16 de setembro de 2008

Pela volta dos adjetivos!


Durante uma bisbilhotada em orkuts alheios, comecei a ler alguns depoimentos. Não acho que eles sejam um fator primordial numa relação, mas, claro, não deixa de trazer alegria quando você abre seu orkut e está lá um textinho só de elogios. Do contrário, tem um texto falando de alguém ou um desabafo que vem seguido de um "NÃO ACEITA!!!".

Primeira observação é que a maioria dos depoimentos começa com a clássica pergunta: "O que falar dessa pessoinha?". Logo depois, começam os elogios. No topo dos adjetivos citados está que a pessoinha é "legal". Eu tenho trauma com esse "legal" porque os professores do colégio onde estudei organizaram uma dinâmica de grupo para aliviar a tensão pré-vestibular. E era assim: em uma folha você escreveria a qualidade de cada pessoa da sala; no outro papel, seriam anotados os defeitos. Depois disso, cada aluno leria o que escreveu para a turma. E adivinha o adjetivo que mais foi citado? Pimba! Foi o danado do "legal".

Recebi vários "legais" dos meus colegas de classe e sempre achei isso muito vago. Até hoje não sei o que é ser legal. O que houve com aqueles adjetivos que colocávamos nos papéis de carta cheios de desenhos (leia-se: ursos surfando, pegando sol...) e cuti-cutis? Cadê as palavras como carinhosa, doce, aplicada, interessada, esforçada...?
Todas elas ficaram para trás. Tudo se resume ao "legal".

Para mim, uma pessoa legal é aquela que nem vai, nem vem. Sabe como é? Quando tem lá no depoimento que Fulana, além de legal, é "alto astral", já melhora. Porque aí você já vai montando a imagem da pessoa com adjetivos concretos, que você sabe definir. Mas quando não...

Lado a lado com o legal está o "chata", ou melhor, "xata". Quem é que não é chato nesta vida? Quem nunca teve seu momento de chatice? Volto a perguntar pelas palavras, desta vez, as que apontam os defeitos alheios: egoísta, intolerante, impaciente, pirangueiro...

Alguém as viu por aí? A última vez que vi as que escrevi, estavam empoeiradas em uma carta que dei para minha mãe pedindo desculpas por alguma coisa que fiz de errado. Não cheguei a averiguar os depoimentos que escrevi. Com certeza devo encontrar essas duas palavrinhas mágicas, que já não são "por favor" e " obrigada".

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