Ontem, durante conversa com
amigas percebi que meu histórico de ~pé
na bunda ~ começou desde cedo. Lembro que tinha um programa de paquera em uma
rádio. Toda as tardes eu estava lá colando meu ouvido no radinho de pilha. As
pessoas ligavam para a produção, descreviam o interesse e disponibilizavam o
número. Essas informações iam pro ar. Menos as minhas. Ligava, ligava e acho
que a produção começou a fazer por implicância.
O papo se estendeu nas lembranças
de amores horríveis fracos de feição. Hoje é que vemos isso e choramos...de
rir. Na época, o chororô era real. Bastava tocar All by myself e a lágrima
começava a escorrer, junto com as páginas do diário arrancadas enos identificávamos com Malhação. O ursinho de
pelúcia, coitado, ficava morria afogado. A vantagem é que, naquele tempo, a gente não perdia o apetite e não mandava sms ou whatsapp.
Lembro que eu namorava um garoto
no ginásio chamado Edmário. Lembro uma vez que ele chorou na sala de aula, mas,
claro, não foi por mim. Foi para a professora que entregou a prova dele com a
nota 5. Eu, acostumada a ver notas mais baixas que isso, nem me incomodei.
Lembro que andávamos pelas ruas de Maranguape II e admirávamos a beleza
daqueles puxadinhos com a tinta descascando. Não lembro quanto tempo durou e
também não tenho mais contato com ele.
E Isaldo? Como éramos pequenos,
ele era chamado de Isaldinho. Ele ficou apaixonado por mim e eu, mais
preocupada em ouvir Cavalo de Pau cantar “minha estrelinha no céu”, nem dei
bola para ele. Ele era um negão, tinha um sorriso lindo. Quando íamos brincar
de se esconder , à noite, ele tirava a camisa e ficava no mato. Naquele breu
todo, ninguém achava que ele estaria ali. Pimba! Ele era o primeiro a bater,
sempre ganhava.
Teve outra vez que gamei em
Henrique. Fiquei com ele em um show e ele não tinha, digamos, hálito fresco de
Colgate. Ele também passava longe de ser bonito. Tinha umas feições
desproporcionais e uns gestos suspeitos. Isso para mim não importava porque o
perfume dele era ‘entorpecentemente’ bom. Ligava – do orelhão – insistentemente
para ele. Só chamava e ele dizia que era porque deixou o celular no raio que o
parta. Outro toco. A satisfação foi vê-lo a-ca-ba-do dias desses. Estou
valorizada.
O mais marcante mesmo foi Guto.
Ficamos duas vezes: na primeira, quando nos conhecemos e na segunda, quando me
pediu em namoro. Namoramos 15 dias. Nos vimos nenhum dia. Passou o primeiro
final de semana e nada. No segundo, eu resolvi acabar. Sim, eu precisava ligar
e acabar, considerando que ele estava levando super a sério o namoro.
Casos assim até passam. Problema
é que a memória fica. Geralmente, a da amiga. Tenho duas que, quando começam a
se ameaçar, uma dispara “vai continuar? Só falo um nome para você Pablo.”
Pronto. Encerra a discussão. Minha irmã, que não pode ser citada no blog,
namorou com um que apareceu com uma calça de veludo verde. Não era qualquer
verde. Era aquele tom abacate. O namoro não vingou e esperamos que ele, er,
tenha melhorado um pouco mais o gosto.
Portanto, a lição que fica é: não
chore muito porque, logo em seguida, você vai se arrepender. Ou, se não
resistir, não apresente para sua amiga, não tire foto e, principalmente, não
adicione como amigo no Facebook.
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