16 de junho de 2016

Pacto

Vinte e nove anos, mentalidade de uma senhora e disposição de uma múmia. Tem uns exageros nessa conta, mas é bem por aí.

Nada como o ócio para se enxergar. Sair da rotina cheia de compromissos, aliada ao clichê de nunca haver disponibilidade de tempo, é uma armadilha invisível e perigosa. Mas não nos damos conta disso até vir a crise. E ela nada mais é que um alerta para que você se mexa. "Tem algo doendo, está incomodando, presta atenção a isso", alardeia. E tudo o que ela quer dizer é: mexa-se!

Somando os conselhos que recebi até ontem e filtrando o que pode ser projeção alheia (outro perigo) ou não, voltei a um plano de vida. Algo meu, só meu e que depende apenas de mim. Todos os desafios listados podem ser executáveis. Criei regras, metas e pequenas recompensas. Li que se fizermos tudo ao máximo de privação podemos ficar desestimulados.

Uma vez, à noite, rabisquei na minha parede tudo onque precisava no momento. Havia itens materiais, como maquiagem e tênis, e outros que diziam respeito à reforma íntima. Consegui apagar alguns deles porque consegui obter. O que pesa mais são os desejos a alcançar. Obter e alcançar são beeeeeem diferentes. Esses últimos também são difíceis de mensurar, confesso. Mas, sendo honesta, talvez eu já esteja caminhando para essa conquista. E digo mais: elas são eternas.

Na verdade, tudo é uma busca constante. Talvez não tenha graça viver sem criar novos objetivos e viver apenas comemorando uma conquista ja empoeirada. Somos movidos à ambição. Uma pena essa palavra ter se tornado tão pejorativa. Mas, filtrada, nos diz para continuar buscando, movendo, saindo. E seja de que jeito for.

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