai, você mal responde os cumprimentos que te fazem, você quer que o expediente acabe logo e por aí vai.
Tá vendo que tem lógica?
Ai que inveja de quem vende sanduíche na praia...

17 de agosto de 2008

Cachorros....

Acabei de ouvir uma notícia que falava sobre mais um ataque de animal. Uma criança de quatro anos brincava com o pote de comida do cão e acabou sendo atacada.
Claro que a gente lamenta, mas, sinceramente, cachorros não pensam e não sabem que a criança não vai roubar o alimento. Quando são noticiados, os fatos ganham um tom de absurdo enorme. Os cães são sempre os culpados e acabam indo para canís ou sacrificados.
Arrisco-me a dizer que nenhum cão tem culpa. Ele é fruto da educação que recebe. Se o dono o cria com a intenção de torná-lo feroz, ele se tornará. No entanto, se o animal é criado normalmente, com amor, dedicação e alimentação, ele não vai ser agressivo e violento.
É questão de lógica e raciocínio. Não da parte dos cães, mas das pessoas. Tudo bem que a criança tinha quatro anos, mas já entende o que é certo e errado, caso os pais tenham dado esse ensinamento a ele.
Neste caso, até minha poodle, que tem 15 anos e é cega, me atacaria se eu fosse brincar com o pote de comida dela ou se resolvesse incomodá-la.

14 de agosto de 2008

Aquário

Não que eu acredite..imagina!
Mas, sério, achei esse perfeito.
Encontrei o site através de uma surtada amiga minha, a Renatinha.
"A mulher de Aquário insiste em ser livre, mas sua entrega a quem aceite seu amor dentro deste limite, tem sua eterna devoção.

Como todo aquariano, ela pode alimentar um temor de que o desejo por uma pessoa possa aprisionar seu espírito e a impeça de ser leal ao seu único grande amor: a liberdade. Liberdade para experimentar, descobrir e ampliar sua visão do mundo.

O Aquário é o signo do futuro, das novas descobertas e dos gênios que mudaram a humanidade.

Sem esta liberdade para vasculhar as coisas em busca de novos conhecimentos, este signo não é nada. Por isso que todos eles costumam viver no futuro onde as coisas ainda estão para acontecer. Na verdade, eles se antecipam à época em que vivem. Muitos astrólogos dizem que daqui uns cinqüenta anos o mundo pensará como a aquariana. E deve ser mesmo. Basta notar que a maioria dos gênios visionários eram de Aquário ou tinham ascendente aquariano. Só para citarmos alguns exemplos, Galileu foi perseguido por que vivia milênios à frente de sua época, e era de Aquário. Thomas Edson, o inventor da lâmpada foi chamado de maluco tantas vezes, que talvez só perca para Charles Darwin, mais um aquariano, pai da teoria da evolução. Bem, vamos parar por aqui, não vou falar sobre Abraham Lincoln, Francis Bacon ou Franklin Roosevelt, entre outros.

Você pode esperar que ela sempre lhe dê uma opinião franca, mas não tentará ensina-lo como viver.

Se você está procurando uma mulher louca pelas paixões, fez a escolha errada. Se ela for uma típica mulher de Aquário, a paixão não será seu forte. Esta mulher é muito lógica e ponderada para se impressionar com romances adocicados, declarações de amor ou filmes com finais trágicos, como Romeu e Julieta. Para ela não faz sentido associar paixão com amor. Ela entende que o amor é harmonia e tranqüilidade, mas evita a paixão por saber que ela pode causar dor e sofrimento. Sua mente cientifica e extremamente lógica não pode aceitar que alguém chore por amor, pois amor deve causar alegria e sorrisos, jamais lágrimas. Definitivamente, amor neurótico não tem muito futuro com esta mulher!

Ela pode amar com muita intensidade, mas não se entrega totalmente a ninguém.

Não estar diante de seus olhos, muitas vezes significa estar fora do pensamento. A distância raramente faz o coração da mulher de Aquário ficar mais apaixonado. Por isso é muito importante estar sempre presente para que ela não resolva procurar em outros cantos, alguém que o substitua. Se a situação esfria ou se torna intolerável, a índole desta mulher fará com que desapareça da noite para o dia sem olhar para trás. Ela não gosta das separações ou divórcios, mas para ela não representa o mesmo choque que para outras mulheres mais sentimentais. Por ser muito individualista e ter uma multidão de amigos e pretendentes, a mulher de Aquário não hesita em seguir sozinha, se for preciso.

A maioria das mulheres divorciadas e felizes são de Aquário.

Não é comum fazer julgamento ou ter preconceitos. A aquariana costuma aceitar as pessoas como elas são sem a intenção de querer muda-las. O fato de adorar novidades e mudanças não quer dizer que tenha que mudar as pessoas. É muito mais fácil ela querer mudar o mundo ou o universo.

Não procure descobrir os pensamentos privados dela. Não é deste jeito que se lida com esta mulher. Ela conservará seus segredos ocultos, e muitas vezes sentirá uma satisfação perversa em confundi-lo. Em geral, ela será fiel aos extremos, mas lembre-se, com uma aquariana mentir é uma coisa, e deixar de contar toda a história é outra coisa.

O instinto de fraternidade na aquariana é tão intenso que muitas vezes ela ficará chocada por ter cometido alguma injustiça.

Na maioria, bondosas e tranqüilas por natureza, muitas vezes gostam de desafiar a opinião pública, e secretamente se deliciam em chocar as pessoas mais convencionais com um comportamento mais agressivo e transgressor. Urano faz dela uma rebelde que acha instintivamente todos os velhos hábitos errados, e que o mundo precisa de uma mudança radical.
O que pode parecer chocante e escandaloso para muitas pessoas, para ela pode parecer simplesmente exótico. E o que o mundo pode pensar ser uma grande loucura, pode representar uma nova invenção que mudará os rumos da sociedade. Poucas são as coisas que podem chocar uma aquariana ou deixa-la escandalizada. Esta mulher não costuma ter chiliques ou ataques de histeria, nem gostam de fazer um julgamento sem ter uma boa base sobre o assunto.

O fato de aceitar as novidades, faz dela uma mulher sempre na vanguarda.

Apesar de sempre parecer um pouco desligada do mundo, são capazes de captar as coisas que acontecem ao seu redor como uma tela de radar. Você pode pensar que ela não está prestando nenhuma atenção nas coisas que esta dizendo, que deve estar no mundo da lua imaginando o por quê da existência humana, e, no entanto ela repetirá tudo o que disse no dia seguinte. Isto vai ensina-lo de que o processo que elas tem para colher informações é muito maior que sua famosa distração. Por falar em distração, ninguém é mais distraído que a mulher de Aquário. Se ela se esquecer que marcou um encontro com você em seu apartamento, mas se esqueceu de dar o endereço, lembre-se que isto será bem freqüente caso seu romance com esta garota progrida. "

13 de agosto de 2008

Peculiaridade do 3

Talvez seja um surto meu, mas resolvi escrever para ententer o papel do numeral 3 na nossa vida. Não acredito que vocês já tenham parado para refletir sobre isso. Não por serem incapaz, mas por serem ocupados mesmo!

Segundo um dicionário que consultei agora, o três significa: "Quantidade correspondente a duas unidades mais uma". Complementando, ele está depois do 2 e antes do 4. Mas essa parte é redundante. Todos sabem o que é o 3.

Pulando as definições, vamos ao que interessa. Inúmeras vezes, dizemos e ouvimos expressões como: "Liguei pra fulano. Esperei dar três toques e desliguei", "Falei três vezes, aí deixei pra lá", "Na terceira vez, eu falo", "Vou dar a terceira chance"....

O que me intriga é esperarmos pelo três, pelo terceiro. Por que não damos duas chances ou quatro? Qual o problema em esperar a ligação cair na caixa postal?

Não me vem uma resposta decente, e acho que nem vou achá-la. No entanto, acho que já é uma questão cultural. De tando ouvirmos o bendito número citado nessas situações, acabamos absorvendo como uma regra.
Se pararmos para pensar, veremos que planejamos tudo baseado no três. Percebam!

6 de agosto de 2008

Tem, mas tá em falta

Gente, todo santo dia, às 20h, passa uma kombi aqui na rua vendendo quitutes. Estamos vendo a novela das sete e pimba! Lá vem a musiquinha com os dizeres:

"Olhaê, freguesa, a kombi da pamonha está passando no seu local. Temos tapioca; temos canjica; temos milho cozinhado quentinho, quentinho; temos pamonha bem legal. Venha comprovar pamonha de qualidade na sua residência."

Detalhe: nas duas vezes que resolvemos parar de de ver a novela e ir comprovar na nossa própria residência os quitutes, não tinha o que queríamos. Segue o diálogo:

Nós: tem canjica?
Vendedor-mirim (deve ser o filho do motorista): tem não.
Nós: E tapioca?
Vendedor-mirim: tem não. Só tem pamonha.

Tenho até medo de perguntar mais uma vez se tem algo que não seja a porcaria da pamonha.

A política do ventilador

Isso é mais um protesto que um post, na verdade.

Na semana passada, mainha foi dormir lá no quarto. Tudo arrumado e as quatro foram acomodadas. Sim, incluam na conta a podlee. Para quem não sabe, sou extremamente friorenta.

Pois bem!
Ventilador de teto ligado, simbora repousar. Só que eu acordei de madrugada morrendo de frio. Olho para mainha e ela está com o edredon; olho para Taty e ela está coberta com dois lençóis; olho para Negrita - a dog - e ela está....bem, ela não conta. Ela tem pêlos e tá bom demais.


Pergunto: por que diabos passar frio, se podemos diminuir a velocidade do ventilador?
Resposta da minha irmã: Ah, porque é bom sentir o frioziiiinho.


Sensível, ela, né?
Lá fui eu para o quarto de mainha, com o ventilador desligado, claro.


Frustrada minha reunião de moradores da casa das seis mulheres, me resta dormir de calça, meia, lençol e colcha.
© Tacyana Viard 2012 | Blogger Template by Enny Law - Ngetik Dot Com - Nulis