13 de dezembro de 2011

Miss Mocinha

Um surto: ter energia para brincar.





Um hobby: dormir.



Uma atividade: adormecer. 



Um sonho: acordar cercada de pães.



Um inimigo: Fred.


7 de dezembro de 2011

Ficamos velhos e ainda brincamos de Telefone sem Fio. Taty (neste caso, posso citar o nome dela) foi mexer numa folha de A4 e acabou passando no olho dela. Como a vista ficou embaçada, à noite, foi ao hospital. Enquanto isso, eu estava apagada em casa e, no dia seguinte, fui apurar o ocorrido. Ela arranhou a retina, colocou um tampão, ganhou um dia de licença e terá que utilizar uma pomada durante sete dias.

Ontem, vovó liga lá para casa para saber dela. Explico que está tudo bem, mas ela pede para que Taty retorne a ligação.




*quem contou foi tia
*tia: olhe, ele não quis dizer, mas teve um acidente com Taty, mas tá tudo bem..

6 de dezembro de 2011

Vai

E chega o momento que você tanto protelou, mas que se torna inadiável: o de deixar ir. Não por preguiça, mas por comodismo, por se apegar a coisas que vão se esvaindo, se tornando inconsistente, inviável. A dor existe antes, durante e depois da decisão. Antes porque, mesmo sabendo o que é correto, você se nutre dos bons momentos e da rotina gostosa; durante porque é o momento da decisão, de abrir a mão e renovar a confiança; depois porque é seguir em frente.

Você ignora o indício, finge que não o vê porque pode ser que ele também não te veja. E, assim, tudo certo. Segue a linha "me engana e eu finjo que acredito". Toma para si a responsabilidade, resolve carregar nos ombros o que não compete só a você. Mas..que custa você tentar pelo outro também, né? Então, custa. Muito caro.

Custa um chocolate que você dá, um bilhete que escreve, uma mensagem que manda, um presente, uma ligação. Tudo custa. Não em cifras, mas no que essas ações representam: tentativa de agradar, de mostrar companheirismo, de dizer que gosta, de demonstrar preocupação. Custa caro porque você precisa se convencer de que, mesmo não sendo recíproco, não foi em vão. Afinal, o que cabia a você foi feito. Não é ingratidão, só não é recíproco. Vamos à lógica: se não há reciprocidade, por que raios insistir? Nesse caso, não tem nada a ver com os ensinamentos cristãos de ajudar sem esperar algo em troca. O assunto aqui é outro.

Estou na fase do "depois". Dizem - e sei que é verdade - que passa. Dói, mas passa. E o terapeuta ainda reitera: "sinta a dor, Tacyana. Aprenda com ela". "Já estou, Rodrigo", eu retruco. Não há fórmula - e olhe que isso que estou contando não é novidade para ninguém. Estou, na verdade, chovendo no molhado. Não há receita, além do clássico conselho que orienta medida drástica: seguir em frente e deixar o tempo passar (ele ajuda, mas, nessas situações, é leeeeeeeennnnto). Sem peso na consciência, sem culpa. 

Já fiz isso com meu pai. É triste, eu sei, mas é verdade. E, quando você simplesmente aceita que não pode fazer mais nada e que a escolha do outro é não fazer mais nada, você também não faz mais nada, a não ser soltar para que a vida cuide. Então, é jogar a bola para frente e esperar pelo dia que você vai olhar e dizer "Ih, nem doeu mesmo".

Tenho um grave problema, que é o de guardar as coisas. Se sinto raiva ou se perco a paciência, seguro. Nem sempre disfarço. Ou fico quieta ou me torno simpática demais. Se funciona, não sei. Acho que acabo evitando algumas discórdias
E eu que achava que falsidade tinha saído de moda?! Juro como eu achava que era coisa de escola, geralmente presente da 6ª série ao 1º ano. Que o falso, primo do sonso, tinha cumprido sua missão na terra. Mas, para minha surpresa, ele continua e, como se diz no mundo fashion, em voga.

O tal do falso é de causar irritação profunda. Não por ter defeito, mas pelo fato de enganar mesmo a outra pessoa. Para ser um, é preciso muita coragem e disposição para demonstrar um afeto inexistente. O mau caráter, por exemplo, é mais honesto. Ele não vale, mas deixa isso de forma mais clara. Dá para perceber com mais facilidade. Assim, você sabe lidar e percebe que o sorriso, na verdade, é um ranger de dentes. Ele não está sorrindo; está ensaiando uma mordida.

1 de dezembro de 2011

Descobri que sou a favor do mau caráter.

A que fala por mim

Só porque amanhã é o Dia Nacional do Samba:


Coringa
Casuarina

Não aprendi a blefar
Apostei minha última ficha
Dei muita sorte pro azar
Pra me espezinhar você sempre capricha
Eu sempre fui teu coringa,
Mas você bateu de canastra real
Teu baralho tem mandinga
Nada vai mudar a cartada final
A minha dama se foi
Com um valete qualquer
Pensei que tinha cacife,
Mas só ouros você quer
Hoje você vem com pedras, paus e espadas na mão
Só para cortar o naipe do meu coração
Entre trucos e retrucos
Eu nunca pensei
Que a tua tirania faria descartar o rei
Morto dentro do buraco
Eu hoje percebo que perdi
Nem aquele ás de trunfo me tira daqui
Amor de carta marcada
O teu jogo viciado não valia nada





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