Protelei, protelei, mas a vida, sempre ela, me chama à realidade. Chegou a hora de repensar minhas escolhas, atitudes e por que não, a profissão. Sim, na verdade, tudo está relacionado ao fato de, mesmo alertada, eu ter escolhido o jornalismo para ganhar (?) dinheiro.
Pronto. Não ganho. E eis as duas humilhações:
Tempo atrás, estava com mais alguém (tão pobre quanto eu, claro) saindo do escritório. Humildes, estávamos caminhando em direção à parada quando um carro sai do subsolo e buzina. Quem era? Seu Roberto, o porteiro! Ele acenou e seguiu no conforto de seu automóvel, enquanto nos preparávamos psicologicamente para enfrentar o aglomerado e o calor para encerrar o dia.
Outro caso aconteceu dias atrás. Saímos do escritório para saciar aquela vontade de comer batata frita. Já diria Murphy: "quando seu cartão chegar ao limite, você estará no meio da compra e não terá dinheiro ma carteira". Sábias palavras! E o que aconteceu? Pimba! No meio da compra, o atendente me vem com a frase clássica: "Senhora, seu cartão não está passando. Quer que eu tente em outra máquina, mesmo não sendo esse o problema?".
Acabou aí? Não.
Antes de chegar ao caixa, vi um flanelinha comendo lá. Enquanto eu comia (sim, @ericota pagou), ele repetiu o lanche!
Acho. Eu disse acho que é o fim do jornalismo. Vou partir para uma carreira mais rentável. Estou aceitando sugestões.
6 Comments:
Boa noite,
Cheguei ao seu blog por conta da tuitada de Betânia Santana e gostei muito do post e concordo com vc. Jornalista, na média, sobrevive ao invés de viver. Aí vc me pergunta: e pq tem tanta gente que insiste?
R: Vaidade, embora isso não encha barriga.
Não consegui distinguir se senti vontade de rir ou de chorar com esse teu post, Tacy. Realmente a situação dos jornalistas em Pernambuco é triste. E eu ainda não entendo quando vejo conorrência de vestibulares e turmas com 50, 60 alunos, se formando neste mesmo curso....
Oi, Wladmir. Tudo bem?
Que bom que chegou aqui. rsrs
Pois é. Postei na brincadeira, mas vocês têm toda a razão quando levam o assunto mais além.
Realmente, jornalista ganha pouco, trabalha um bocado (principalmente nas redações) e ainda tem um monte que adota a postura esnobe - e pior: se acha superior a assessores de imprensa.
Vou olhar seu blog agora, Wladmir. Volta sempre!
Nani, doida!
Mas esses estudantes agem como nós. Sempre ouvi que é uma profissão cuja remuneração é baixa. E o que a gente fez? Lotou a faculdade! hahahaha
TacY, cm sempre tu arrasa nos posts.
Sobre as sugestões de novas profissões p vc: comediante (a gente sempre acaba rindo contigo - tu ia ganhar milhões com monólogos), editora de contra-capas de livro (sabe aquele textinho que você sempre lê antes de comprar o livro? Aquele texto tem q ser interessante e vc tem o dom de tornar as coisas interessantes pelo modo de escrever), flanelinha (pelo menos, o tal flanelinha da história tinha $$$ p comer)...
Maais sugestões depois!
Fiquei passada. Não foi aquele desabafo financeiro que a gente teve rapidamente hj que "pautou" esse post não, né?
É tão complicado, mas tão complicado. Eu achava que quando me formasse, ia sair de casa. Hj, a cada ano de formada, eu vejo mais dificuldades pra isso...
Mas a gente chega lá, Mamute. Vem-te embora, nêga.
Ps: Eu concordo com o q Wladmir escreveu, até ele falar de "vaidade". Acho que os EQUIVOCADOS adentram o jornalismo pensando nisso.
Vaidade de quê? Pra quê? Pra ir em pauta "à convite" para hoteis cujas diárias seu salário dificilmente poderá pagar?
Vaidade pra escrever aquilo que não fere os interesse daqueles que estão acima?
Sugerir ao Sindjope que faça uma campanha de DESMISTIFICAÇÃO do jornalismo antes dos vestbulares. Assim, poupamos tempo e dinheiro (já que as campanhas salariais nunca dão certo)
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