23 de novembro de 2010

Causos

Dia desses, no Recife Antigo, estava com minha irmã e dois amigos dela. Enquanto esperávamos um bendito show, chega um cidadão perto da gente. Confesso que julguei e jurava que ele ia nos oferecer drogas, mas não. Ele virou para mim e minha irmã e:

Ele: Licença. Vocês são namoradas?
Todos paramos e: oi?
Eu: ela é a minha irmã.
Ele: tem certeza?


Minha vontade era: eita..bem lembrado. Deixa eu comparar a certidão de nascimento aqui.
Mas..

Eu: sim, temos.
Ele, virando para minha irmã: gostaria de falar com você.

Bem..conversaram, ele disse que ela tinha um brilho especial..blábláblá. Nunca agradeci tanto por ser aguada e opaca!


Uma vez, fui acompanhar um almoço de relacionamento. Para não passar vergonha, olhei no site e escolhi o prato. Obviamente, um fácil de pronunciar. Decorei, ensaiei e lá fomos nós.Quando o garçom chegou, acabei aceitando sugestão do chefe porque eu havia esquecido o meu pedido. Então, já que está no inferno, simbora fazer um churrasquinho. Apesar de não ser o que eu havia escolhido, estava uma delícia. Quando eu tinha comido mais da metade, o garçom volta e:

Ele: está satisfeito, senhorita?
Eu, jurando a pergunta era pura educação: ah, sim, claro. Muito.

Ele recolheu meu prato. Desde quando satisfeita = bucho cheio?

14 de novembro de 2010

Lição

Enquanto atravessava a ponte Buarque Macêdo, aqui no Recife Antigo, um rapaz mal vestido se aproximou de nós e me entregou um livro:


Ele: toma.
Eu: Hãn?! Não, pô.
Ele: sim, tome. Eu moro na rua e esse livro não vai adiantar de nada pra mim. Fique, é seu.

Óbvio que aceitei. Minha vontade era chorar e abraçá-lo. Não fiz, mas deveria ter feito.

Eis o livro:
Leitura de férias \o/

5 de novembro de 2010

Titanic

Quem tem tv paga, teve a chance de assistir, pela milésima vez, ao clássico filme Titanic - ou taitánic, na versão em inglês. Vi pela primeira vez ainda pirralha, quando o cinema do Shopping Recife ficava do lado de fora e formava filas quilométricas. Obviamente, saíamos fascinadas. Hoje, ainda me emociono em alguns trechos e dou gargalhadas em outros. Como só tenho amigo mala, Marina também reage assim. Tanto que postou no blog dela uma conversa nossa. Na mesma linha, posto aqui nossa conversa via sms durante uma exibição na tv:


Tacy: Tô vendo Titanic!!

Marina: Eu tambeeeém. Ia te mandar uma msg. Que bixo longo. Eu não sei por que, mas toda vez eu acho que eles vão consegui se livrar do iceberg

Tacy: kkk tava eu e mainha tensas aqui torcendo pra dar tempo. E Rose correndo pra avisar o corno e a mãe. Ia mudar em que?

Marina: hahahaha É muita leseira. Rose é jumentinha, e ainda apanha.

Tacy: Vou locar pra gente fazer um cine... temos que ver juntas

Marina: E fazer uma resenha esculhambando essa lambança.

Tacy: E essa banda que morre tocando? Ainda vai ter o pastor que prega enquanto segura uma tuia de gente

Marina: Aí eu respeito. Porque toda vez eu choro. Apesar da burrice deles, eles são bem solidários.

Tacy: kkk eu lacrimejo com as criancinhas. Tb prendo a respiração quando Jack fica submerso procurando a chave pra abrir a porta. Aaaii quero dormir!

Marina: Eu também. Mas preciso ver o trouxa do Jack morrer

Tacy: LÁ VEM A MALDITA PORTA. BURROS.

Marina: Hora de chorar.

Tacy: Além de pular do bote e lascar Jack, Rose fica sozinha na porta. Resumindo: ela é a vilã. E ainda canta a porcaria da máquina voadora Josephine.

Traiu o noivo rico com o pobretão, desperdiçou vaga no bote, foi salva do afogamento, ficou com a porto todinha pra ela e ficou com o diamante. E ainda o jogou no mar. Vilã!


E digo mais: mainha, Taty e eu brincávamos de Jack e Rose: uma tinha que afogar a outra.

Fim (até assistir de novo).

4 de novembro de 2010

Divagações

Acho que os sintomas de final de ano estão invadindo meu ser. Estamos no comecinho de novembro, mas já estou na árdua tarefa de refletir sobre minhas atitudes (ou a falta delas) durante os últimos 11 meses. Já comecei a falar sobre isso com minha mãe e outra amiga. A conclusão é: não fiz nada este ano. A sensação é que não cresci, apenas vivi bem na inércia.

Mas também sei que tudo o que eu fiz teve muitas dosagens de dedicação. Não fiz nada desacreditada. Houve empenho aqui em casa, no trabalho e em minha relação com amigos. Falhei apenas na minha relação comigo. Isso espera um pouco.

De imediato, acho que preciso aprender que o reconhecimento dos que estão ao meu lado não funciona como medidor do meu empenho. É claro que é uma delícia receber elogios, ouvir algo bacana de alguém que lhe é importante. Mas não precisamos (me desculpem se generalizei. Se discordam, podem falar) virar reféns desse tipo de termômetro. Temos é que aprender que nós devemos ser nossos medidores. Afinal, sabemos (sim, se nos olharmos com sinceridade) o tanto que nos empenhamos e sacrificamos por algo ou alguém. Ou também chegamos à conclusão que falhamos, amolecemos. E aí é correr atrás mesmo!

Mas o que fazer quando sabemos que agimos bem e, ao invés do reconhecimento ou do silêncio, vem o oposto? É aí que entra minha próxima etapa: saber que chega um momento em que temos que largar mão. Um exemplo de outra amiga e de minha mãe: tentaram em outra cidade formar uma vida. O feito não foi alcançado. Faltou esforço? Não. Se tentaram mas não deu 'certo', é preciso muita maturidade para saber o momento de voltar. E retornar de cabeça erguida. E assim fizeram.

Se tudo o que podíamos fazer foi feito, o que nos resta? Não já provamos - e nossa consciência também afirma - que cumprimos nosso papel? Então, é deixar com o tempo mesmo. Vamos cuidar do que está ao nosso alcance. Deixa o restante com a vida.

2 de novembro de 2010

Chiquês

E não é que é mais chicoso renomear as coisas? Agora, o chiquês invadiu o dia a dia e trouxe mudanças. Lá vai a lista que consegui lembrar:
  • Prato Feito virou Prato Executivo;
  • Pequeno virou compacto (principalmente em anúncios de apartamentos e carros);
  • Torrada virou crouton;
  • Bolo solado virou brownie;
  • Empregada doméstica virou secretária do lar;
  • Almeida Prado virou Activia;
  • Vendedora virou promotora;
  • Batata cozida virou Batata Sauté;
  • Funcionário virou colaborador;
  • Pomada (ou o antigo creme rinse) virou mousse;
  • Computador agora é pc;
  • Cohab virou conjunto residencial;
  • Favela virou comunidade (ou comunidádji);
  • Broche virou boton;
  • Calça lycra virou legging
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