Ontem, estávamos lembrando de brincadeiras sadias e divertidas da infância. Hoje, velha que estamos - mas não sem humor, não repetiríamos esses momentos de diversão. Ou não.
Brincadeira de @ericota: Laphayette
“Sempre tive uma vocação para ‘Amélia’. Adorava brincar de Laphayette. A diversão consistia em me tornar a personagem Laphayette – uma criada, serva, empregada e piniqueira da minha irmã e suas amigas. Elas ficavam bem sentadas na sala, enquanto eu, na cozinha aguardava o chamado, às vezes com direito a sininho:
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
E lá ia eu, de avental correndo atender o chamado.
- Sim, patroa!
Traga o nosso lanche. Sanduíche de queijo e suco.
- Sim senhora!
E lá ia eu pra piniqueiragem. No meio do trabalho:
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
- Sim, patroinha
- Antes do lanche, traga um chá!
E lá ia eu para mais uma função.
Na cozinha, tinha que dar conta de tudo, inclusive dos resmungos da funcionária lá de casa que dizia, enquanto me supervisionava:
- Menina, deixe de ser besta!!! Depois nem pense que eu vou arrumar essa cozinha!
- Pode deixar, Maria, pode deixar comigo!
Lá da sala:
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
- Sim, patroa
- Tá demorando muito
- Já ta saindo, patroa!
Na cozinha a confusão estava armada
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
- Sim, patroa
- Tá demorando muito, você é uma incompetente!
Sai o chá!
- Mas a borda da xícara tem que ter açúcar, volte!
Primeira leva entregue. Sento-me no banquinho da cozinha exausta quando escuto
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Corro:
- sim, patroa!
- Agora traga banana machucada. A minha com muito Nescau, a dela sem farinha láctea e muito açúcar e a dela sem açúcar. Todas, com muito leite moça!
E lá vai Lapha, cansada, amassar banana, já sabendo que vai levar uns gritos porque vai trocar os pedidos e já sem vontade de brincar.
- Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee , sua burra, você misturou tudoooo! Está despedida, mas antes deixe a cozinha arrumada.
E lá ia eu, cabisbaixa, enfrentar uma pilha de prato. Quando chego, Maria, já me esperava de braços abertos com um abraço e dizendo:
- vou ajudar, mas não brinque mais disso, viu?
Na outra semana já tava animada para ser - Laphayetteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Laphayeeeeeeeeeeeeeeette
Minha brincadeira: bastão
Poderia trocar o nome da brincadeira por 'bestão'. Faria mais sentido. Num passado vivo no meu braço (explico já), minha irmã e eu, desocupadas, fomos imitar Faustão. Pegamos dois pedaços de pau e bolamos a brincadeira: teríamos que colocar o bastão em pé no chão, apoiar a cabeça nele e rodar algumas (ou muitas) vezes. Depois disso, tontas, teríamos que ir em frente (não sei qual a definição de 'ir em frente' depois de girar com a cabeça abaixada), subir o batente da garagem, chutar a bola na parede e voltar.
Pois bem. Roteiro repassado, as duas entenderam e...já. Não chegamos à etapa de 'ir em frente'. Depois que rodei, dei dois passos pra direita e páááfh no chão. Minha irmã, também tonta, largou o bastão para me socorrer. Não sei como ela consegiu chegar perto de mim e também não faço idéia de como chegamos para pedir socorro a mainha porque meu braço estava esfolado. Sim, o chão era de cimento ou algo parecido. Ainda tenho a cicatriz aqui no braço direito.
Mais ou menos isso:
Mais ou menos isso:
Se alguém quiser compartilhar seu momento, só nos contar aqui.
2 Comments:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk trio sem noção
As brincadeiras de vcs eram até saudáveis. ahhahahahha
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