2 de fevereiro de 2021

Livros 1/12

Conforme não cumprido no ano passado (que se arrasta por 2021), trouxe uma meta de leitura para cá. Porém, sem meta rs. Apenas o desejo de me dedicar à leitura, e foi o que consegui fazer em janeiro: foram seis livros com temas, estéticas e estilos diferentes. Eis:




“O perigo de uma história única”, de Chimamanda Ngozi Adichie

Livro fino e com uma linguagem simples. Não sei se é o segundo ou o terceiro livro que leio dessa escritora nigeriana. Ela fala sobre as visões estabelecidas e, de tão reproduzidas, tidas como verdade absoluta. Isso vem por livros, filmes, histórias contadas, entre outros meios, que estereotipam povos em uma visão unilateral e superficial. Vou ler novamente porque acho que tenho mais para absorver de lá.


 

“Eu destilo melanina e mel”, de Upile Chisala

Os textos são curtos e as mensagens, intensas. Com leveza, poesia e rima, fala do que é ser uma mulher negra. Em uma das páginas, ela diz: “Eu amei essa pele muito antes de você respirar nela / eu não serei uma coisa bela a escura desfilada por aí / eu não sou para ser mostrada / eu não sou para a sua piedade ou para o seu prazer / amar a mim nunca será um ato de caridade”. Além disso, traz amor e romance, sempre ressaltando o valor e amor próprios.

 


“Super reciclinhos”, de Débora Rocha

Sou suspeita para falar porque conheço a autora e, ao ler, vem a voz dela contando a história da aventura que une crianças e adultos pelo bem da natureza. Mais que isso, consegue incluir, numa só história, menções aos nossos ancestrais, respeito às diferenças, importância do amor, afeto e solidariedade.

 


“Coragem”, de Rose McGowan

Pela capa, achei que o tema teria relação com o câncer. Pura visão limitada a minha. O corte do cabelo representa a libertação da mulher em meio a uma sociedade que estabelece o padrão de beleza que deve, inconscientemente, influenciar tantas outras mulheres. Mas esse é só um dos alertas da atriz. O livro é bem doloroso, especialmente para nós, porque fala de abusos sexuais e, tão violento quanto, do silenciamento das pessoas. No caso da experiência dela, da indústria chamada Hollywood. 



 

“Casagrande se seus demônios”, Casagrande e Gilvan Ribeiro

É o primeiro de três livros que falam sobre o jogador, militante, ser humano. A obra compartilha diversas memórias boas e ruins da vida de Casagrande com leveza e honestidade, que fazem a gente se sentir à vontade para chamá-lo de Casão também. Exceto duas colocações questionáveis (uma é um trocadilho de esquema tático na paquera em que o texto fala “a iniciativa partia muitas vezes das próprias garotas. As defesas se abriam, sem qualquer pudor, para ele entrar com bola e tudo” e outro que critica o humor politicamente correto de hoje em dia). No mais, é um livro muito bom, cheio de informação e que me fez continuar lendo sobre nas buscas da internet.

 



“A corrente da vida”, de Walcyr Carrasco

Juvenil, mas bem bom relembrar levemente a época do surgimento da AIDs e o preconceito que envolvia a doença, especialmente pela falta de informação. Remédios caríssimos, ausência de política pública para o tratamento e a alta taxa de mortalidade da época são registros tristes na obra, mas que mesclam com a solidariedade e amizade da turma da escola.

 

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