26 de agosto de 2010

Flerte

O que houve com o tempo em que as pessoas se paqueravam piscando o olho? E, num show, quando a conversa só saía depois da terceira música? E quando você simplesmente pedia o telefone - pessoalmente ou pelo garçom?

Estou perguntando isso porque hoje fui relativamente cantada por um cidadão em um evento. O que ele pediu? Msn e orkut.  Vamos ver no que dá.


O resultado

Depois de uma acirrada disputa, vamos ao resultado da votação do post anterior:

Caso 1: falência de Saramago - 33%
Caso 2: Brasão - 16%
Caso 3: cachorra falante  - 33%
Caso 4: Pissoterrado - 16%

Se somarmos o percentual, não chegará a 100, mas é quase isso. Ah, nem vem. Sou jornalista, oras!

Pois bem, vamos dar nome aos bois:
Caso 1: @allysfranco
Caso 2: @ericota
Caso 4: @natfreire

Assim, a disputa está entre Allys e eu. Como eu sou autora do blog, ela ganha e tem direito a fazer o café todas as manhãs, durante uma semana. Valendo a partir de segunda-feira.

20 de agosto de 2010

A ponta de inveja


Sabemos que é condenável o ato de sentir inveja. Infelizmente, na última quarta-feira senti imensa inveja da torcida colorada. Ao assistir à vitória espetacular do Internacional em cima do mexicano Chivas, senti uma baita dor de cotovelo ao não lembrar a última vez que pude comemorar tanto junto ao meu time, o Santa Cruz.

Deitada, vi torcedores emocionados, jogadores ansiosos pelo fim da partida e, depois, para erguer a taça. Os fogos, a fumaça que pairava o estádio, o buzinaço e a vontade de ligar pros amigos que torcem para times rivais...tudo isso está apagado na minha mente.

Como sou nova, não vivi momentos de muita glória com o Mais Querido. Lembro apenas de nossa subida à Série A – e, mesmo assim, se a memória não me falha, não subimos como campeões. Registro que fomos vencedores da Copa Pernambuco, que nos trouxe alegria, mas ainda não foi A (em maiúsculo mesmo) conquista. Restou-me dormir com o cotovelo dolorido, achando que acordaria livre desse sentimento pequeno. Bobagem!

Ao me arrumar para o trabalho, no dia seguinte, vi a camisa do Santinha e voltou todo o meu despeito. Não é inveja da má e nem vergonha do nosso tricolor. Jamais! Achei merecida a conquista to Inter. Jogou bem e colocou os mexicanos no bolso. O que senti foi a angústia de não poder gritar ao mundo que somos campeões, de silenciar as torcidas adversárias com nosso orgulho saltando pelas ruas. Mas, como fiéis que somos, vamos seguir em frente atrás desse objetivo. E, com essa conquista, meu amigo, ninguém nos deterá. Colocarei a camisa tricolor e usarei como farda aqui no trabalho. E vão ter que nos aturar.

É disso que falo:

13 de agosto de 2010

Foi pela dor

Quebrando a sequência de postagens divertidas, o texto de agora é apenas um desabafo. Minha pretensão talvez seja dizer para vocês o quanto é importante estarmos cercados de pessoas que nos amam. Ontem, na dor, constatei isso.

Para quem eu não pude ligar, o que aconteceu: meu tio-avô veio do Rio de Janeiro junto com a filha dele. Estão hospedados na casa de minha avó - a irmã dele. Ele já é idoso, tem umas falhas na memória e não conhece o Recife. Nem Olinda, onde minha avó reside. Ontem, ao sair com a filha dele, não quis entrar no salão com ela, que acabou o perdendo de vista. Foi aí que começou tudo.

Minha avó, também idosa, começou a  ligar para os filhos e netos e contar o ocorrido e pedir ajuda. Quando recebi a ligação da minha mãe, era início da tarde. Fui para lá me juntar à família. Enquanto isso, um  primo já o procurava por toda a orla de Olinda, além de hospitais; meu tio andou pelas ruas da redondeza; outro primo estava com a esposa na delegacia registrando a ocorrência. Depois, fui com mainha a mais um hospital e lá encontramos meu primo. Nesse meio tempo, liguei para amigos jornalistas. Imediatamente, todos se mobilizaram para divulgar foto e informações sobre ele.

Vou ser breve: nos dividimos e procuramos nos terminais de ônibus, no Alto da Sé, nos hotéis e abrigos de Olinda, no shopping (ele já tinha ido lá durante a estada)...nada!  A hora passava e angústia aumentava. A preocupação se dividia nele, que estava perdido, e em vovó, que estava sofrendo horrores. Ainda fomos ao Hospital da Restauração e ao IML - uma das partes mais dolorosas, por sinal. Antes de voltarmos à casa de vovó, mais uma volta em Olinda.

Finalmente, no início da madrugada recebemos a notícia de que ele estava em um abrigo em Paulista. Não sabemos direito o que aconteceu, mas um policial estava com ele no bairro dos Coelhos e o levou para o abrigo. Fomos buscá-los e ele estava muito bem e lúcido. Fez piadas e tudo!

Pois bem! Foi no meio dessa dor da angústia e desespero que revi toda a minha família. Estávamos focados na mesma causa e em sintonia. Compartilhamos esse momento, nos abraçamos, nos entreolhamos cada vez que íamos entrar em um hospital numa tentativa de transmitir uma força que duvidávamos ter. E tivemos.

Jantamos, cuidamos do outro, beijamos a cabeça, rimos entre lágrimas, fizemos piada em cima da dor, imaginamos que ele estaria jogando dominó e tomando cerveja...não economizamos nossos amigos e parente de parente. Teimamos e também pedimos socorro ao outro. Revimos nossos conceitos, valorizamos notícias que buscam desaparecidos. Também percebemos a importância que tem um e-mail com o retrato de uma pessoa perdida.

Espítira que sou - aliás, minha família também -, acredito que nada aconteceu à toa, sem um propósito. Deus e sua equipe espiritual estavam lá de cima nos vendo e testando nosso amor. Acho que passamos por essa prova. A lição ainda está sendo digerida, mas o ponto que convergimos durante uma emocionada prece de agradecimento que fizemos em família é que nos amamos. Temos divergências, discutimos de leve, nos encontramos nas datas especiais...mas pudemos, pela segunda vez para mim, estar juntos e aprender pela dor. 

A prece também foi direcionada aos amigos. Caramba...como fiquei surpresa com a reação dos meus amigos. Não que eles fossem me deixar na mão, mas a solidariedade foi tão grande! A geral do trabalho, então, nem se fala!

Que Deus nunca permita esquecer esse momento e quem nos ajudou. 

Obrigada.

10 de agosto de 2010

Pérolas

Ao longo dessa jornada da vida, colecionamos pérolas que nos fazem gargalhar, mesmo quando não há mais graça. Vou compartilhar com vocês e abrir para votação. Obviamente, não direi, ainda, quem são os autores das proezas - embora seja óbvio.

Caso 1:
No dia da morte de Saramago, fomos almoçar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas foi para usar como referência. Estávamos almoçando e..:

Alguém: sobre o que vocês estão conversando?
A anta: sobre a falência de Saramago.

Caso 2:
Final do jogo do Santa Cruz, a torcida gritava para o juiz: "Ladrão! Ladrão!". Qual foi o diálogo no camarote?

A anta: Ué....mas por que eles estão falando de Magrão?
(para quem não sabe, Magrão é goleiro do Sport, time adversário do Santa Cruz e que nem em campo estava)

A outra anta: é não, rapaz. Eles estão gritando: Brasão, Brasão?

Caso 3:
Uma pessoa foi narrar episódio com a cahorra. Foi mais ou menos assim:

"Aí eu quis saber se ela queria isso. Aí ela: NÃO. Então, eu..."
(sim, a cachorra respondeu que não.)

Caso 4: 
Não lembro bem o assunto, mas a pessoa dispara:

"Menina, um monte de gente foi pissoterrada"
(pisoteada + soterrada)

Valendooo!

6 de agosto de 2010

Meu passado me condena I

O que mais chama a atenção na foto?

1 - O mofo na parede da escola;
2 - A marca (ou a falta dela) dos refrigerantes;
3 - A tampa do ar-condicionado;
4 - A hora (deveríamos estar em sala de aula);
5 - O tamanho da minha orelha?

3 de agosto de 2010

Lei da Palmada


A deputada federal Maria Rosário (PT/RS), propôs um projeto de lei defendendo que a educação de crianças seja baseada apenas no diálogo. Assim, proíbe que pais utilizem palmadas, beliscões ou qualquer tipo de agressão como forma pedagógica em crianças. É a chamada Lei da Palmada.

O projeto ainda está caminhando para a aprovação - ou não. Bem, se meu voto fosse consultado, diria não. Para quê mais uma lei para defender o que já prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, que  acaba de completar 20 anos de existência? Não seria mais lógico revisar o ECA?

Um advogado, em entrevista que acompanhei, utilizou a Lei Seca como parâmetro. Ele questionou: desde quando foi permitido ao cidadão beber e, em seguida, dirigir? Nunca. E continuou: E agora, quando deixou de ser ilegal pais baterem em seus filhos? E o crime de maus tratos?.

Concordo plenamente com ele. Espancamento gera violência. Assistindo à reprise de Happy Hour, um psicólogo afirmou que crianças com mais de cinco anos já conseguem compreender o que os pais querem ensinar. Assim, o diálogo é a principal via que leva à educação. Nestes casos, agir com palmadas (daquelas violentas) vai piorar o relacionamento e comprometer a formação dos pequenos.

Crianças pequenas ainda não entendem bem o motivo que o impede de colocar a mão na tomada. O pai fala, repreende e o pequeno insiste em colocar o dedo. O que fazer? Explicar que o choque pode causar queimadura ou fibrilação cardíaca? Resta apelar para algo físico. Mais uma vez, não estou falando de surras, mas de um ''solavanco'' para despertar a criança.

Não sou mãe, mas sinto que, dependendo do que meu filho fizer, levará uma palmada. Apanhei algumas vezes na infância, quando minha mãe julgava necessário. E minha irmã levou algumas também. Hoje eu concordo com os motivos - nem todos, viu, mãe!? Não crescemos violentas ou temerosas. Somos educadas, sabemos nossos limites e a consequência de nossos atos. 

Obviamente, o resultado da educação varia porque estamos falando de personalidades e formação de cidadão. Mas acredito no amor e na intenção de educar com bom senso e responsabilidade.

2 de agosto de 2010

O tempo passa, mas a saga...

Escrevi esse texto abaixo para o Raulles, nosso falecido blog da faculdade. Isso foi em 2006.
Saudade...


Onibus....oh, vida! oh,céus!

Bem, comecemos uma série de situações cotidianas e que nos estressam muito, mas depois conseguimos dar boas gargalhadas desses fatos.
 
Ônibus lotado, povo apertado / Será que na vida tudo é passageiro / Um calor danado, povo sem dinheiro / Tenho lá minhas dúvidas se Deus é brasileiro......(Terrasamba)
 
Abrindo a temporada (temos que criar um nome), vamos falar sobre o coletivo de pessoas, digamos, menos favorecidas, ônibus. Acredito que todos vocês, cara dezena de leitores, já passaram por tais situações: correr para chegar a tempo - fiz isso ontem-, esticar o braço e o filho da p. do motorista fingir que você nem estava lá, o ônibus passar por uma poça d'agua e o povo olhar para você com aquela cara "tadinha...se molhou toda.....esses motoristas...", o passe-fácil acabar justamente no dia em que você planejou carregá-lo mas que acabou não indo - e sobrar para vc fazer rolo... 
 
Dentro do ônibus, outra fase: a da sobrevivência.Você entra no ônibus e, quando está vazio, você é obrigado a enfrentar todos te olhando e analisando sua roupa. Quando cheio, seu único pensamento é "onde vou me enfiar nesta porra?!". Quando você encontra aquele lugar espremido chega alguém depois para lhe roubar aquele único espaço que você encontrou na barra de ferro (acontece geralmente quando você vai se coçar ou ajeitar alguma coisa, aí o seu companheiro em pé aproveita e toma seu espaço). Se vc der sorte, a pessoa sentada faz a gentileza de pedir para segurar suas sacolas. Bom, né?! Mas às vezes a pessoa finge estar dormindo e nem se oferece. 
 
Aí começa a dureza...segurar sacola, se equilibrar com uma mão apenas e, para completar, o motô tá virado na porra e está na maior velocidade e ouve-se o tradicional grito "tá carregando boi, é, motorista?!". Alguém vai passar e leva seu pé, assanha seu cabelo e quando o motorista não para é aquele inferno "vai descer, motôôôôôô!!"
 
Já passei por todas as situações citadas e acrescento: já dormi. Não foi um cochilo ou bodeada ou pescada. Apaguei mesmo. Compartilharei....
 
Largo de meu trabalho, umas 12 e pouca. Pego meu casaco e ajeito para que ele fique entre meu ombro e a janela e eu possa repousar. Foi o fim! Só acordei lá no meu bairro, ARRUDA. Só acordei porque o cobrador, já meu conhecido de todo santo dia, começou a me chamar. Como não escutei, ele pediu para que uma menina - ela estava lá longe- me acordar. Quando acordei, o ônibus estava parado e todos dizendo "olha a parada..olha a parada!"...só consegui botar o casaco na cara e descer. 
 
Ainda sonolenta, segui em frente, mas percebi que não estava indo para o lugar certo. Pensei "ele ainda me acorda no lugar errado!". Quando me dei conta, EU estava desnorteada e fui pro lado oposto à minha casa....cheguei em casa chorando e rindo ao mesmo tempo...e pensando em como iria encarar o cobrador na manhã seguinte.
 
Ufaaa...acho que isso foi mais um desabafo!!
Bjs, e postem, seus inoperantes!!
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