4 de novembro de 2010

Divagações

Acho que os sintomas de final de ano estão invadindo meu ser. Estamos no comecinho de novembro, mas já estou na árdua tarefa de refletir sobre minhas atitudes (ou a falta delas) durante os últimos 11 meses. Já comecei a falar sobre isso com minha mãe e outra amiga. A conclusão é: não fiz nada este ano. A sensação é que não cresci, apenas vivi bem na inércia.

Mas também sei que tudo o que eu fiz teve muitas dosagens de dedicação. Não fiz nada desacreditada. Houve empenho aqui em casa, no trabalho e em minha relação com amigos. Falhei apenas na minha relação comigo. Isso espera um pouco.

De imediato, acho que preciso aprender que o reconhecimento dos que estão ao meu lado não funciona como medidor do meu empenho. É claro que é uma delícia receber elogios, ouvir algo bacana de alguém que lhe é importante. Mas não precisamos (me desculpem se generalizei. Se discordam, podem falar) virar reféns desse tipo de termômetro. Temos é que aprender que nós devemos ser nossos medidores. Afinal, sabemos (sim, se nos olharmos com sinceridade) o tanto que nos empenhamos e sacrificamos por algo ou alguém. Ou também chegamos à conclusão que falhamos, amolecemos. E aí é correr atrás mesmo!

Mas o que fazer quando sabemos que agimos bem e, ao invés do reconhecimento ou do silêncio, vem o oposto? É aí que entra minha próxima etapa: saber que chega um momento em que temos que largar mão. Um exemplo de outra amiga e de minha mãe: tentaram em outra cidade formar uma vida. O feito não foi alcançado. Faltou esforço? Não. Se tentaram mas não deu 'certo', é preciso muita maturidade para saber o momento de voltar. E retornar de cabeça erguida. E assim fizeram.

Se tudo o que podíamos fazer foi feito, o que nos resta? Não já provamos - e nossa consciência também afirma - que cumprimos nosso papel? Então, é deixar com o tempo mesmo. Vamos cuidar do que está ao nosso alcance. Deixa o restante com a vida.

2 Comments:

Wladmir P. disse...

No terceiro parágrafo lembrei de um trecho de meu livro preferido, que achei no espírito do que vc escreveu e tomo a liberdade de copiar aqui:

“De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”

Cindy disse...

Adorei esse texto. Considero inspirador.

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