Esqueçam pratos gigantes contrastando com as pequenas porções servidas nele. E também o leve molho ou aquelas folhinhas estranhas que adornam o prato e que você não sabe se é enfeite ou se é comestível. A minha culinária é completamente oposta, é aquela bem popular.
A gastronomia que está ao alcance de meu grosseiro paladar é a que inclui a batata frita. Não, não é aquela servida em bares e restaurantes. Falo daquela vendida em carroças no meio da rua. Aquela que seca com um lustre em cima e cujo óleo já é escuro - principalmente às sextas-feiras. E o que é a higiene do local? De um lado, um tonel com batatas gigantes 'de molho'; de outro, aquela fileira de bisnagas com maionese, queijo ralado, mostarda e ketchup - que te faz pensar que, na verdade, é de goiaba diante da cor rosada. Quando muito, o 'funcionário' usa uma bata. E a unha? É sorte encontrar mãos limpas e unhas cortadas e lixadas. Mas o prazer de segurar aquele saco plástico (quando se paga R$2) ou de papel (de pão, acho - valor R$1) e a constante busca de equilíbrio para comer batatas gigantes com palito e molho escorrendo compensam. Acabei de comer uma.
Quer me acabar? Passa com a carroça de hot dog (sim, no inglês) quando eu estiver na praia. Aquele cheiro de mar quando se mistura ao do molho da salsicha abre meu apetite. E tem que ser daqueles de R$1 e que você ganha um copo de refrigerante sem gás. Salivei só de lembrar. "Moço, capricha, coloca tudo bem reforçado", sempre peço. Ou melhor: pedia. Agora o hot dog divide espaço com a empada de frango.
O próximo e último item do cardápio é aquele pastel. Aí tem que ser sequinho mesmo para descer bem. Mas faço questão que ele seja de 'vento'. Enche e enjoa pastel que vem muito recheado. A graça de comer o pastel semi-vazio é ficar na expectativa de encontrar aquela lasquinha de queijo coalho ou mussarela. Ou a dúvida de saber se já começou esse bendito pedaço.
Problema é só quando o organismo reage.